Reconhecimento à excelência acadêmica: Coppe premia docentes no Mérito Acadêmico 2025
Planeta COPPE / Engenharia Civil / Engenharia Elétrica / Engenharia Oceânica / Institucional Coppe / Notícias
Data: 04/12/2025

A Coppe/UFRJ promove, no dia 9 de dezembro, às 10h30, a entrega do Prêmio Coppe Mérito Acadêmico 2025, destinado a reconhecer docentes cuja excelência, dedicação e contribuição institucional se destacam ao longo da carreira. A premiação simboliza o reconhecimento ao papel estratégico do professor como agente de transformação — não apenas na produção de conhecimento, mas na formação de pessoas, no avanço científico e tecnológico e no fortalecimento da missão pública da Coppe e da universidade brasileira.
Neste ano, os professores Murilo Augusto Vaz e Rodrigo de Souza Couto, dos Programas de Engenharia Oceânica e de Engenharia Elétrica, respectivamente, receberão o Prêmio Coppe Mérito Acadêmico Giulio Massarani nas categorias docente sênior e docente jovem. Já o professor Romildo Dias Toledo Filho, do Programa de Engenharia Civil, será agraciado com o Prêmio Lobo Carneiro Mérito Acadêmico. Cada um deles representa trajetórias marcadas por persistência, compromisso com a sociedade e dedicação cotidiana ao ensino, à pesquisa e à inovação.
Criado em 2004, o Prêmio Coppe Mérito Acadêmico é concedido a docentes que se destacam pela produção acadêmica, pela formação de recursos humanos e pela contribuição institucional. O nome da premiação homenageia Giulio Massarani, um dos fundadores da Coppe, que deixou um legado de excelência acadêmica e visão estratégica.
O critério de avaliação baseia-se na produção dos últimos três anos, com ênfase na qualidade e impacto das contribuições — entre elas, publicações científicas, citações internacionais e orientação de dissertações e teses. O Prêmio Lobo Carneiro Mérito Acadêmico, criado em 2016, segue os mesmos critérios, destacando ainda a contribuição do docente para o fortalecimento da Coppe, homenageando outro professor que marcou profundamente a instituição.
Mais do que reconhecer trajetórias individuais, a Coppe reafirma, com esse prêmio, que o conhecimento e a educação são parte da riqueza de um país. Ao celebrar seus professores, celebra-se também o papel estruturante que a ciência e a formação de pessoas desempenham no desenvolvimento nacional — missão à qual a Coppe se dedica há mais de seis décadas.
O evento será realizado no auditório da Coppe, no Centro de Tecnologia 2, bloco 1, Cidade Universitária, e transmitido ao vivo pelo canal da Coppe no YouTube.
Confira uma breve apresentação dos professores premiados:
Murilo Augusto Vaz – Referência nacional e internacional em Estruturas Oceânicas
Professor titular da UFRJ e pesquisador nível 1C do CNPq Murilo Augusto Vaz, integra o Programa de Engenharia Oceânica da Coppe, desde 1997, onde construiu uma trajetória de destaque, reconhecida pela solidez científica, pela atuação formadora e pelo impacto internacional de sua pesquisa. Mestre em Engenharia Oceânica pela Coppe (1990) e doutor pela University of London (1994), é hoje uma das principais referências brasileiras nos campos de Estruturas Oceânicas e Sistemas Submarinos.
Murilo dedica-se há mais de trinta anos à formação de especialistas que atuam em áreas estratégicas do setor offshore. Nesse período, estruturou uma linha de pesquisa consistente voltada ao estudo do comportamento mecânico de estruturas oceânicas esbeltas e ao desenvolvimento de soluções aplicadas à indústria. Seu trabalho se destaca pelo desenvolvimento de modelos analíticos e numéricos aplicados a componentes essenciais da engenharia submarina. A produção científica de Murilo é significativa: 266 publicações completas em revistas e congressos, e orientação de 81 dissertações de mestrado, e 17 teses de doutorado, além da supervisão de nove pós-doutores.
À frente do Núcleo de Estruturas Oceânicas (NEO), o professor coordena pesquisas realizadas em estreita parceria com a indústria de óleo e gás. Sua contribuição à engenharia oceânica e naval brasileira também se reflete nos prêmios que recebeu ao longo da carreira, entre eles a distinção da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (2004), o prêmio de Melhor Artigo no Congresso Nacional de Transportes Marítimos (2006), a homenagem pelos serviços prestados na coordenação do PRH-03/ANP-MCT (2008) e a homenagem do Programa de Engenharia Oceânica na Comemoração de 60 anos da Coppe (2023).
