Desenvolve 21: diminuindo o hiato entre o desenvolvimento tecnológico e o social

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Data: 06/07/2021

A Coppe/UFRJ e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), promoveram, de 28 a 30 de junho, o workshop Desenvolve 21, primeiro evento internacional voltado para o desenvolvimento integrado de tecnologias sustentáveis em Energia, Oceanos e Saúde. O evento trouxe uma síntese e reflexão sobre o atual estágio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, conectando os três temas e buscando diminuir a lacuna entre a tecnologia com o aspecto social e as políticas públicas.

O workshop contou com a parceria do Atlantic International Research Center (AIR Centre) e da Global Sustainable Technology & Innovation Community (G-STIC), e com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e do Parque Tecnológico da UFRJ. Participaram do evento os professores da Coppe Luiz Landau, Suzana Kahn, Maurício Tolmasquim, Segen Estefen,  Guilherme Horta Travassos, Alexandre Evsukoff e o professor colaborador da Coppe Luiz Paulo Assad

O professor Luiz Landau, um dos organizadores do Desenvolve 21, explicou que, a partir desses três eixos centrais (Energia, Oceanos e Saúde) busca-se viabilizar o desenvolvimento de tecnologias e inovações sustentáveis que possam também ser replicadas em outras regiões do planeta; diminuir o hiato entre o desenvolvimento tecnológico e o social, e a efetivação de um intercâmbio científico, tecnológico e de inovação.

Para Paulo Gadelha, da Fiocruz, coorganizador do workshop, para que as metas dos ODS sejam atingidas é necessário que haja sinergia e complementaridade entre diferentes campos do conhecimento, a exemplo das Engenharias e das Ciências da Saúde. “Desregulamentada, a inovação busca o valor econômico e marginaliza o acesso, ampliando iniquidades. Então, é preciso regulamentação, para que o processo de inovação e a cadeia de produção convirjam para o bem social. Precisamos criar instrumentos que garantam que a inovação atenda às demandas sociais e não seja um objetivo em si mesmo”, alertou o pesquisador, em cuja avaliação, o evento teve o objetivo de pensar soluções tecnológicas integradas para que o desenvolvimento sustentável seja pensado no sentido holístico da agenda 2030, e intensificar a percepção da população sobre o tema.

Segundo Gadelha, o documento “O futuro que queremos”, aprovado no final da conferência Rio + 20 (2012), trouxe os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), com as urgências e desafios na agenda internacional para2030. “Os objetivos do milênio eram fragmentados, na Agenda 2030 os objetivos são interconectados, se aplicam a qualquer lugar do global. É universal, indivisível, integrada e aspiracional. Estamos em um momento importante. Faltam 10 anos e há barreiras importantes para a implementação das ODSs”.

Para a vice-diretora da Coppe, professora Suzana Kahn, energia é uma questão central, e não há como crescer e se desenvolver sem aumentar o seu consumo. De acordo com a professora, o consumo per capita brasileiro é baixo, e por mais que se busque a eficiência energética e uma economia menos intensiva no uso de energia, o consumo desta irá aumentar. “A população tende a crescer, sobretudo nos países e regiões mais pobres, nos quais o consumo é baixo. Temos que pensar em como atender a esta demanda por energia com as restrições ambientais que estão postas em função da necessidade de mitigar as mudanças climáticas” avalia Suzana.

A professora do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe avalia que uma possibilidade é atender a esta demanda por meio do aumento do uso de energias renováveis, da participação destas fontes na matriz energética. Ela explica que o mundo em transição energética é uma janela de oportunidades para o Brasil, por possuir todas as fontes de energia renovável. “Os planos de retomada econômica para o pós-pandemia estão todos considerando grandes investimentos nesta economia verde. Na Alemanha, com Angela Merkel, no Reino Unido, com Boris Johnson, nos Estados Unidos, com Joe Biden. Não é uma questão de ideologia, e sim de economia”, conclui Suzana Kahn.

