A contribuição da Coppe no Relatório do IPPC

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Data: 10/05/2011

As fontes renováveis suprirão 80% da energia em 2050. A biomassa, a energia eólica e a energia solar serão, dentre as renováveis, as que mais estarão contribuindo para a oferta de energia no mundo em 40 anos. Mas para isso é preciso que governos adotem políticas públicas que viabilizem a substituição de combustíveis fósseis por fontes de energia mais limpas. Essas são as principais conclusões do Relatório Especial sobre Energias Renováveis que divulgado, dia 9 de maio, pelo Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) – o painel da ONU que estuda a mudança climática -, em Abu Dhabi. De acordo com os cenários analisados pelo IPCC, as fontes renováveis poderão reduzir entre 220 Gt e 560 Gt (gigatoneladas) a emissão de CO2 na atmosfera entre 2010 e 2050.

Quatro professores da Coppe participaram da elaboração desse relatório: Segen Estefen, professor de Engenharia Oceânica, e Roberto Schaeffer, professor de Planejamento Energético, coordenaram, respectivamente, o capítulo sobre Energia dos Oceanos e o capítulo sobre Potencial de Mitigação e Custos; Marcos Freitas, professor de Planejamento Energético, é um dos autores do capítulo sobre Hidreletricidade, e Suzana Kahn Ribeiro, professora de Engenharia de Transportes da Coppe, revisou o capítulo que trata de Biomassa.

De acordo com o Sumário Executivo que resume o Relatório Especial, o planeta dispõe de um grande potencial de energia que pode ser obtido de fontes renováveis. Essas fontes, segundo o documento, terão um papel crescente na mitigação das emissões de gases causadores da mudança climática e vão fornecer uma fração cada vez maior da energia primária no mundo a partir de 2020. Em 2008, a produção total de energias renováveis no mundo era de 64 dos 492 exajoules gerados por ano (EJ/ano), respondendo por 12,9% do total da energia consumida no planeta. O cenário mais otimista analisado pelo IPCC estima que em 2050 as fontes renováveis poderiam fornecer 77% das necessidades globais, ou seja, 314 dos 407 exajoules. No mais pessimista, essas fontes atenderiam a 15% da demanda mundial anual de energia de 749 EJ/ano. Sem o uso dessas fontes, as emissões de CO2 provenientes da queima de combustíveis fósseis e de outras emissões industriais chegarão a 1.530 Gt em 2050.

O relatório alerta que as projeções devem ser vistas com cautela, porque sua realização depende de muitos fatores, inclusive do comportamento das outras fontes de energia que as renováveis podem substituir. Mas observa que, na maioria dos cenários, está claro que, em 2050, a participação das renováveis no suprimento de energia de baixo carbono será maior que a de outras opções também de baixo carbono, como a energia nuclear e o chamado CCS (captura e sequestro de carbono de combustíveis fósseis, notadamente o carvão).

2050: participação de renováveis precisa ser superior a 50% para conter aquecimento global

Embora não tenha projetado um número fixo, o relatório diz que muitos dos diversos cenários analisados pelos cientistas do IPCC apontam uma participação superior a 50% de energia de fontes renováveis na produção de energia primária em 2050, para se alcançar uma estabilização das emissões de gases de efeito estufa na faixa de 450 ppm (partes por milhão) – meta apontada como necessária para conter o aquecimento global em 20C. O documento também informa que, mesmo na ausência de políticas deliberadas para reduzir as emissões de gases causadores da mudança climática, a tendência é de expansão das energias renováveis no mercado global.

Hoje, as fontes renováveis são responsáveis por 12,9% da oferta de energia primária no mundo. Nada menos que 10,2% correspondem à biomassa, mas, dentro desta, a maior parte (8,1%) se refere ao uso tradicional (e poluente) de lenha para cozinhar, típico dos países em desenvolvimento. As aplicações modernas da biomassa respondem por apenas 2,1% da oferta atual de energia primária, contra os 2,3% da energia hidráulica. As demais fontes renováveis, somadas, respondem por apenas 0,4%.

Mas o relatório do IPCC mostra que a disponibilidade de energias renováveis vem crescendo rapidamente nos últimos anos, graças a políticas governamentais de incentivo em alguns países, à queda de custos de diversas tecnologias e a elevações de preços dos combustíveis fósseis. Em 2009, apesar da crise financeira global, a capacidade instalada de energia proveniente de fontes renováveis continuou a crescer rapidamente. Dos 300 GW acrescentados ao parque gerador de eletricidade entre 2008 e 2009, nada menos que 140 GW vieram de fontes renováveis.