Em 2001, tornou-se Fellow da Society for Underwater Technology, reconhecimento que reforça sua liderança acadêmica internacional. Sua atuação internacional também inclui forte presença na American Society of Mechanical Engineers (ASME), pela qual recebeu quatro Conference Appreciation Awards, reconhecimento por sua participação em eventos dedicados a tecnologias de risers e dutos submarinos.
Rodrigo de Souza Couto — Reconhecimento e Excelência Acadêmica
Professor adjunto da UFRJ e pesquisador nível C do CNPq, Rodrigo de Souza Couto integra o Programa de Engenharia Elétrica (PEE) da Coppe desde 2018. Sua trajetória acadêmica é marcada por desempenho de excelência: formado em Engenharia Eletrônica e de Computação em 2011 com distinção cum laude, ingressou diretamente no doutorado do PEE, concluído em 2015, sem a necessidade de mestrado — um reconhecimento raro reservado a alunos com desempenho acadêmico excepcional. No mesmo ano, concluiu o pós-doutorado também pelo PEE e tornou-se docente da UERJ, onde permaneceu por cerca de três anos antes de retornar à Coppe.
Atuando nas áreas de Telecomunicações e Sistemas de Computação com ênfase em Teleinformática, Rodrigo tem contribuído para temas estratégicos como Computação na Borda para Visão Computacional, Redes de Acesso via Rádio (RANs) e Internet das Coisas (IoT). Seu impacto acadêmico e científico se reflete em números expressivos: 92 publicações completas em revistas e congressos, sete programas de computadores registrados, a orientação de duas teses de doutorado e 18 dissertações de mestrado até o momento.
Seu reconhecimento pela comunidade científica e tecnológica brasileira é crescente. Rodrigo é Jovem Cientista do Nosso Estado (Faperj) desde 2018, integra o Conselho Diretor do Clube de Engenharia desde 2023, é membro do Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE) desde 2011 e da Sociedade Brasileira de Computação (SBC) desde 2014. Em 2025, passou também a atuar como Conselheiro Regional no CREA-RJ; e mais recentemente, em novembro do presente ano, passou a representante dos Professores Adjuntos do CT no Consuni da UFRJ.
Entre suas distinções mais recentes, destacam-se a Medalha Amigo da Marinha e o prêmio de Melhor Trabalho no Workshop de Computação Urbana (CoUrb) 2025, promovido pela SBC — conquistas que reforçam sua contribuição tanto para o avanço científico quanto para o desenvolvimento tecnológico do país.
Romildo Dias Toledo Filho – Referência mundial em construção com materiais sustentáveis
Professor titular da UFRJ, membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da Academia Nacional de Engenharia e pesquisador 1A do CNPq, Romildo Dias Toledo Filho integra o Programa de Engenharia Civil (PEC) da Coppe desde 1999. Mestre (1986) e doutor (1997) em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), realizou pós-doutorado na Universidade Técnica de Dresden, na Alemanha (2009–2010).
Atual diretor do Parque Tecnológico da UFRJ, Romildo Toledo já atuou como diretor da Coppe (2019–2023), vice-diretor (2015–2019), diretor de Tecnologia e Inovação e Diretor Superintendente da Fundação Coppetec (2013–2015). Nesse período, também foi um dos dirigentes do Centro China-Brasil de Mudanças Climáticas e Energias Renováveis — parceria entre a Coppe e a Universidade de Tsinghua, em Pequim.
Em 2002, foi nomeado pela Capes para integrar a comissão especial responsável pela elaboração do Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) 2021–2030, atuando como um de seus três relatores. É ainda membro titular da Academia Mundial de Ciências (TWAS), integrante do INBAR Bamboo Construction Task Force e vice-presidente da Associação Brasileira de Materiais e Tecnologias Não Convencionais.
Na Coppe, coordena o Numats do PEC. Ao longo de sua carreira, publicou 762 trabalhos completos em revistas e congressos; orientou 54 teses de doutorado e 78 dissertações de mestrado; e supervisionou 17 pesquisadores de pós-doutorado. Suas linhas de pesquisa abrangem concreto e materiais compósitos; materiais inteligentes, nanoestruturados e para impressão 3D; materiais cimentícios para o desenvolvimento sustentável; bambu e fibras vegetais, entre outras.
Sua trajetória inclui importantes premiações, como o Prêmio Luiz Alfredo Falcão Bauer – Destaque do Ano em Engenharia, no campo das pesquisas em concreto e materiais constituintes, concedido pelo Instituto Brasileiro do Concreto (2009) e o Prêmio FAPERJ na categoria Inovação para o Setor Público. Foi contemplado cinco vezes como Cientista do Nosso Estado (2010, 2013, 2016, 2021 e 2025) e, anteriormente, como Cientista Jovem do Nosso Estado (2000), também pela Faperj.