Ponto de inflexão para a transição energética

O professor Maurício Tolmasquim falou sobre como a pandemia de Covid-19 pode ser um ponto de inflexão para a transição energética. “Esta crise pandêmica teve um efeito na medição de CO² semelhante (queda de 7%) ao das Guerras Mundiais ou da Grande Depressão. Segundo a ONU, a gente precisaria de uma queda de 7,6% nas emissões por ano para nos ajustarmos até 2030 ao cenário de 1,5% (de elevação da temperatura global em relação aos níveis pré-industriais). Claro que isso não é possível, então precisamos adaptar os rumos do desenvolvimento para que seja possível crescer sem emitir tanto gás carbônico”, ponderou Tolmasquim.

“A batalha sobre como investir na recuperação econômica vai definir o futuro, se a recuperação será baseada na velha economia de carbono ou será em desenvolvimento sustentável. Europa e EUA deram os passos em direção a uma economia verde”, afirmou o ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

“No Brasil, temos como nunca as condições para fazer a conversão do nosso sistema de geração de energia elétrica para um sistema renovável. Nossa matriz já é bastante renovável, mas devemos aproveitar as oportunidades – como a queda exponencial dos preços das energias eólica e fotovoltaica – de aumentar a renovabilidade da matriz. As crises sanitária e climática estão ligadas. Como os governos vão responder à primeira definirá como a humanidade estará preparada para a segunda”, avaliou Tolmasquim, professor do Programa de Planejamento Energético da Coppe.

O professor Luiz Paulo Assad, do Instituto de Geociências (Igeo) da UFRJ e professor colaborador do Programa de Engenharia Civil da Coppe, falou sobre a importância da coleta de dados oceanográficos e da equidade no acesso à informação. “Iniciamos a Década dos Oceanos (2021-2030). Mais de 70% da superfície do planeta é coberta por oceanos. O mar é a mais importante reserva de calor, prove comida, empregos, oxigênio, remove gás carbônico, energia, empregos. Mais de 40% da população global vive até 200 km da costa. A cada 15 mega cidades, 12 são costeiras. As populações dessas cidades devem aprender a como conviver com os recursos marinhos de maneira sustentável”, ponderou.

“A gente precisa coletar dados em longo prazo e de maneira sistemática e isso é caro. Há um deserto de dados no Atlântico Sul. No oceano não fronteiras nem distâncias, há conexões. Nós temos que entender a integração existente entre as escalas. Estamos no Rio de Janeiro, uma cidade voltada para o mar, mas inserida na Baía de Guanabara, que está na linha de costa brasileira, no Atlântico Sul, que faz parte do sistema maior que é o Oceano Atlântico. O que acontece em pontos diferentes da costa pode nos afetar. E o conhecimento que adquirimos deste lado do Atlântico pode ser importante para o outro lado. É importante aplicar o conceito de ‘leave no one behind (não deixar ninguém para trás)’, entender a heterogeneidade econômica e social para garantir equidade de informação e conhecimento”, avaliou Assad.

A chave para um futuro sustentável

O workshop contou com a presença de sir Robert Watson, principal autor do documento intitulado Making peace with Nature, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente (Pnuma), em fevereiro deste ano, e que trouxe uma síntese dos 25 mais importantes relatórios globais, feitos por 50 dos principais especialistas internacionais.

O relatório apontou que a extração de recursos naturais e produção de energia triplicaram em 50 anos, fazendo com que ¼ da superfície terrestre já tenha sido radicalmente transformada. “Mudança climática, degradação de solo e perda de biodiversidade são problemas que se retroalimentam. O mundo já está 1º C mais quente que há um século, acelerando a subida dos níveis do mar e tornando mais frequentes os eventos extremos. A mudança climática será o motor da perda de biodiversidade nas próximas décadas. Um milhão de espécies vegetais e animais estão ameaçadas de extinção e 3,2 bilhões de pessoas são afetadas pela degradação do solo no mundo todo. Transformar a relação da humanidade com a natureza é chave para um futuro sustentável”, afirmou o pesquisador britânico.

“Estamos longe do caminho para o cumprimento das metas do Acordo de Paris. Na verdade, nós estamos no caminho para aquecimento de 3 a 4 graus acima dos níveis pré-industriais. A sociedade precisa incluir o capital natural no processo de decisão, eliminar subsídios ambientalmente nocivos, abraçar uma economia circular”, recomendou Robert Watson.