Brasil se antecipa ao futuro

Para Roberto Schaeffer, professor do Programa de Planejamento Energético da Coppe e coordenador de um dos capítulos do relatório de energias renováveis do IPCC, o cenário futuro que emerge desse documento já se antecipa, de certa forma, no Brasil – com sua predominância de hidrelétricas na matriz energética, a recente e crescente instalação de usinas eólicas para produção de eletricidade, o amplo uso do etanol como combustível no setor de transportes e a infraestrutura daí decorrente, como os carros flex e os postos de combustíveis adaptados para diferentes tipos de tanques de armazenamento.

O futuro visualizado por Schaeffer, a partir dos dados contidos no estudo do IPCC, é o de um mundo cada vez mais eletrificado, isto é, onde a energia elétrica tenderá a ocupar espaço crescente na matriz energética, e onde os combustíveis líquidos tenderão a ser cada vez mais biocombustíveis. É também um futuro com crescente participação de energia eólica e solar, as quais terão as maiores taxas de crescimento nas próximas décadas, diz ele.

Roberto Schaeffer, professor da Coppe, coordenou capítulo sobre potencial de mitigação das emissões e custos

O capítulo 10 do relatório, que avalia de maneira integrada o potencial de mitigação e os custos das seis fontes renováveis estudadas (biomassa, eólica, solar, energia dos oceanos, hidrelétrica e geotérmica), projetando os resultados para um horizonte até 2050, não aponta predominância de uma fonte sobre outra. Apenas indica tendências. Mas Schaeffer afirma que a energia eólica, primeiro, e a solar, em seguida, são as que terão as maiores taxas de penetração na matriz energética mundial nas próximas décadas. “É claro que os biocombustíveis vão continuar crescendo”, diz. Mas, graças à redução de custos e ganhos de escala que já se observam, a energia eólica crescerá mais que todas as demais fontes até 2030. A partir daí, a energia solar começará a ganhar espaço, pois terá alcançado uma escala que a tornará comparável com a eólica.

Schaeffer explica que a preeminência da energia eólica se justifica não apenas pela redução de custos de geração, graças a ganhos de escala e eficiência, mas também ao fato de que essa forma de energia já começa a se mostrar capaz de se integrar bem à rede de transmissão e distribuição de eletricidade. Essa integração costuma ser uma limitação para as formas de energia provenientes de fontes variáveis, e muitas vezes imprevisíveis, como a solar e a eólica, afetadas pelas variações da natureza em curtos espaços de tempo.

A tendência ao aumento da presença da eletricidade nos sistemas energéticos do mundo deverá facilitar ainda mais a penetração da energia eólica e solar. “Hoje, o único mercado cativo para os combustíveis líquidos é o setor de transportes. E, se tudo correr bem, no futuro teremos carros elétricos”, lembra o professor da Coppe. “É claro que nada impede que se gere eletricidade com biomassa, mas suas características são mais apropriadas ao uso como combustível líquido”.

De qualquer forma, diz ele, há incertezas de diversas ordens envolvendo as projeções sobre o comportamento das fontes renováveis de energia. A penetração mais rápida ou mais lenta dessas formas de energia no mercado poderá ser influenciada, por exemplo, pelo comportamento futuro de alternativas não renováveis de baixo carbono, notadamente a energia nuclear e o CCS (captura e sequestro de carbono, um tipo de tecnologia desenhado para mitigar as emissões das instalações que queimam combustíveis fósseis como o petróleo e o carvão). Se a tecnologia de CCS avançar suficientemente para se tornar competitiva em custos, talvez seja economicamente mais interessante manter em funcionamento as atuais usinas térmicas a carvão, o que poderia retardar algumas das aplicações de energias renováveis na produção de eletricidade.

Quanto à energia nuclear, quando o relatório do IPCC começou a ser produzido, despontava como uma possível alternativa para a geração de energia sem emissão de carbono. Mas, com o recente acidente radioativo em Fukushima, no Japão, o panorama da energia nuclear voltou a ficar nebuloso.

