/Europa começa transição para energia do Hidrogênio e Japão já utiliza a fonte em grande escala
A sociedade do Hidrogênio ainda enfrenta desafios para sua criação a nível mundial. Contudo, embora a transição de energia para uso de fontes renováveis ainda seja lenta, a Europa tem avançado a passos largos rumo à descarbonização do meio ambiente. Foi o que apontou Bart Biebuyck, diretor executivo da Joint Technology Initiative (JTI) Pilhas de Combustível e Hidrogênio – mais conhecida como Empresa Comum PCH (JU) – nesta quarta-feira, 20 de junho, no terceiro dia de atividades da 22ª Conferência Mundial de Energia do Hidrogênio (WHEC 2018). A JTI é uma forte parceria público-privada entre a Comissão Europeia, a indústria europeia de células de combustível e Hidrogênio e organizações de investigação.
Promovida a cada dois anos, a WHEC está sendo realizada pela primeira vez no Brasil, este ano. Presidida pelo professor da Coppe/UFRJ, Paulo Emílio de Miranda, presidente da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), a Conferência reúne esta semana (17 a 22 de junho), no Rio de janeiro, 800 participantes de 50 países.
Biebuyck ressaltou o papel do Hidrogênio no futuro da energia limpa na Europa. Segundo ele, a indústria continua a ser o setor mais difícil de descarbonizar, contudo, as grandes indústrias já estão descobrindo o potencial desse gás. No continente europeu, os primeiros caminhões a Hidrogênio apareceram nas estradas europeias em 2017, e Bart promete que há mais por vir. Além disso, a aviação já vê futuro no Hidrogênio para pequenos aviões, pois não polui e produz menos ruído.
Segundo Bart, a JTI trabalha sob três pilares: competitividade, sustentabilidade e segurança energética, visando acelerar a implantação comercial de soluções de transporte e energia baseadas em Hidrogênio em toda a Europa. A iniciativa liderada pela indústria recebe financiamento da Horizonte 2020 Transportes e Energia, e tem um orçamento de aproximadamente 63 milhões de euros.
“A indústria automotiva também está avançando em investimento na energia do Hidrogênio. Até 2025, a Europa terá produção em massa de veículos a Hidrogênio. O projeto CertifHy, um braço da FCH JU, tem realizado atividades complementares, como educação e treinamento, para integrar a energia do Hidrogênio ao sistema energético do futuro”, concluiu Bart.
Japão quer ser líder mundial no uso do Hidrogênio
Diante da agenda internacional para descarbonização do meio ambiente, o Japão vem promovendo forte atividade para construir uma sociedade líder mundial baseada em Hidrogênio. De acordo com o representante do departamento de energia japonês, Eiji Ohira, as políticas de segurança energética do país. A estratégia do governo mostra perspectivas futuras para fazer do Hidrogênio uma nova energia em 2050, com um plano de ação para alcançar as projeções já em 2030.
Segundo Ohira, que também proferir palestra na WHEC 2018, a estratégia estabelece meta de redução dos custos de Hidrogênio ao mesmo nível da energia convencional, realizando políticas integradas entre os ministérios, desde a produção de Hidrogênio até sua utilização.
Para aprimorar a tecnologia de Hidrogênio, Ohira apontou os esforços da Organização de Desenvolvimento de Tecnologia Industrial e Novas Energias – NEDO. A organização vem conduzindo programas abrangentes de desenvolvimento de tecnologia e pesquisa demonstrativa. Ohira abordou os resultados mais recentes do programa da NEDO sobre tecnologia de célula de combustível e mostrou o status atual do projeto de demonstração sobre turbina a gás Hidrogênio.
Segundo o panorama de 2018 traçado por Ohira, o Japão já está realizando fornecimento de energia do Hidrogênio em larga escala. As aplicações de células de combustível já foram penetradas no mercado japonês. Dados revelam que o número total de instalação de célula de combustível residencial atingiu mais de 250 mil casas. Além disso, cerca de 2.200 veículos de célula de combustível foram vendidos e 100 estações de reabastecimento de Hidrogênio foram operadas. “O governo japonês vai continuar avançando no aprimoramento tecnológico para superar a meta de aplicação da energia do Hidrogênio”, afirmou Eiji Ohira.
Confira nos links abaixo a cobertura completa do evento, presidido pelo professor da Coppe, Paulo Emílio de Miranda:
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- Publicado em - 21/06/2018