Jerry Miller presidente do Science for Decisions, trouxe um prognóstico alarmante, que em 2050, haverá mais plástico do que peixes no oceano. “Em cem anos, este produto feito pelo homem igualará uma criatura biológica. Isso nos leva a questionamentos. Como conseguimos perceber os sinais de um desastre ambiental? Conseguiremos tornar nossas cidades costeiras resilientes à mudança climática ou elas estão condenadas?”

A ex-ministra do Meio-Ambiente, Izabella Teixeira, destacou que o desenvolvimento sustentável é a nova expressão do humanismo, no século XXI, e que ele guarda forte vinculação com os regimes democráticos. “Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável são um framework para as políticas públicas globais. Fragilizar esses objetivos , como se nota na Amazônia, uma bacia hidrográfica composta por países de renda média, mas as populações locais são de baixa renda”, ponderou Izabella, atualmente copresidente da comissão de recursos naturais da ONU.

“Não temos como manter os padrões de consumo. O planeta não conseguirá manter 10 bilhões de pessoas com os padrões habituais. Como isso vai ser modelado em função das mudanças do sistema multilateral, se o Green Deal europeu propõe uma rota, o Green Deal americano e a civilização ecológica chinesa outras? Como impactar de maneira solidária o mundo é a questão que se coloca no contexto político no mundo, e ela requer engajamento e mudança de processo decisório”, avaliou a ex-ministra.

Covid-19: milhões de pessoas com sequelas

O workshop contou com uma apresentação da pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, Margareth Dalcolmo, sobre o tema “Covid 19: O que aprendemos e seu legado”. De acordo com a pesquisadora, a Covid-19 é uma endotelite sistêmica. Uma doença que apresenta duas fases, respiratória e circulatória, e que ataca o endotélio (tecido que reveste o interior dos vasos sanguíneos), comprometendo a microcirculação do corpo todo, com a liberação de citocinas.

Segundo Margareth Dalcolmo, medicamentos que têm sido, irresponsavelmente, adotados em tratamento “precoce”, como azitromicina, cloroquina, ivermectina foram testados e falharam. “Novos antivirais estão sendo testados, como favipiravir e monovirapir. O remdesevir é indicado apenas em terapia intensiva fora da intubação. Corticoides, como a dexametasona, mostraram grande importância em pacientes graves, e anticorpos monoclonais com resultados de fase 3, associados a corticoides, tiveram resultados muito bons para não internados”, informou a pneumologista, que alertou que a reabilitação será um grande desafio. “Teremos milhões de pessoas com síndrome pós-Covid, a chamada Covid longa: sequelas respiratórias, neurológicas, vasculares e psiquiátricas”.

Dalcolmo destacou a pronta resposta da comunidade científica à crise sanitária global. “Houve um tsunami de publicações sobre Covid-19, já são mais de 100 mil de todas as áreas do conhecimento. Em menos de um ano, 88 ensaios clínicos de vacina é algo que nunca se imaginou possível”.

No entanto, apesar de iniciativas como a Covax Facility, o esforço global não se traduziu em equidade de acesso. “Dez países adquiriram 75% das vacinas disponíveis. No nosso caso em particular, o Brasil foi ótimo para ensaios clínicos e péssimo para a compra previdente de vacinas”, criticou a pesquisadora da Fiocruz.

O professor Guilherme Horta Travassos, da Coppe, falou sobre a formação de grupos multidisciplinares na UFRJ para o enfrentamento da Covid-19. “Estávamos em um voo às cegas, buscando entender como a pandemia evoluía no estado do Rio de Janeiro. Então, desenvolvemos o covidímetro, modelo preditivo, para apoiar a evolução e previsão de risco no estado, para mensurar a taxa R, a taxa de contágio, quanto cada indivíduo pode infectar outros indivíduos. O desafio é termos dados integrados entre os diversos sistemas e disponibilizados de maneira tempestiva”.

