Coppe inaugura primeira unidade para produção de biossurfactante
Planeta COPPE / Engenharia Química / Notícias
Data: 27/07/2009
Remover poluição por derramamento de óleo. Com esse objetivo a Coppe inaugurou, dia 24 de julho, a primeira Unidade Piloto para Produção de Biossurfactante no País. Uma espécie de detergente biodegradável absorvido pelo meio sem causar danos ambientais, o biossurfactante é capaz de limpar áreas atingidas por vazamento de óleo, tanto no solo quanto no mar, reduzindo o impacto de acidentes. Financiada pela Petrobras, a unidade piloto da Coppe foi projetada com tecnologia 100% nacional e tem como objetivo produzir detergentes biodegradáveis em larga escala no Brasil, reduzindo os gastos com a importação do produto. Hoje, o Brasil importa cerca de 100% de biossurfactante que consome.
A capacidade de produção da unidade piloto da Coppe é de 200 litros. Inicialmente, toda a produção será utilizada em testes pela Petrobras. O projeto é coordenado pelos professores Cristiano Borges, do Programa de Engenharia Química da Coppe, e Denise Freire, do Instituto de Química da UFRJ. “Uma das vantagens do biossurfactante que será produzido pela unidade da Coppe é que a matéria-prima principal é a glicerina, substância de baixo custo e abundante no País”, explica Cristiano.
Fruto de dez anos de pesquisa desenvolvida em parceria entre a Coppe, o Instituto de Química da UFRJ e a Petrobras, os estudos com biossurfactantes já renderam patente e prêmios. Orientada pelos professores Cristiano Borges e Denise Freire, a tese de doutorado de Frederico Kronemberger, pesqusador do laboratório, conquistou o segundo lugar no Prêmio Braskem-ABEQ – 2008, o Prêmio Petrobras de Tecnologia, em 2007, e uma Menção Honrosa no Prêmio Capes de Teses 2008.
“Um dos avanços da tese foi superar o problema da oxigenação do processo. Nos projetos convencionais, a oxigenação se dá por borbulhamento, mas a quantidade de espuma gerada por esse processo tornaria inviável a produção em larga escala. Já o processo de separação de membranas desenvolvido na Coppe, impede a formação de espuma e aumenta a capacidade de produção”, explica Frederico.
A integração entre a biotecnologia e os processos de separação por membranas estão presentes em todo o processo. Dotada de um sistema totalmente automatizado, a unidade piloto da Coppe possui um biorreator, responsável pela fermentação, e módulos de membranas para oxigenação de forma não dispersiva, que impede a formação de espuma. Também ocorre na esterilização do produto e em sua concentração, feita através de membranas, que possibilita a produção do material concentrado, facilitando o transporte do produto. “Como a solução obtida é composta em grande parte por água, o biossurfactante pode ser concentrado, o que facilita o seu transporte, já que pode ser diluído no local onde será utilizado”, diz Frederico.