Na biomassa, as limitações do etanol brasileiro

Para Suzana Kahn Ribeiro, professora do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe e uma das vice-presidentes do Grupo de Trabalho do IPCC que produziu o relatório sobre energias renováveis, em todas as análises o etanol de cana-de-açúcar brasileiro apareceu como um grande exemplo. Mas, embora o capítulo que trata de biomassa mostre que esta deverá permanecer como uma das mais importantes fontes de energia renovável na primeira metade deste século, é preciso ter em mente que a pujança da produção brasileira de etanol de cana não é o bastante para que se tenha um mercado pujante de biocombustíveis, capaz de colocar o país como um grande fornecedor internacional.

Suzana Kahn Ribeiro, professora da Coppe e vice-presidente do IPCC, foi revisora do capítulo biomassa

“Se não houver outros países investindo nisso, não teremos um mercado internacional. O mundo não vai apostar num biocombustível que só pode ser produzido em poucos países. Ninguém vai querer ficar refém do etanol brasileiro”, avisa a professora da Coppe.

O capítulo do relatório do IPCC que trata da biomassa, e que foi revisado por Suzana, mostra a grande variedade de fontes de matérias-primas que podem ser utilizadas para a produção de bioenergia, e que incluem desde produtos alimentícios como cana e oleaginosas, até resíduos agrícolas e pecuários, lixo urbano e, no futuro, a celulose extraída de florestas plantadas com esse objetivo. Segundo o estudo, atualmente 50 EJ/ano de energia já são provenientes das variadas fontes de biomassa e esse valor pode crescer até seis vezes nos próximos 40 anos.

Para que essa previsão se torne realidade, será preciso criar políticas que visem melhorar a eficiência do setor agrícola, investir no desenvolvimento de tecnologias de segunda geração, como a da extração de biocombustíveis de celulose e as biorrefinarias, e desenvolver uma boa governança para lidar com os impactos ambientais e sociais – especialmente no que se refere ao uso do solo, com a instituição de zoneamento e práticas de manejo integrado de cultivos e pecuária. Se isso não for feito, a contribuição que a biomassa poderá dar à mitigação das mudanças climáticas será reduzida e haverá conflitos significativos envolvendo o abastecimento de alimentos, recursos hídricos e biodiversidade.

Em termos econômicos, o capítulo sobre a biomassa avalia que algumas de suas formas já tem preços competitivos no mercado: o etanol de cana no Brasil , alguns sistemas de uso de lixo urbano e alguns fogões mais eficientes que os fogões a lenha tradicionais amplamente utilizados nos países mais pobres. Estima-se ainda que, entre 2020 e 2030, tecnologias mais avançadas – como os biocombustíveis de celulose para substituir gasolina, diesel e combustível de aviação e algumas opções de bioeletricidade e biorrefinarias – também estarão oferecendo energia a preços competitivos com os das opções não renováveis.

Oceanos: Uma oportunidade para o Brasil não perder

As energias dos oceanos são as cercadas por mais incertezas no relatório do IPCC sobre fontes renováveis. As tecnologias para a exploração do potencial energético de ondas, marés, correntes, gradiente térmico e gradiente de salinidade do mar são as menos maduras, em comparação com as outras fontes analisadas. Os estudos sobre o potencial técnico dessas diferentes fontes indicam grande variabilidade. O potencial estimado para extração da energia dos oceanos, por exemplo, varia de 7 a 331 EJ/ano. Devido ao pequeno número de protótipos em operação, ainda não se tem dados relevantes quanto aos custos, impactos ambientais, facilidades e dificuldades de integração com os sistemas de distribuição. Isto porque, com exceção da tecnologia de marés com utilização de barragens, que tem algumas unidades comerciais em funcionamento no mundo, todos os demais desenvolvimentos estão em fase de protótipo pré-comercial.

Segen Estefen, diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, coordenou o capítulo oceanos

É exatamente esse quadro de aparente desvantagem para as energias do mar que Segen Estefen, diretor de Inovação da Coppe e coordenador do capítulo que tratou do tema no relatório do IPCC, aponta comouma grande oportunidade estratégica que gostaria de ver o Brasil aproveitando. “Esse é um campo em que o Brasil pode fazer a diferença. Justamente porque a tecnologia ainda não está madura, há uma janela de oportunidade para quem quiser investir e sair na frente, inovando no mercado mundial”, diz Segen. Para ele, com exceção da energia da biomassa, campo em que os brasileiros estão estabelecidos e são reconhecidos, nas demais fontes renováveis – como a eólica e a solar – as possibilidades de avanços tecnológicos de peso são reduzidas. “Essas tecnologias já estão avançadas e o Brasil deverá ser apenas usuário delas, com poucas chances de liderar”, avisa.

