/Adeus, mestre Medina
A Coppe/UFRJ informa, com grande pesar, o falecimento do professor Jacques de Medina, na noite dessa quinta-feira, 10 de janeiro de 2019, e informa que o velório do professor Jacques de Medina, será realizado neste sábado, 12 de janeiro, das 9 às 12h, no Memorial do Carmo. Professor Emérito da UFRJ, Medina ajudou a organizar a área de Geotecnia do Programa de Engenharia Civil da Coppe, tendo sido responsável pela introdução da disciplina de Mecânica dos Solos. Em 1996, dois anos após sua aposentadoria, o Laboratório de Geotecnia foi batizado com o seu nome, em justa homenagem pela sua imensurável contribuição. Seu livro “Mecânica dos pavimentos”, cuja atualização da última edição foi coordenada por ele mesmo, é até hoje uma referência na área.
Autor de mais de 110 publicações, Medina recebeu o reconhecimento de “Notório Saber” pelo Conselho Federal de Educação do Ministério da Educação. Foi contemplado também com o Prêmio Terzaghi, concedido pela Associação Brasileira de Mecânica dos Solos, e com Honra ao Mérito e Homenagem Especial, da Associação Brasileira de Pavimentação. Em 2008, tornou-se Professor Emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Carioca, nascido em 1925, formou-se em Engenharia Civil (1947) e em Engenharia Elétrica (1948) pela então Universidade do Brasil, atual UFRJ. Numa época em que poucos saíam do país em busca de novos conhecimentos, ele fez mestrado em Engenharia Civil na Universidade de Purdue, Indiana (EUA), em 1951. O professor ingressou na Coppe, em 1967, a convite do fundador da instituição, professor Alberto Luiz Coimbra, aos 42 anos, como professor do Programa de Engenharia Civil, sem qualquer passagem anterior pelo magistério. Com experiência adquirida como engenheiro e aperfeiçoamento no Brasil e no exterior, teve uma trajetória profícua na instituição.
No fim da década de 1970, uma época em que quase não se debatiam questões ambientais no Brasil, o professor apresentou à Finep um projeto para mapear resíduos com potencial de uso em obras de engenharia. O projeto não foi aprovado, mas o perfil de pessoa antenada ficou, mais uma vez, registrado. Foi esse gosto pela inovação e a pesquisa que levaram o fundador da Coppe, Alberto Luiz Galvão Coimbra, a convidá-lo, apesar da inexperiência de magistério.
Na verdade, seu vínculo com Coimbra começou antes mesmo de a instituição ter sido criada. Desde 1935, ainda adolescentes, foram colegas no Colégio Anglo-Americano, no Rio. “Acho que não decepcionei meu amigo de infância. Sei também que fiz parte de uma conspiração do Coimbra para encher a Coppe de botafoguenses”, brincou Medina, em entrevista ao Planeta Coppe Notícias, em 2008, na comemoração dos 45 anos da Coppe.
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