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/Evaristo Biscaia: da Passeata dos Cem Mil à Modelagem Química
Evaristo Chalbaud Biscaia Junior nasceu em Curitiba e veio para o Rio de Janeiro com 13 anos de idade, junto com seus pais e seus três irmãos. Na época, o pai era procurador do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários (IAPC), um órgão do Governo Federal, e foi transferido para o Rio, selando o destino de Biscaia na cidade maravilhosa.
Graduado pela Escola de Química da UFRJ, em1969, Evaristo revela que a opção por esta área foi casual. Ele pretendia fazer Engenharia Elétrica, mas mudou de idéia quando se preparava para o vestibular, seguindo a orientação de sua companheira de estudo. Daí em diante, as fórmulas e modelos químicos passaram a fazer parte da vida do professor. Em 1972, Biscaia concluiu o mestrado no Programa de Engenharia Química da COPPE (PEQ), onde também defendeu sua tese de doutorado, em 1980, cursado paralelamente na University of Leeds, em Londres.
Como muitos graduandos de sua geração, Evaristo participou de movimentos estudantis. Foi vice-presidente do diretório acadêmico da Escola de Química, em 1967 e 1968, antes do AI-5, cuja atuação terminou na passeata dos Cem Mil, considerada a maior mobilização pública em repúdio ao regime militar.
Entre a academia e a literatura
Responsável pela implantação da área de Modelagem e Simulação de Processos no PEQ, onde leciona como Professor Titular desde 1994, Evaristo já está no segundo mandato como coordenador do programa. Ele, que diz gostar do ambiente descontraído da Engenharia Química da COPPE, realiza a maioria de seus estudos em estreita colaboração com professores de outras áreas do programa. Com o professor Massarani, por exemplo, com quem teve grande entrosamento, orientou onze alunos na pós-graduação e publicou vários artigos em co-autoria.
Mesmo com intensa atuação acadêmica, Evaristo consegue tempo para se dedicar a uma outra paixão: a literatura. É amante de obras clássicas, de autoria de Saramago e Machado de Assis, mas não dispensa os contemporâneos. No ano passado concluiu a leitura do sexto volume da série Harry Porter. Para descansar, costuma ir para sua casa, em Teresópolis, onde aproveita para curtir seus estilos de música preferidos: erudito, negro - americano e jazz clássico.
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Publicado em - 21/07/2006