/Começa no Rio a Conferência Internacional Maglev 2014
As diferentes tecnologias de levitação magnética aplicadas ao transporte de passageiros estão avançando. Mas os empreendimentos ainda dependem de financiamento na maioria dos países que apostam nesta tecnologia, com exceção da China. Essa foi a tônica das duas primeiras apresentações feitas na abertura da 22ª Conferência Internacional sobre Sistemas de Levitação Magnética e Motores Lineares – Maglev 2014, nesta segunda-feira, 29 de setembro, em Copacabana. Os conferencistas Laurence Blow, fundador e presidente da Maglev Transport Inc, e Lin Guobin, vice-diretor do National Maglev Transportation Development, traçaram um panorama da aplicação desta tecnologia, hoje, no mundo.
Especialistas de diferentes países participam do evento, no qual estão discutindo as novidades das tecnologias de levitação magnética e suas aplicações. O encontro, sediado no Hotel Windsor Atlântica, prossegue até quarta-feira, quando os pesquisadores farão visita técnica à linha experimental do Maglev Cobra, trem de levitação magnética da Coppe/UFRJ, que iniciará um período de testes para entrar em operação em 2015.
Acompanhada por cerca de 100 pessoas, a cerimônia de abertura da conferência contou com as presenças do diretor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, e do coordenador do evento, o professor Richard Stephan, do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe. Em seu pronunciamento, Luiz Pinguelli Rosa destacou os anos de trabalho que a equipe do professor Richard vem dedicando ao projeto Maglev Cobra para torná-lo realidade.
Pinguelli também enfatizou as vantagens do trem de levitação, cujo custo de implantação corresponde a um terço do valor estimado para implantação de uma linha de metrô equivalente. “Movido a energia elétrica, o Maglev não emite dióxido de carbono como os ônibus”, comparou Luiz Pinguelli Rosa.
As apresentações da Conferência Maglev 2014 foram iniciadas com a palestra do consultor norte americano Laurence Blow, que falou sobre os projetos de trem de levitação magnética ainda em fase de projeto nos Estados Unidos. Está prevista a construção de linhas ligando Atlanta a Chattanooga, Baltimore a Washington e Califórnia a Nevada, entre outras, que ainda aguardam financiamento para serem implantadas.
Investindo pesado nos trens de levitação magnética, a China conta desde 2003 com a Shanghai Maglev Demonstration Line (SMDL), uma linha experimental que até 2013 já havia transportado 36,7 milhões de passageiros. O país planeja construir outros 16 mil quilômetros de linhas para trens de levitação de alta velocidade até 2020. A previsão foi anunciada pelo professor Lin Guobin, vice-diretor do National Maglev Transportation Development, que apresentou a segunda palestra do primeiro dia do evento. Trem de alta velocidade, o SMDL trafega a até 430 km/h.
Japão também aposta na tecnologia maglev
Outro país que acredita na viabilidade da tecnologia maglev para o transporte de passageiros é o Japão. Nesta terça-feira, o professor da Universidade de Tóquio, Hiroyuki Ohsaki, fará sua apresentação mostrando a aplicação da tecnologia de levitação magnética em um trem de alta velocidade já em funcionamento no Japão, suas vantagens e sua utilização comercial. O projeto do trem Maglev urbano da Coreia e a utilização de veículos Maglev em cidades densamente povoadas são outros assuntos na pauta da conferência, no dia 30 de setembro.
Questionado sobre a viabilidade da aplicação da tecnologia de levitação magnética no trem de alta velocidade que ligará o Rio de Janeiro a São Paulo, o americano Laurence Blow afirmou que para isso o trajeto deveria ser adequado às características dos trens maglev em vez de tentar adaptar o veículo de levitação magnética a um traçado concebido para ser coberto por um trem convencional, que adota a tecnologia roda-trilho.
“O trem de levitação magnética é mais rápido do que os trens roda-trilho na velocidade de cruzeiro, na aceleração e na frenagem. Ele tem mais facilidade para subir serra do que os trens convencionais. Ao tentar utilizar um trem maglev em um traçado que foi pensado para um trem roda-trilho, que serpenteia a montanha ou exige a construção de túneis e viadutos, você retira a competitividade dele”, explicou o professor Richard Stephan.
A Conferência Maglev 2014 conta com o seguintes patrocinadores: BNDES, GE, Vale, Akzo Nobel, OAS, Vallourec, CNPq, Capes e Faperj.
Veja a programação completa da Conferência em: http://www.maglev2014.com.br .
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- Publicado em - 29/09/2014