Considerando o vasto conhecimento acumulado pelos brasileiros na engenharia offshore para produção de petróleo, área em que o país tem liderança indiscutível, o professor da Coppe considera que o Brasil está em posição privilegiada para se tornar líder na exploração das energias do oceano. Para isso, seria necessário o governo tomar a decisão estratégica de investir para consolidar uma posição de destaque nessas tecnologias.

Segen alerta, porém, que “essa janela de oportunidade só ficará aberta por no máximo 10 anos. Depois disso será tarde”. Grandes empresas internacionais associadas a pequenas e médias empresas de base tecnológica, por exemplo, já estão investindo no desenvolvimento tecnológico para o aproveitamento de energias do oceano. O governo britânico fixou como meta ter em 2020 uma potência instalada de 2 GW, o que significa multiplicar por seis a atual potência instalada no mundo. Canadá, Estados Unidos, Irlanda e Portugal atualmente trabalham na fixação de metas semelhantes.

A Coppe está ultimando a instalação de um protótipo pré-comercial de usina de ondas no porto do Pecém, no Ceará, uma parceria com a empresa Tractebel. Será a primeira da América Latina. Mas Segen gostaria de ver um programa mais ambicioso de desenvolvimento tecnológico na área, envolvendo mais universidades, empresas e diferentes formas de exploração das energias do mar. Estimativas preliminares da Coppe apontam um bom potencial para exploração de ondas em quase todo o litoral brasileiro. Nas regiões Nordeste e Norte, as marés e os gradientes térmicos também têm potenciais relevantes.

A tecnologia para produção de eletricidade a partir de gradientes térmicos ao longo da profundidade dos oceanos consiste em explorar a diferença de temperatura entre a água do fundo do mar, mais fria, e a da superfície, mais quente. A água da superfície é colocada numa câmara de vácuo, onde entra em ebulição, produzindo o vapor que movimenta uma turbina para gerar eletricidade. Em seguida, a água mais fria trazida do fundo do mar condensa o vapor, transformando-o novamente em líquido. Experimentos realizados em outros países esbarraram algumas vezes na dificuldade de trazer para a superfície a água do fundo do mar – tarefa que, segundo Segen, será trivial para quem, como os brasileiros, já extraem petróleo a mais de mil metros de profundidades e terá que ir a profundezas ainda maiores para explorar o pré-sal.

Outra grande vantagem da energia dos oceanos é a possibilidade de ser combinada a tecnologias de dessalinização de água.

Hidrelétricas: ainda há muito potencial a explorar, mas com limitações sociais e ambientais

Contribuindo atualmente com 16% da energia elétrica produzida no mundo, a hidreletricidade é a principal fonte de energia renovável do setor elétrico. Apesar de tão amplamente explorada, ainda tem um grande potencial de aproveitamento. Segundo o relatório do IPCC, o potencial técnico total para geração de hidreletricidade no mundo é de 52,47 EJ por ano, o que corresponde a uma capacidade instalada de 3.734 GW – quatro vezes a atual capacidade instalada, de 926 GW. A maior parte desse potencial ainda inexplorado está na África, Ásia e América Latina, mas também há aproveitamentos possíveis nos EUA e na Europa.

Segundo Marcos Freitas, professor do Programa de Planejamento Energético da Coppe que participou do relatório do IPCC como um dos autores do capítulo sobre a energia hidrelétrica, o potencial de aproveitamento no Brasil é um dos maiores do planeta, cerca de 250 GW. O país aproveita cerca de 25% desse total. A maior parcela do potencial inexplorado está concentrada na Bacia Amazônia, onde o Brasil detém 100 GW e onde há mais 100 GW pertencentes aos países vizinhos. O total da Bacia Amazônica, diz Marcos, pode representar “um pré-sal renovável, pois equivale a 3 milhões de barris de petróleo por dia”.