Travassos citou outros projetos como o VexCo, ventilador pulmonar de exceção, de baixo custo e sistemas de oximetria, “já bem avançados em testes de campo, com pacientes em enfermaria, monitoram continuamente dados de saturação, temperatura e frequência cardíaca. Uma versão de uso residencial está sendo produzida. Eles são resultados de grande esforço coletivo e multidisciplinar que ocorre na UFRJ”, destacou o professor do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação.

Covid-19 e a desigualdade: a maior comorbidade é o CEP

Jorge Abrahão, coordenador geral do Instituto Cidades Sustentáveis, apresentou o Índice de desenvolvimento sustentável das cidades, feito pelo Instituto, e que classifica 770 cidades brasileiras de acordo com os 17 ODS. “São questões como redução de desigualdades, desenvolvimento sustentável, transparência e participação, modernização da gestão pública, democracia, equidade de gênero. Conseguimos ter o perfil da cidade, a nota para cada ODS e o caminho que falta. O município de Morungaba (SP) tem a maior nota do país (77,4), tem alto desenvolvimento sustentável e percorreu 3/4 do caminho para 2030”, explicou.

De acordo com Abrahão, o Mapa da Desigualdade de São Paulo mostra que a expectativa de vida é 81 anos no Jardim Paulista e de 58 anos no Jardim Angela, evidenciando o tamanho da desigualdade na mesma cidade. “Não há moradias consideradas precárias no centro expandido de São Paulo, nas periferias as moradias precárias chegam a 30%. A partir destes dados temos propostas para as cidades, para que elas caminhem para o desenvolvimento sustentável e gerem qualidade de vida para as pessoas. Para enfrentar as mudanças climáticas e outros desafios, precisamos de aperfeiçoamento na democracia. É a política que manda. Quando temos políticos comprometidos e sensíveis para esta agenda, é quando conseguimos ter os maiores avanços”.

“Nós verificamos a taxa de mortalidade por Covid-19 em cada bairro da cidade de São Paulo e buscamos a correlação. A letalidade foi muito maior na Zona Norte e na Zona Leste da cidade. A relação da desigualdade com as mortes por Covid é evidente. A grande comorbidade na cidade de São Paulo foi o CEP e essa é a grande questão a enfrentar”, avaliou Jorge Abrahão.

Potencial para aproveitamento das energias oceânicas

O professor Segen Estefen, do Programa de Engenharia Oceânica (PEnO) da Coppe, falou sobre projetos liderados pelo Grupo de Energias Renováveis Oceânicas da UFRJ, como o protótipo de usina de ondas que foi testado no Porto de Pecém (CE), por quatro anos, com capacidade de geração de 100 Kw/h, e um protótipo de conversão de ondas nearshore, ainda em fase laboratorial, que será instalado na Ilha Rasa, a 100m da praia de Copacabana, em projeto apoiado por Furnas.

“O Brasil tem grande potencial para todas as fontes oceânicas, para desenvolvimento econômico e social. O país tem 8500 km de costa, banhando 17 estados, 463 cidades, e concentra 25% da população brasileira. A zona econômica exclusiva é quase do tamanho da metade do território brasileiro. Há muito potencial para geração eólica offshore, sobretudo no Nordeste, mas também no Sudeste e Sul. O país precisa de um plano nacional para aproveitamento da eólica offshore e também para produção de hidrogênio verde. Há um grande potencial de emprego e renda para esta blue economy”, avaliou Segen, coordenador do Laboratório de Tecnologia Submarina (LTS) da Coppe.

O professor Alexandre Evsukoff, do Programa de Engenharia Civil (PEC) da Coppe, apresentou o Centro de Excelência em Transformação Digital e Inteligência Artificial do estado do Rio de Janeiro (Hub.Rio), iniciativa lançada em 2020, para reunir e alavancar ativos do estado para ofertar soluções tecnológicas contemporâneas ancoradas em Inteligência Artificial, e liderada pela Coppe e pelo Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC).