Quem foi Giulio Massarani
Giulio Massarani foi engenheiro químico, pesquisador e professor, nascido em Roma em 1937 e radicado no Brasil desde a infância. Formado em Engenharia Química pela então Universidade do Brasil (atual UFRJ), tornou-se um dos primeiros mestres em engenharia no país ao obter seu mestrado pela Universidade de Houston, em 1963. Em seguida, completou o doutorado na Universidade Paul Sabatier (França) em 1971. Pouco depois, contribuiu decisivamente para a fundação da Coppe/UFRJ — o principal centro de pós-graduação e pesquisa em engenharia da América Latina — dando início a uma tradição de excelência acadêmica e formação de gerações de engenheiros.
Ao longo de sua trajetória, como professor do Programa de Engenharia Química da Coppe, Massarani orientou dezenas de mestrados e doutorados, publicou centenas de artigos técnicos e livros, além de liderar pesquisas importantes sobre sistemas particulados e escoamento em meios porosos. Seu legado extrapolou a produção científica: muitos de seus orientandos fundaram cursos de pós-graduação em engenharia em diversas instituições pelo país, disseminando o impacto de sua formação e ensinamentos. Em reconhecimento à sua contribuição para a engenharia brasileira e à sua dedicação à educação, a Coppe batizou seu principal prêmio de mérito acadêmico com seu nome — símbolo permanente de excelência, dedicação e legado institucional.
Por que ele é uma figura simbólica da Coppe e da engenharia brasileira
Giulio Massarani não foi apenas um pesquisador de destaque: ele foi um pioneiro da pós-graduação em engenharia no Brasil. Seu trabalho como professor, orientador e formador de gerações impulsionou a consolidação da engenharia como área de pós-graduação no país — especialmente no campo da Engenharia Química.
A amplitude de sua produção científica, aliada à sua dedicação à formação de recursos humanos, faz dele um marco histórico para a Coppe/UFRJ. Por isso, nomear o prêmio institucional em sua homenagem simboliza o reconhecimento da excelência acadêmica e do compromisso com a pesquisa e a educação de alto nível.
Quem foi Lobo Carneiro
Fernando Luiz Lobo Barboza Carneiro (Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 1913 – 15 de novembro de 2001) foi um dos grandes nomes da engenharia civil no Brasil. Graduou-se em 1934 pela Escola Politécnica da então Universidade do Brasil (atual UFRJ), com distinção de mérito, e iniciou sua carreira no Instituto Nacional de Tecnologia (INT), onde desenvolveu pesquisas pioneiras sobre resistência e dosagem de concretos. Entre suas contribuições de maior impacto está o método de dosagem experimental de concretos — e, especialmente, o desenvolvimento do ensaio de resistência à tração de concretos que ficou mundialmente conhecido como “Brazilian test” (ensaio brasileiro).
Em 1967, Lobo Carneiro assumiu papel decisivo na criação da pós-graduação em Engenharia Civil no país ao reformular o programa correspondente na Coppe, que acabava de ser implantado. Como professor e orientador, fundou e coordenou o Laboratório de Estruturas da universidade — a maior infraestrutura desse tipo na América Latina na época — e orientou inúmeras dissertações e teses. Também atuou em consultorias de obras estruturais importantes, participou de comissões normativas de concreto armado na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e colaborou com pesquisas em engenharia offshore e exploração de petróleo, contribuindo para o desenvolvimento da engenharia no Brasil.
Por que ele é uma figura simbólica da Coppe e da engenharia brasileira
O legado de Lobo Carneiro para a Coppe transcende sua obra técnica: ele ajudou a transformar a instituição em referência nacional e internacional em engenharia civil e estruturas, além de liderar o início da parceria histórica da Coppe com a Petrobras para exploração em águas profundas. Ao reformular o primeiro programa de pós-graduação civil da Coppe, estruturou a formação de gerações de engenheiros que hoje atuam em universidades, empresas de construção, pesquisa e desenvolvimento.
Nomear o principal prêmio de mérito acadêmico da Coppe como Prêmio Lobo Carneiro Mérito Acadêmico simboliza esse legado de excelência, de compromisso com a pesquisa, com a formação de recursos humanos e com a consolidação institucional. Sua trajetória inspira os valores de inovação, rigor técnico e responsabilidade social que norteiam a Coppe até hoje.