Além do vasto potencial ainda passível de exploração no mundo, a hidreletricidade é uma fonte confiável, com tecnologias maduras e preços competitivos. Isso significa que tem um significativo potencial de redução das emissões de carbono para mitigação das mudanças climáticas. Mas o relatório do IPCC alerta que os aspectos ambientais e sociais representarão os principais desafios aos empreendimentos hidrelétricos, se não forem cuidadosamente administrados.

De um lado, o documento lista as principais limitações ambientais e sociais das hidrelétricas – mudança no regime de vazão dos rios e na qualidade da água, barreiras à migração de peixes, perda de biodiversidade e desalojamento de populações humanas, para as quais será preciso investir em inovações tecnológicas que melhorem o desempenho dos empreendimentos. De outro lado, o relatório do IPCC aponta nas usinas hidrelétricas a vantagem de poderem ser utilizadas para mitigar a escassez de água doce e regular os eventos extremos de chuvas e secas que serão mais frequentes com as mudanças climáticas.

Marcos Freitas, professor da coppe, é autor do capítulo hidrelétricas

Limitações para emprego de renováveis são econômicas e não técnicas

Não há limitações de potencial técnico para o emprego das fontes renováveis. De acordo com o Relatório do IPCC, tecnicamente elas poderiam abastecer, com folga, todas as necessidades atuais de energia do planeta. As limitações são de ordem econômica (custos de geração e distribuição mais altos que os preços de mercado); e, em alguns casos, problemas de ordem ambiental e social – como é o caso de algumas matérias-primas para a produção de biocombustíveis e seus impactos sobre o meio ambiente, a competição com a produção de alimentos e os efeitos da construção de hidrelétricas sobre a biodiversidade e os meios de sustento de grupos humanos locais.

Na área de combustíveis líquidos, a produção de etanol cresceu 10% (7 bilhões de litros) em 2009 e a de biodiesel subiu 9% (2 bilhões de litros). O Brasil e os Estados Unidos responderam, respectivamente, por 54% e 35% da produção global de etanol a partir de biomassa em 2009.

A energia eólica cresceu 32%, adicionando 38 GW ao parque instalado no mundo; as hidrelétricas ganharam mais 31 GW, com um aumento de 3%; a energia solar fotovoltaica para geração de eletricidade cresceu 53% (mais 7 GW); a energia solar para aquecimento de água aumentou 21% (mais 31 GWth) e a energia geotérmica cresceu 4%. Esta última é importante em alguns países onde há potenciais expressivos, como Chile, México, Filipinas, Índia e Estados Unidos e já tem tecnologia comercial disponível.

Quanto à energia dos oceanos, não entra nessa lista porque é a mais incipiente das seis fontes renováveis estudadas no relatório. Com exceção de usinas comerciais de marés, que, somadas, não superam os 300 MW de potência, e uma nova usina que entrou recentemente em operação na Coréia do Sul, com 255 MW de potência, as demais instalações existentes estão em fase pré-comercial.

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Título: Ensino Híbrido: Desafios e perspectivas nas engenharias e no ensino básico
Coordenador: MARCELLO LUIZ RODRIGUES DE CAMPOS
Contato do coordenadorcampos@smt.ufrj.br

Resumo: A pandemia da COVID-19 impôs uma transição drástica do modelo padrão de ensino, para aulas estritamente virtuais, e tem exigido um grande esforço para preparar e oferecer cursos aos alunos, seja no ensino universitário ou no ensino básico, pois poucos estavam preparados para lidar com as tecnologias de ensino online. Passados meses após o isolamento, não tem sido trivial a transição do presencial para o virtual, principalmente na manutenção da qualidade das disciplinas oferecidas neste novo formato. Uma lição foi aprendida neste processo: é necessário investir de forma permanente na implementação de tecnologias inovadoras/eficientes no melhoramento dos processos de ensino e aprendizagem. Neste sentido, este projeto visa a dar apoio à rede pública de ensino, seja no âmbito do ensino básico ou do ensino de engenharia em outras universidades, no Estado do Rio de Janeiro. O objetivo é o desenvolvimento de recursos e cursos em formato híbrido, incorporando técnicas de aprendizado ativo, sala de aula invertida, multimodalidade, etc.