“O Hub.Rio conta com a participação de empresas do ecossistema de inovação da UFRJ e busca estruturar a rede temática interdisciplinar e produzir soluções tecnologicamente inovadoras, envolvendo transformação digital e técnicas de Inteligência Artificial (IA). Assim, levar as inovações e desenvolvimento cientifico e tecnológico gerado na rede diretamente para o mercado”, explica Evsukoff.

PNE 2050: alinhando o Brasil aos esforços internacionais

Giovani Machado, diretor de Estudos Econômico- energéticos e Ambientais da EPE, falou sobre o Plano Nacional de Energia (PNE) 2050 e listou os objetivos do Plano como alinhar o país aos esforços de combate às mudanças climáticas e preservação ambiental, garantir segurança energética, fornecimento e confiabilidade, e colocar a energia como fator fundamental para o desenvolvimento econômico e a equidade.

Segundo Giovani, a EPE estima que até 2050, a demanda energética seja 2,2 vezes maior do que o ano-referência de 2015 e a demanda elétrica 3,3 vezes maior. “Além disso, ainda é grande a pobreza energética do país, com baixos níveis de consumo per capita. Por isso, é preciso promover o melhor uso dos recursos energéticos nacionais, sob desenho de mercados competitivos e efetiva governança institucional, que permitam inovação tecnológica e transição energética, a fim de construir o desenvolvimento sustentável de longo prazo do Brasil”.

“A transição é um processo e não uma virada de chave, algumas áreas vão mudar mais rápido, outras mais lentamente e mesmo as mais tradicionais apresentarão uma cesta de produtos diferente com o passar do tempo. Por exemplo, veremos a transformação de refinarias em complexos energéticos que forneçam diversos outros serviços, incluindo biomassa e sequestro de carbono. As plantas de biocombustíveis vão se inserir de forma mais ampla, com economias de escopo e pool de receitas mais amplo. Mas, as compensações florestais e mercado de carbono ainda terão um papel importante na transição brasileira”, exemplificou o pesquisador, que fez seu mestrado e doutorado no Programa de Planejamento Energético (PPE) da Coppe.

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Título: Ensino Híbrido: Desafios e perspectivas nas engenharias e no ensino básico
Coordenador: MARCELLO LUIZ RODRIGUES DE CAMPOS
Contato do coordenadorcampos@smt.ufrj.br

Resumo: A pandemia da COVID-19 impôs uma transição drástica do modelo padrão de ensino, para aulas estritamente virtuais, e tem exigido um grande esforço para preparar e oferecer cursos aos alunos, seja no ensino universitário ou no ensino básico, pois poucos estavam preparados para lidar com as tecnologias de ensino online. Passados meses após o isolamento, não tem sido trivial a transição do presencial para o virtual, principalmente na manutenção da qualidade das disciplinas oferecidas neste novo formato. Uma lição foi aprendida neste processo: é necessário investir de forma permanente na implementação de tecnologias inovadoras/eficientes no melhoramento dos processos de ensino e aprendizagem. Neste sentido, este projeto visa a dar apoio à rede pública de ensino, seja no âmbito do ensino básico ou do ensino de engenharia em outras universidades, no Estado do Rio de Janeiro. O objetivo é o desenvolvimento de recursos e cursos em formato híbrido, incorporando técnicas de aprendizado ativo, sala de aula invertida, multimodalidade, etc.

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TítuloEscola Piloto em Engenharia Química Prof. Giulio Massarani
Coordenador: HENRIQUE POLTRONIERI PACHECO
Contato do coordenadorpacheco.h.pacheco@gmail.com e helen@peq.coppe.ufrj.br

