/Polímeros para a saúde

Um processo para a produção de polímeros que transportam medicamentos diretamente para as células doentes barateará os tratamentos de ponta para pacientes de câncer e de esquistossomose no Brasil.

 

O processo utiliza como base um polímero sintético – esfera microscópica de materiais plásticos – denominado casca-núcleo, já patenteado pela Coppe em parceria com uma empresa. No caso do combate ao câncer, seu tamanho permite que a micropartícula seja injetada no corpo para levar o medicamento, via corrente sanguínea, até o local mais próximo possível do tumor.

 

 

Diferencial

 

 

Um dos diferenciais da técnica desenvolvida na Coppe é a inserção do medicamento no polímero feita em uma única etapa do processo de produção, reduzindo tempo e custo de fabricação.

 

A aplicação de fármacos por meio de polímeros é mais eficaz que o tratamento quimioterápico tradicional porque atua diretamente sobre as células afetadas. Desse modo, reduz a quantidade de medicamentos no organismo e, consequentemente, seus efeitos colaterais. Mas, no Brasil, sua utilização ainda é restrita em virtude do alto custo dos produtos importados.

 

O polímero da Coppe pode ter mais de uma função e ser utilizado em vários tipos de tratamento. Além de servir como veículo para transportar fármacos na corrente sanguínea, pode combater tumores por meio de embolização. Nesse caso, obstrui os vasos sanguíneos, o que impede a irrigação de sangue sobre o tumor, fazendo-o regredir ou mesmo o eliminando.

 

 

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Esquistossomose

 

No caso da esquistossomose, o uso de um polímero sintético é especialmente adequado para o tratamento pediátrico. O polímero que está sendo produzido na planta-piloto da Coppe armazenará o praziquantel, medicamento habitualmente usado contra a doença, que atinge 8 milhões de pessoas no Brasil e 200 milhões no mundo – a maioria composta de crianças da América do Sul e da África.

 

O praziquantel encapsulado no polímero tem melhor aproveitamento no organismo, pois a perda no sistema gastrintestinal é reduzida. Além disso, o polímero facilita a ingestãopelas crianças, que costumam rejeitar o gosto amargo do remédio e têm dificuldade de engolir os grandes comprimidos em que o medicamento hoje é oferecido.

 

 

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Vídeo clipping:

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Emissora: TV Globo.
Programa: Jornal Nacional.
Exibido em: 22/10/2012.