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TítuloEscola Piloto em Engenharia Química Prof. Giulio Massarani
Coordenador: HENRIQUE POLTRONIERI PACHECO
Contato do coordenadorpacheco.h.pacheco@gmail.com e helen@peq.coppe.ufrj.br

Resumo: A Escola Piloto Presencial (EPP) em Engenharia Química surgiu em 1993, no PEQ/COPPE, e é uma ferramenta de atualização e de educação continuada, bastante útil para professores de ensino médio e de graduação, mas também muito procurada por estudantes e técnicos, além de empregados da indústria em geral. Nesta proposta da EPP desta edição serão oferecidos 10 módulos: TÉCNICAS AVANÇADAS DE CARACTERIZAÇÃO DE MATERIAIS (DIVIDIDA EM 10 SUB-MÓDULOS) ensina técnicas de ponta para caracterização de diversos de tipos de materiais, discutindo o fundamento das técnicas e exemplificando com dados reais. Os módulos são: Módulo 1: Técnicas espectroscópicas (FTIR, DRIFTS, RAMAN e UV-Vis) Módulo 2: Ressonância magnética nuclear (RMN) Módulo 3: Difração de raios x (DRX) Módulo 4: Espectrômetro de Massas e Redução à Temperatura Programada (MS e TPR) Módulo 5: Cromatografia por permeação em gel (GPC) Módulo 6: Análises de tamanho de gotas e partículas Módulo 7: Técnicas cromatográficas gasosa e líquida – Uma visão de Troubleshooting Módulo 8: Elementos de caracterização de petróleo Módulo 9: Análises térmicas – TGA, DSC e DMA Módulo 10: Biotecnologia no Cotidiano.

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TítuloLaboratório de Informática e Sociedade – LabIS
Coordenador:  HENRIQUE LUIZ CUKIERMAN
Contato do coordenadorhcukier@cos.ufrj.br e lealsobral@cos.ufrj.br

Resumo: O LabIS veio se configurando ao longo de uma caminhada que remonta aos trabalhos e investigações da linha de pesquisa em Informática e Sociedade (IS) do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação (PESC) da COPPE/UFRJ. Uma linha de pesquisa há tempos em busca de um Brasil ainda por inventar, movida pelo desejo de compreender a realidade brasileira para colaborar com a construção de um país mais justo e equânime. Trabalhamos com a produção de software de acessibilidade (LibrasOffice), jogos educativos (Damática), bancos comunitários (Mumbuca e Preventório) e oferecemos cursos de programação para estudantes da rede pública do ensino médio.

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TítuloLetramento de Jovens, Adultos e Idosos da COPPE/UFRJ
Coordenador: DENISE CUNHA DANTAS
Contato do coordenadorddantas@oceanica.ufrj.br

Resumo: O Letramento de Jovens, Adultos e Idosos da COPPE/UFRJ é um projeto aberto a todo aquele que não é alfabetizado e aquele que não teve acesso ou não concluiu os estudos no Ensino Fundamental na idade escolar referente. Foi criado em 2005 pela Assessoria de Desenvolvimento Social da COPPE, a partir de uma pesquisa com os servidores e trabalhadores terceirizados que atuavam em atividades de limpeza e serviços gerais. A pesquisa foi ampliada para outras unidades e setores da Universidade. Hoje o Projeto tem como aluno servidores da UFRJ e terceirizados que, em sua maioria, trabalham no Centro de Tecnologia, e cidadãos moradores do entorno da Ilha do Fundão, principalmente da Vila Residencial e do Complexo da Maré. As aulas são ministradas no Centro de Tecnologia para as turmas de Letramento Básico, Intermediário e Avançado. E acontecem de segunda a sexta feira, de 15 às 16:30 horas.

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TítuloPolímeros para o setor de petróleo e gás – Aditivos
Coordenador: TAISSA ZANGEROLAMI LOPES RODRIGUES
Contato do coordenadortaissazl@yahoo.com.br e elucas@metalmat.ufrj.br

Resumo: A ação contempla aulas teóricas e demonstrativas e obtenção, caracterização e propriedades em solução dos polímeros, além de suas aplicações como aditivos na indústria do petróleo.