Resumo: A Escola Piloto Presencial (EPP) em Engenharia Química surgiu em 1993, no PEQ/COPPE, e é uma ferramenta de atualização e de educação continuada, bastante útil para professores de ensino médio e de graduação, mas também muito procurada por estudantes e técnicos, além de empregados da indústria em geral. Nesta proposta da EPP desta edição serão oferecidos 10 módulos: TÉCNICAS AVANÇADAS DE CARACTERIZAÇÃO DE MATERIAIS (DIVIDIDA EM 10 SUB-MÓDULOS) ensina técnicas de ponta para caracterização de diversos de tipos de materiais, discutindo o fundamento das técnicas e exemplificando com dados reais. Os módulos são: Módulo 1: Técnicas espectroscópicas (FTIR, DRIFTS, RAMAN e UV-Vis) Módulo 2: Ressonância magnética nuclear (RMN) Módulo 3: Difração de raios x (DRX) Módulo 4: Espectrômetro de Massas e Redução à Temperatura Programada (MS e TPR) Módulo 5: Cromatografia por permeação em gel (GPC) Módulo 6: Análises de tamanho de gotas e partículas Módulo 7: Técnicas cromatográficas gasosa e líquida – Uma visão de Troubleshooting Módulo 8: Elementos de caracterização de petróleo Módulo 9: Análises térmicas – TGA, DSC e DMA Módulo 10: Biotecnologia no Cotidiano.

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TítuloLaboratório de Informática e Sociedade – LabIS
Coordenador:  HENRIQUE LUIZ CUKIERMAN
Contato do coordenadorhcukier@cos.ufrj.br e lealsobral@cos.ufrj.br

Resumo: O LabIS veio se configurando ao longo de uma caminhada que remonta aos trabalhos e investigações da linha de pesquisa em Informática e Sociedade (IS) do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação (PESC) da COPPE/UFRJ. Uma linha de pesquisa há tempos em busca de um Brasil ainda por inventar, movida pelo desejo de compreender a realidade brasileira para colaborar com a construção de um país mais justo e equânime. Trabalhamos com a produção de software de acessibilidade (LibrasOffice), jogos educativos (Damática), bancos comunitários (Mumbuca e Preventório) e oferecemos cursos de programação para estudantes da rede pública do ensino médio.

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TítuloLetramento de Jovens, Adultos e Idosos da COPPE/UFRJ
Coordenador: DENISE CUNHA DANTAS
Contato do coordenadorddantas@oceanica.ufrj.br

Resumo: O Letramento de Jovens, Adultos e Idosos da COPPE/UFRJ é um projeto aberto a todo aquele que não é alfabetizado e aquele que não teve acesso ou não concluiu os estudos no Ensino Fundamental na idade escolar referente. Foi criado em 2005 pela Assessoria de Desenvolvimento Social da COPPE, a partir de uma pesquisa com os servidores e trabalhadores terceirizados que atuavam em atividades de limpeza e serviços gerais. A pesquisa foi ampliada para outras unidades e setores da Universidade. Hoje o Projeto tem como aluno servidores da UFRJ e terceirizados que, em sua maioria, trabalham no Centro de Tecnologia, e cidadãos moradores do entorno da Ilha do Fundão, principalmente da Vila Residencial e do Complexo da Maré. As aulas são ministradas no Centro de Tecnologia para as turmas de Letramento Básico, Intermediário e Avançado. E acontecem de segunda a sexta feira, de 15 às 16:30 horas.

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TítuloPolímeros para o setor de petróleo e gás – Aditivos
Coordenador: TAISSA ZANGEROLAMI LOPES RODRIGUES
Contato do coordenadortaissazl@yahoo.com.br e elucas@metalmat.ufrj.br

Resumo: A ação contempla aulas teóricas e demonstrativas e obtenção, caracterização e propriedades em solução dos polímeros, além de suas aplicações como aditivos na indústria do petróleo.

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TítuloPolímeros: aplicações e uso consciente
Coordenador: ARIANE DE JESUS SOUSA BATISTA
Contato do coordenadorariane.pent@gmail.com e ariane@pent.coppe.ufrj.br

