/Estudo da COPPE revela potencial de exploração de petróleo e gás no litoral da Bahia
A Bacia de Camamu-Almada, localizada no litoral Sul da Bahia, apresenta grande potencial de exploração de petróleo e gás em águas profundas. Essa é a conclusão do estudo realizado no local pelo Grupo Interdisciplinar de Modelagem e Análise de Bacias (GIMAB) da COPPE, encomendado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Segundo o levantamento, na região pode ter sido gerado um volume de 42 bilhões de barris de óleo e 2,8 trilhões de m3 de gás, dos quais 10% podem estar disponíveis em reservas. E o resultado superou expectativas. Com base no estudo da COPPE, essa Bacia foi incluída na 6ª Rodada de Licitação da ANP, que acontecerá em agosto.
O estudo geológico de bacias solicitado pela ANP tem como objetivo definir blocos para licitação e estimular novas empresas a investirem no Brasil. Segundo o coordenador do Grupo de Modelagem e Análise da COPPE, Ricardo Bedregal, a identificação de áreas propícias à exploração é essencial por causa dos altos investimentos requeridos pelo setor. “A atividade de exploração e produção de petróleo exige um investimento contínuo de 30 a 40 anos. A nossa tarefa é quantificar as áreas de maior ou menor potencial, reduzindo o risco dos investidores”, diz Bedregal.
Nova Fronteira
É o caso da Bacia de Camamu-Almada, considerada ‘Nova Fronteira’ por ser pouco explorada em águas profundas, que exigirá grande investimento em tecnologia de ponta e pesquisa para sua exploração. O estudo feito pela COPPE revelou ainda o potencial para presença de óleo de alta qualidade. Mas devido a características geológicas da região, as áreas devem ser cuidadosamente avaliadas antes da perfuração. “Por isso é necessário todo um trabalho de modelagem e interpretação dos dados capaz de diminuir o risco de investimento”, explica Bedregal.
Para realização do estudo, computadores e softwares de última geração foram usados na interpretação, mapeamento e modelagem da Bacia. Concluído em um ano e dois meses, contou com a participação de uma equipe multidisciplinar, entre engenheiros, geólogos, geofísicos, matemáticos e físicos. “Nosso grande diferencial é poder trabalhar necessidades específicas de cada empresa, reunindo num mesmo local especialistas de várias áreas do conhecimento”, destaca o vice-coordenador do GIMAB, Félix Gonçalves.
- Publicado em - 20/05/2004