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TítuloPolímeros: aplicações e uso consciente
Coordenador: ARIANE DE JESUS SOUSA BATISTA
Contato do coordenadorariane.pent@gmail.com e ariane@pent.coppe.ufrj.br

Resumo: A reciclagem de plásticos é um tema importante, visto que mais de 60% de todo plástico produzido já virou resíduo e apenas 9% foi reciclado em todo mundo. No Brasil os dados são ainda mais alarmantes. O relatório apresentado pelo WWF recentemente afirma que o Brasil é o quarto maior produtor de resíduos plásticos do mundo e recicla menos de 2% desse montante. Contudo, políticas de reciclagem e educação ambiental ainda são precárias e pouco divulgadas, e a disseminação de informações que tornam os plásticos vilões fazem com que o banimento desses materiais seja cada vez mais desejável. No entanto, vale lembrar que os plásticos são polímeros de alto valor agregado, baixo custo de produção e muito versáteis, e quando reciclados podem ser reinseridos na cadeia produtiva, possibilitando a produção de novos materiais, além de alavancar o setor energético. Dessa forma esse projeto visa instruir e incentivar alunos de escolas públicas e privadas a serem multiplicadores dos conceitos de reciclagem em suas escolas, famílias e comunidade. Onde palestras e atividades lúdicas serão realizadas, de forma virtual, incentivando o descarte correto ou reutilização de resíduos plásticos, evitando que esses resíduos sejam descartados em lugares impróprios.

Site onde os trabalhos realizados pelo projeto de extensão são divulgados
Instagram do Grupo EngePol (PEQ/COPPE/UFRJ), onde todos os nossos trabalhos e laboratórios são divulgados, inclusive os do projeto de extensão

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TítuloPrograma de Incubação de Empreendimentos Populares – Inovação Social dos Processos de Incubação de EES
Coordenador: AMANDA FERNANDES XAVIER PEDROSA
Contato do coordenador: amandaxavier86@gmail.com

Resumo: A ITCP/COPPE vem atuando, desde a sua criação, no apoio aos Empreendimentos Populares. Desenvolve ações que vão de encontro às necessidades das classes populares e dos setores informais, que historicamente ficam à margem das ações sociais desenvolvidas pelo Estado. Hoje novas técnicas e ferramentas são requeridas para enfrentar os novos desafios que se apresentam. Esta proposta visa investigar metodologias inovadoras de incubação, que propiciem o aperfeiçoamento das atividades dos empreendimentos incubados, dando continuidade às ações desenvolvidas pela ITCP/COPPE. A implantação das novas metodologias desenvolvidas permitirá melhorar a qualidade dos Empreendimentos Econômicos Solidários – E. Site da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares – ITCP/COPPE/UFRJ 

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TítuloEspaço COPPE Miguel de Simoni
Coordenador: CLAUDIA MARIA LIMA WERNER
Contato do coordenador: werner@cos.ufrj.br

Resumo: A atividade central deste projeto é a visitação guiada a exposição do Espaço COPPE, realizada predominantemente por estudantes do Ensino Médio da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Os grupos de estudantes realizam as visitas acompanhados por professores das escolas de origem. O ambiente dos espaços de divulgação científica e tecnológica, como o Espaço COPPE, pode proporcionar elementos-chave de fomento à motivação intrínseca do aprendizado – por exemplo: construção de significado pessoal, tarefas desafiadoras, colaboração e sentimentos positivos sobre os esforços realizados e, portanto, são potenciais indutores da formação de vínculos novos, por vezes mais intensos. Site do Espaço COPPE  

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TítuloSISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE (SGQ) e MODELO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO (MEG) PARA SERVIDORES PÚBLICOS – DEFESA
Coordenador: EDUARDO OLIVEIRA DOS SANTOS
Contato do coordenadoreduardo.oliveira@adc.coppe.ufrj.br e karina.andrade@adc.coppe.ufrj.br

Resumo: O Curso tem por objetivo a elaboração, implantação, manutenção, melhoria contínua e auditorias internas de sistemas de gestão da qualidade segundo requisitos das normas NBR-ISO:9001 e implantação de boas práticas de gestão segundo os critérios definido no Modelo de Excelência em Gestão (MEG) da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). O curso está vinculado ao Programa FORMAÇÃO CONTINUADA DE SERVIDORES PÚBLICOS.

