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/ COPPE apresentou em seminário internacional o projeto final da primeira usina de ondas do mar da América do Sul

A COPPE apresentou em seminário internacional o projeto final para implantação da primeira usina de energia das ondas do mar da América do Sul, que será instalada no Porto de Pecém, no Ceará. Na abertura do seminário, realizado na COPPE dia 13 de fevereiro, o presidente da Eletrobrás, Aloisio Marcos Vasconcelos Novais, afirmou que o Brasil tem condições de liderar pesquisas no setor de energia. “Nada melhor do que uma instituição do peso e da respeitabilidade da COPPE para liderar uma pesquisa no Brasil como esta que vai gerar energia a partir do mar”, ressaltou o presidente da Eletrobrás, empresa financiadora do estudo realizado na COPPE que deu origem ao projeto pioneiro da usina de ondas. Segundo Aloísio, que falou em nome do Ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau Cavalcanti, o Brasil vem tendo um grande avanço nas energias renováveis, representando 44% da sua matriz energética, enquanto no mundo, a média não ultrapassa 14%.
 



 

O seminário também contou com a participação de Adão Linhares Muniz, coordenador da Secretaria da Infra-Estrura do Estado do Ceará; da professora Angela Uller, diretora da COPPE; do professor Luiz Pinguelli Rosa, coordenador do Programa de Planejamento Energético da COPPE; do professor Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE); e do cônsul Paul Yaghmourian, do Consulado Geral Britânico do Rio de Janeiro.


 

 

Ceará inicia em março a licitação para construção dos primeiros módulos da usina

O estado do Ceará começou a investir em energia das ondas a partir do projeto da COPPE, coordenado pelo professor, Segen Estefen, conforme declaração de Adão Linhares, que no evento representou o governador do Ceará, Lúcio Alcântara. Adão afirmou que os cearenses têm confiança nesse projeto como tiveram no da energia eólica. Adão estima que até o final de março seja dado início ao processo de licitação para a construção dos dois primeiros módulos da usina. O professor Segen também se mostrou satisfeito com a parceria. “Estamos hoje cumprindo a etapa de um esforço que iniciado na COPPE há alguns anos, mas que se reforçou em 2004, quando assinamos o termo de cooperação entre a COPPE, o Governo do Estado do Ceará e a Eletrobrás. Tivemos um apoio muito grande do governo do Ceará, que ajudou bastante no projeto, nos facilitando em todas as etapas do desenvolvimento desse protótipo, que vai ser pioneiro no experimento da tecnologia”, concluiu Estefen, acrescentando que o apoio da Eletrobrás também foi fundamental para o desenvolvimento do projeto, assim como o do CNPq.

 

A professora Angela Uller, Diretora da COPPE, ressaltou a importância dessas parcerias entre universidades e empresas, destacando que no ano passado a COPPE teve cerca de 600 projetos contratados e que 38% foram na área de energia, o que representa 50% dos 102 milhões investidos na instituição. “É extremamente importante a nossa dedicação aos estudos em energia e temos a área de petróleo e gás como um grande carro-chefe. Há muito tempo a COPPE vem trabalhando com energias alternativas e se dedicando às pesquisas para utilização do hidrogênio como combustível e para o aproveitamento de biomassas, por meio de estudos desenvolvidos no Instituto Internacional de Mudanças Globais (IVIG)”, ressaltou a professora.


A diretora da COPPE também destacou o pioneirismo do IVIG, como um dos primeiros laboratórios a desenvolver pesquisas com biodiesel no Brasil. “A COPPE é a primeira instituição do País a conseguir colocar o biodiesel de soja em especificação”, afirmou Ângela, adiantando que, em breve, a instituição terá um núcleo de Conjuntura Tecnológica cujo primeira atuação será na área de energia renovável.

 

Brasil: vantagens comparativas não devem ser ignoradas

Representando o Reitor da UFRJ, o professor Pinguelli falou sobre a importância da energia renovável para o Brasil, ressaltando que o País ainda tem grande disponibilidade e potencial de uso de recursos hídricos, incluindo a geração hidrelétrica. “No mundo, o Brasil está em terceiro lugar no aproveitamento dos recursos hídricos. Estados Unidos e Canadá têm mais hidrelétricas do que o nosso País. Não temos que construir usinas hidrelétricas para usar todo o potencial hídrico que ainda dispomos, nem podemos ignorar os problemas ambientais, mas é preciso discutir a fundo todas as questões para não abrirmos mão das vantagens comparativas do Brasil. É preciso esclarecer alguns equívocos disseminados pelos meios de comunicação sobre o tema”, alertou Pinguelli.

 

Segundo o Presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, o potencial brasileiro de energia eólica é de 143 mil MWh, cerca de dez vezes a geração de Itaipu, a maior Hidrelétrica do País. Tolmasquim, que no seminário falou sobre o papel das fontes alternativas de energia no Brasil, ressaltou que este número é muito maior do que o que pode ser usado na prática.

 


O Presidente da EPE defende a complementaridade da energia eólica e hidrelétrica, já que nos períodos mais propícios ao vento a vazão dos rios é menor. Também recebeu destaque em sua conferência o potencial da energia gerada a partir de biomassa, como o bagaço de cana, considerada uma das mais baratas matrizes energéticas. Foram avaliadas como positivas as fontes de energia já largamente usadas, como o álcool, e outras ainda a serem exploradas, como o biodiesel, definida pelo Presidente da EPE como a nova alternativa para combustíveis que tem como vantagem o fato de ser extraído de várias oleaginosas, e não apenas da cana, como o álcool.

 

Reino Unido pode superar a meta de 10 % no uso de fontes renováveis até 2010

 

“A Grã-Bretanha tem como objetivo usar 10% de fontes renováveis de energia até o ano de 2010”, revelou o professor Ian Bryden, da Universidade de Edinburgo, um dos pesquisadores do Reino Unido que falaram no seminário sobre a experiência do uso de energias renováveis geradas pelo mar: ondas, marés e correntes marinhas. Bryden ressaltou o potencial destas fontes de energia no Reino Unido, ressaltando que esta meta pode até ser superada. Ele assinalou que a energia proveniente dos mares está ainda em uma fase “pré-econômica”, mas que é um investimento no planeta e para o futuro: “atualmente o aquecimento global e o meio ambiente não são mais questões meramente acadêmicas”. David Landston, representante da empresa Wavegen, o Reino Unido, apresentou o projeto Wavegen, que explora o potencial da energia de ondas com plataformas fixadas no fundo dos mares. Outro projeto, o PELAMIS, apresentado por Arnaud Fourmon, usa grandes cilindros flutuantes interligados que ao serem movimentados pelas ondas geram energia elétrica. Produzidos na Holanda, os primeiros exemplares do PELAMIS estão sendo instalados na costa portuguesa.

 

Conheça o projeto da Usina de Ondas desenvolvido pela COPPE:

 

Pesquisadores da COPPE definem últimos procedimentos para construção de Usina de Energia das Ondas

  • Publicado em - 19/12/2014
  • Atualizado em - 19/12/2014