Resumo: A reciclagem de plásticos é um tema importante, visto que mais de 60% de todo plástico produzido já virou resíduo e apenas 9% foi reciclado em todo mundo. No Brasil os dados são ainda mais alarmantes. O relatório apresentado pelo WWF recentemente afirma que o Brasil é o quarto maior produtor de resíduos plásticos do mundo e recicla menos de 2% desse montante. Contudo, políticas de reciclagem e educação ambiental ainda são precárias e pouco divulgadas, e a disseminação de informações que tornam os plásticos vilões fazem com que o banimento desses materiais seja cada vez mais desejável. No entanto, vale lembrar que os plásticos são polímeros de alto valor agregado, baixo custo de produção e muito versáteis, e quando reciclados podem ser reinseridos na cadeia produtiva, possibilitando a produção de novos materiais, além de alavancar o setor energético. Dessa forma esse projeto visa instruir e incentivar alunos de escolas públicas e privadas a serem multiplicadores dos conceitos de reciclagem em suas escolas, famílias e comunidade. Onde palestras e atividades lúdicas serão realizadas, de forma virtual, incentivando o descarte correto ou reutilização de resíduos plásticos, evitando que esses resíduos sejam descartados em lugares impróprios.

Site onde os trabalhos realizados pelo projeto de extensão são divulgados
Instagram do Grupo EngePol (PEQ/COPPE/UFRJ), onde todos os nossos trabalhos e laboratórios são divulgados, inclusive os do projeto de extensão

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TítuloPrograma de Incubação de Empreendimentos Populares – Inovação Social dos Processos de Incubação de EES
Coordenador: AMANDA FERNANDES XAVIER PEDROSA
Contato do coordenador: amandaxavier86@gmail.com

Resumo: A ITCP/COPPE vem atuando, desde a sua criação, no apoio aos Empreendimentos Populares. Desenvolve ações que vão de encontro às necessidades das classes populares e dos setores informais, que historicamente ficam à margem das ações sociais desenvolvidas pelo Estado. Hoje novas técnicas e ferramentas são requeridas para enfrentar os novos desafios que se apresentam. Esta proposta visa investigar metodologias inovadoras de incubação, que propiciem o aperfeiçoamento das atividades dos empreendimentos incubados, dando continuidade às ações desenvolvidas pela ITCP/COPPE. A implantação das novas metodologias desenvolvidas permitirá melhorar a qualidade dos Empreendimentos Econômicos Solidários – E. Site da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares – ITCP/COPPE/UFRJ 

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TítuloEspaço COPPE Miguel de Simoni
Coordenador: CLAUDIA MARIA LIMA WERNER
Contato do coordenador: werner@cos.ufrj.br

Resumo: A atividade central deste projeto é a visitação guiada a exposição do Espaço COPPE, realizada predominantemente por estudantes do Ensino Médio da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Os grupos de estudantes realizam as visitas acompanhados por professores das escolas de origem. O ambiente dos espaços de divulgação científica e tecnológica, como o Espaço COPPE, pode proporcionar elementos-chave de fomento à motivação intrínseca do aprendizado – por exemplo: construção de significado pessoal, tarefas desafiadoras, colaboração e sentimentos positivos sobre os esforços realizados e, portanto, são potenciais indutores da formação de vínculos novos, por vezes mais intensos. Site do Espaço COPPE  

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TítuloSISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE (SGQ) e MODELO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO (MEG) PARA SERVIDORES PÚBLICOS – DEFESA
Coordenador: EDUARDO OLIVEIRA DOS SANTOS
Contato do coordenadoreduardo.oliveira@adc.coppe.ufrj.br e karina.andrade@adc.coppe.ufrj.br

Resumo: O Curso tem por objetivo a elaboração, implantação, manutenção, melhoria contínua e auditorias internas de sistemas de gestão da qualidade segundo requisitos das normas NBR-ISO:9001 e implantação de boas práticas de gestão segundo os critérios definido no Modelo de Excelência em Gestão (MEG) da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ). O curso está vinculado ao Programa FORMAÇÃO CONTINUADA DE SERVIDORES PÚBLICOS.

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TítuloSISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE (SGQ) e MODELO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO (MEG) PARA SERVIDORES PÚBLICOS GERAIS E UFRJ
Coordenador: EDUARDO OLIVEIRA DOS SANTOS
Contato do coordenadoreduardo.oliveira@adc.coppe.ufrj.br

Resumo: O Curso tem por objetivo a elaboração, implantação, manutenção, melhoria contínua e auditorias internas de sistemas de gestão da qualidade segundo requisitos das normas NBR-ISO:9001 e implantação de boas práticas de gestão segundo os critérios definido no Modelo de Excelência em Gestão (MEG-TR) preconizada pela SEGES do Ministério de Economia). O curso está vinculado ao Programa FORMAÇÃO CONTINUADA DE SERVIDORES PÚBLICOS.