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TítuloSISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE (SGQ) e MODELO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO (MEG) PARA SERVIDORES PÚBLICOS GERAIS E UFRJ
Coordenador: EDUARDO OLIVEIRA DOS SANTOS
Contato do coordenadoreduardo.oliveira@adc.coppe.ufrj.br

Resumo: O Curso tem por objetivo a elaboração, implantação, manutenção, melhoria contínua e auditorias internas de sistemas de gestão da qualidade segundo requisitos das normas NBR-ISO:9001 e implantação de boas práticas de gestão segundo os critérios definido no Modelo de Excelência em Gestão (MEG-TR) preconizada pela SEGES do Ministério de Economia). O curso está vinculado ao Programa FORMAÇÃO CONTINUADA DE SERVIDORES PÚBLICOS.

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TítuloUBUNTU.lab – Programa de inovação aberta em cidades inteligentes para a redução da desigualdade racial no Rio de Janeiro

Coordenador: MATHEUS HENRIQUE DE SOUSA OLIVEIRA
Contato do coordenadormatheusoli@hotmail.com

Resumo: O Projeto BRA/15/010 – Fortalecimento e Expansão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial é uma ação entre o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com o objetivo de descentralizar as políticas públicas de igualdade racial e fortalecer e expandir o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir). A Fundação COPPETEC foi uma das entidades selecionadas através do projeto U.lab para apresentar a prefeitura do Rio de Janeiro um laboratório de inovação governamental a ser replicado como política de promoção da igualdade racial no âmbito de implementação do Plano de Desenvolvimento Sustentável do Município desenvolvido pelo Escritório de Planejamento da Secretaria Municipal da Casa Civil (EPL). No âmbito do Sinapir, o presente projeto tem o objetivo de entregar ao município do Rio de Janeiro, um programa de inovação governamental que coloca o jovem negro como protagonista da tecnologia capaz de promover o bem-estar no seu dia a dia.

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TítuloUnidade de Suporte à Inovação Social – USIS
Coordenador:  CARLA MARTINS CIPOLLA
Contato do coordenadorcarla.cipolla@ufrj.br

Resumo: A atividade apoia inovações sociais como chave para o desenvolvimento. O USIS/ UFRJ – Unidade de Suporte à Inovação Social – nasceu do projeto LASIN – Latin American Social Innovation Network -, financiado pela Comissão Europeia, com o propósito de implementar um modelo de envolvimento Universidade/comunidade, baseado na combinação de atividades curriculares e extra-curriculares, materiais e instrumentos de aprendizagem, treino prático, oficinas e mentorias para reforçar as ligações da universidade com o ambiente social mais amplo (Grupos comunitários, ONGs e/ou OSCIPS, Organizações governamentais, empresas e escolas) com metodologia própria desenvolvida por LASIN.

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Título“TÁ” LIGADO?! MINHA CÂMERA NA MÃO E UMA IDEIA NA CABEÇA – A LINGUAGEM AUDIOVISUAL COMO LIVRE EXPRESSÃO NA CONSTRUÇÃO DIALÉTICA NO ESPAÇO ENTRE A UNIVERSIDADE, A ESCOLA E A SOCIEDADE
Coordenador:  ANDREA MARIA DO NASCIMENTO SILVA
Contato do coordenadorandreanascimento@cos.ufrj.br

Resumo: Todos nós da comunidade acadêmica e escolar tivemos que nos adaptar à utilização de soluções tecnológicas para nos comunicar, socializar e nos relacionar durante o período de pandemia para reproduzir a rotina de uma sala de aula. Com isso, a linguagem audiovisual e o uso de dispositivos portáteis, como smartphones e tablets, que já era uma realidade muito presente em nossa vida, de repente, se tornou fundamental. Essa proximidade foi uma grande motivação que trouxe a memória da frase emblemática do cineasta Glauber Rocha – Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça – que inspirou o título deste projeto e que nos faz compreender que atualmente a nossa práxis gira em torno dessa máxima que representa nosso atual cenário social nos hábitos de registrar e compartilhar nossas imagens, nossos áudios, nossos vídeos, seja de forma direta ou indiretamente nas redes sociais. Portanto, este projeto visa atender a uma demanda técnica para auxiliar a produção de conteúdo de divulgação de pesquisas, trabalhos escolares, vídeo aulas, entre outros, de forma que o público participante do projeto conheça detalhes da composição audiovisual. Enfatizar o uso da linguagem audiovisual para acesso ao conhecimento e para a troca de saberes, uma comunicação dialética onde é importante não só transmitir o conhecimento gerado na universidade mas também possibilitar que a sociedade contribua com o seu olhar, seu fazer, sua crítica.

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