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/Uma nova advertência a Bolsonaro sobre Amazônia, ciência e militares

Lamentavelmente os oficiais generais que participam do governo Bolsonaro não são nacionalistas


Na véspera da posse do presidente Bolsonaro publiquei na Folha de S.Paulo um artigo denominado “Advertência ao Presidente Eleito”, a propósito de sua crítica às mudanças climáticas decorrentes do efeito estufa agravado pelas emissões de gases para a atmosfera. O uso de combustíveis fósseis e as queimadas de florestas, onde se inclui grande parte das emissões do Brasil, contribuem para a emissão desses gases e, portanto, para o aquecimento global. É um fato!


Infelizmente a advertência não surtiu o efeito desejado. A queimada na Amazônia, que preocupa o mundo, pode ter um componente do azar associado à seca na Região Norte, mas é inegável que o número de focos em 2019 cresceu. Isto motivou a represália do presidente da República ao INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) por ter mostrado esta situação com base em dados obtidos por imagens de satélite. Daí resultou a demissão do diretor do INPE, o cientista Ricardo Galvão, fato que recebeu o repúdio da ABC (Academia Brasileira de Ciências) e da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência).


No debate que se seguiu o presidente Bolsonaro chegou a admitir a hipótese absurda de que as ONGs ambientalistas teriam posto fogo na floresta para culpá-lo, o que lembra o episódio do incêndio do Reichstag em Berlim, em 1933, quando Hitler acusou os comunistas de terem causado o fogo. A repressão ao Inpe evidencia o pouco apreço do atual governo à ciência e também à tecnologia, bem como à liberdade de expressão que permite informar a opinião pública sobre o desmatamento.

 

Confira a íntegra do artigo publicado pelo professor Luiz Pinguelli Rosa, na revista Carta Capital, em 12 de setembro, na seção Artigos, do Planeta Coppe Notícias.

  • Publicado em - 17/09/2019