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TítuloUBUNTU.lab – Programa de inovação aberta em cidades inteligentes para a redução da desigualdade racial no Rio de Janeiro

Coordenador: MATHEUS HENRIQUE DE SOUSA OLIVEIRA
Contato do coordenadormatheusoli@hotmail.com

Resumo: O Projeto BRA/15/010 – Fortalecimento e Expansão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial é uma ação entre o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com o objetivo de descentralizar as políticas públicas de igualdade racial e fortalecer e expandir o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir). A Fundação COPPETEC foi uma das entidades selecionadas através do projeto U.lab para apresentar a prefeitura do Rio de Janeiro um laboratório de inovação governamental a ser replicado como política de promoção da igualdade racial no âmbito de implementação do Plano de Desenvolvimento Sustentável do Município desenvolvido pelo Escritório de Planejamento da Secretaria Municipal da Casa Civil (EPL). No âmbito do Sinapir, o presente projeto tem o objetivo de entregar ao município do Rio de Janeiro, um programa de inovação governamental que coloca o jovem negro como protagonista da tecnologia capaz de promover o bem-estar no seu dia a dia.

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TítuloUnidade de Suporte à Inovação Social – USIS
Coordenador:  CARLA MARTINS CIPOLLA
Contato do coordenadorcarla.cipolla@ufrj.br

Resumo: A atividade apoia inovações sociais como chave para o desenvolvimento. O USIS/ UFRJ – Unidade de Suporte à Inovação Social – nasceu do projeto LASIN – Latin American Social Innovation Network -, financiado pela Comissão Europeia, com o propósito de implementar um modelo de envolvimento Universidade/comunidade, baseado na combinação de atividades curriculares e extra-curriculares, materiais e instrumentos de aprendizagem, treino prático, oficinas e mentorias para reforçar as ligações da universidade com o ambiente social mais amplo (Grupos comunitários, ONGs e/ou OSCIPS, Organizações governamentais, empresas e escolas) com metodologia própria desenvolvida por LASIN.

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Título“TÁ” LIGADO?! MINHA CÂMERA NA MÃO E UMA IDEIA NA CABEÇA – A LINGUAGEM AUDIOVISUAL COMO LIVRE EXPRESSÃO NA CONSTRUÇÃO DIALÉTICA NO ESPAÇO ENTRE A UNIVERSIDADE, A ESCOLA E A SOCIEDADE
Coordenador:  ANDREA MARIA DO NASCIMENTO SILVA
Contato do coordenadorandreanascimento@cos.ufrj.br

Resumo: Todos nós da comunidade acadêmica e escolar tivemos que nos adaptar à utilização de soluções tecnológicas para nos comunicar, socializar e nos relacionar durante o período de pandemia para reproduzir a rotina de uma sala de aula. Com isso, a linguagem audiovisual e o uso de dispositivos portáteis, como smartphones e tablets, que já era uma realidade muito presente em nossa vida, de repente, se tornou fundamental. Essa proximidade foi uma grande motivação que trouxe a memória da frase emblemática do cineasta Glauber Rocha – Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça – que inspirou o título deste projeto e que nos faz compreender que atualmente a nossa práxis gira em torno dessa máxima que representa nosso atual cenário social nos hábitos de registrar e compartilhar nossas imagens, nossos áudios, nossos vídeos, seja de forma direta ou indiretamente nas redes sociais. Portanto, este projeto visa atender a uma demanda técnica para auxiliar a produção de conteúdo de divulgação de pesquisas, trabalhos escolares, vídeo aulas, entre outros, de forma que o público participante do projeto conheça detalhes da composição audiovisual. Enfatizar o uso da linguagem audiovisual para acesso ao conhecimento e para a troca de saberes, uma comunicação dialética onde é importante não só transmitir o conhecimento gerado na universidade mas também possibilitar que a sociedade contribua com o seu olhar, seu fazer, sua crítica.

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