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Governança da Internet – Contexto, impasses e caminhos
- Autor: Henrique Luiz Cukierman, Marcelo Savio, Ivan da Costa Marques, Carlos A. Afonso e Internet Governance Project
- Páginas: Peirópolis
- Editora: 96
“Governança da Internet – Contexto, impasses e caminhos” fala de um tema que costuma ser tratado apenas pelo viés técnico: a Internet. Não é o que fazem os autores deste livro, entre eles o professor do Programa de Engenharia de Sistemas da COPPE, Henrique Luiz Cukierman, seu aluno de mestrado, Marcelo Savio, e o professor Ivan da Costa Marques, do Instituto de Matemática da UFRJ que assinam o capítulo “A Governança da Internet: o controle do namespace no ciberespaço”. O livro é a primeira realização do Núcleo de Pesquisa, Estudos e Formação (NUPEF), da Rede de Informações para o Terceiro Setor (RITS).
Neste capítulo os autores afirmam considerar um “desserviço” tratar da chamada “governança da internet” como algo meramente técnico. O próprio termo “governança da internet” já ajuda a dissipar tal visão. Não há, diz o artigo, consenso sobre o termo, mas este poderia ser definido como a ação coletiva de governos e entidades privadas no estabelecimento de regras para todas as atividades que afetem ou sejam afetadas pela internet. É algo, portanto, que transcende em muito a técnica. As questões relacionadas à internet envolvem aspectos políticos e econômicos de grande alcance.
O professor Cukierman, que na COPPE desenvolve pesquisa sobre informática e sociedade, ilustra “o controle do namespace no ciberespaço” como sendo uma grande lista telefônica em que os endereços eletrônicos (URLs) sempre têm números correspondentes: os chamados “endereços IP”. Este relacionamento se dá através de uma estrutura de domínios (“.com”, “.com.br”, “.ufrj.br”, por exemplo). Os responsáveis pelo controle de cada um destes domínios têm poder sobre todos os sites que deles façam parte. Assim, se por qualquer motivo, o domínio “com.br” for retirado da rede por seu servidor, todo o conteúdo a ele relacionado não poderá ser acessado. O artigo chama a atenção para o fato que, com um início militar e acadêmico, a internet não tinha a motivação comercial, o que não acontece hoje. Fazem-se necessárias, portanto, obras que, como “Governança da Internet”, pensem em formas adequadas ao controle do fluxo de informações e capital que circulam na rede.
“Governança da Internet” tem como organizador o diretor de planejamento e propostas da RITS, Carlos A. Afonso, que assina dois de seus capítulos. Há também um capítulo realizado pela equipe do Internet Governance Project (Projeto de Governança da Internet), da universidade de Syracuse, nos EUA.