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/Aluno da Coppe projeta jangada acessível

Pesquisadores da Coppe desenvolveram uma jangada especialmente adaptada para possibilitar que portadores de deficiência física ou com mobilidade reduzida desfrutem passeios no mar, com segurança e comodidade. Fruto do trabalho desenvolvido pelo arquiteto e urbanista Jorge Luiz Silva, no Curso de Especialização Superior em Ergonomia (Ceserg) da Coppe, sob a orientação do professor Mario Cesar Vidal, do Programa de Engenharia de Produção, o projeto Jangada Acessível vem sendo testado com sucesso nas piscinas naturais da Pajuçara, em Maceió.

“A ideia foi criar uma estrutura simples, tanto para o usuário como para o jangadeiro. Mais larga que a tradicional, a jangada acessível conta com espaços facilmente adaptáveis para o transporte de pessoas que têm pouca mobilidade ou mesmo para aquelas acompanhadas de crianças. Essa embarcação proporciona mais estabilidade e segurança”, explica Jorge.


Para desenvolver a concepção das embarcações, o arquiteto contou com o apoio do Grupo de Ergonomia e Novas Tecnologias do Programa de Engenharia de Produção da Coppe. Construídas com madeiras de pequi, jaqueira e maçaranduba, as duas primeiras jangadas fabricadas a partir deste projeto já se encontram em operação. Denominadas Acessibilidade I e II, elas medem 6,45 metros de comprimento e 1,98 metro de largura e podem comportar até seis pessoas, duas das quais portadores de cadeira de rodas. Uma terceira jangada começará a ser construída no mês de outubro.

Outro ponto importante do projeto é contribuir para a organização da atividade de jangadeiro, tema do trabalho desenvolvido por Jorge Luiz no curso de especialização concluído na Coppe. Segundo o arquiteto, com a implantação do projeto, alguns jangadeiros que realizam o passeio às piscinas naturais da Pajuçara já estão mais conscientes da necessidade de criar uma associação para gerenciar e coordenar suas atividades e buscam o apoio do Sebrae.


Para a execução da jangada acessível, o arquiteto ergonomista, que desenvolve projetos de acessibilidade e melhoria de qualidade de vida, contou com a parceria do jangadeiro e carpinteiro Dinho, responsável pela construção da jangada que leva cerca de 40 dias para ficar pronta. Outro artesão, Durval Joaquim, construiu a esteira de bambu que serve para facilitar o acesso do cadeirante pela areia da praia até a jangada.

“A praia de Pajuçara, em Maceió, a exemplo de outras no Nordeste, oferecem ótimas condições topográficas, com suas águas abrigadas pelos arrecifes que favorecem a implantação do projeto e de um espaço em que todas as pessoas, incluindo aquelas com deficiência, possam usufruir de lazer com segurança e independência.”


“Escolhemos Maceió porque sua orla está acima da média nacional do que estabelece a Norma Técnica de Acessibilidade. Além disso, a cidade possui o aeroporto que oferece as melhores condições de acessibilidade do Brasil. Com as jangadas, estamos dando um passo adiante na cidadania e na acessibilidade ao lazer na orla”, festeja Jorge Luiz.

O projeto Jangada Acessível contou com apoio da Prefeitura Municipal de Maceió, da Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas (Adefal), da Secretaria Municipal de Promoção de Turismo (Semptur) e da Secretaria Municipal de Convívio Urbano O sucesso do projeto tem atraído novas parcerias como a petroquímica Braskem, o Radisson Hotel de Maceió e a Caixa Econômica Federal.

  • Publicado em - 05/10/2010