Loop de Garantia de Escoamento: Coppe e Petrobras dão início a grande projeto de pesquisa e inovação
Planeta COPPE / Baixo Carbono / Energia / Engenharia Química / Institucional Coppe / Notícias
Data: 16/04/2025

A Coppe/UFRJ e a Petrobras formalizaram nesta quarta-feira, 16 de abril, a cooperação para criação do maior e mais avançado Loop de Garantia de Escoamento do Brasil. Concebido e operado por pesquisadores do Programa de Engenharia Química (PEQ) da Coppe, o Loop será uma estrutura essencial para estudos sobre o comportamento de hidratos, parafinas e asfaltenos em sistemas de transporte de fluidos, como gás natural e petróleo.
Com 150 metros de comprimento de tubos, será o único no país capaz de pesquisar escoamentos com até 100% de CO₂. A instalação, de mais de 10 mil m2, ficará localizada no Parque Tecnológico da UFRJ.
“A formação dessas substâncias sólidas ou viscosas em linhas submarinas pode representar perdas significativas”, explicou o professor Frederico Tavares, coordenador do projeto. “O Loop terá um papel fundamental na redução de Capex (despesas de capital) e Opex (despesas operacionais) dos empreendimentos”, destacou.

Na avaliação da diretora da Coppe, professora Suzana Kahn, a cooperação para construção do Loop “é mais do que um novo projeto, é mais do que uma nova infraestrutura. É importante destacar a continuidade desta parceria entre a Coppe e a Petrobras, que atravessa décadas, e é fundamental para o avanço da ciência e da tecnologia em nosso país. Uma parceria histórica que nos dá muito orgulho. A UFRJ é a universidade com mais projetos em parceria com o Cenpes, a maior parte deles com a Coppe. Só nos últimos anos, foram mais de 400 projetos somando 1,3 bilhão de reais em investimentos. Foram depositados 73 pedidos de patentes. Temos 147 termos de cooperação vigentes em temas como: análise de gerenciamento de reservatório, escoamento em meios porosos, inteligência artificial, eletrificação na produção offshore e outros”.
“Essa parceria demonstra como universidade e indústria devem trabalhar juntas em favor do desenvolvimento do país. É a melhor forma de chegarmos a tecnologias inovadoras e nos posicionarmos na vanguarda. Estamos celebrando a importância desse elo entre ciência e aplicação, universidade e sociedade”, avaliou a professora Suzana.
No mesmo tom, a diretora-executiva de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi, afirmou que o Loop representa” não apenas um avanço tecnológico, mas a força da nossa parceria”.
“A questão da formação de hidratos é importante para a Petrobras e o Loop vai nos ajudar a resolver questões do nosso dia a dia. Além disso, será um diferencial significativo para lidar com questões referentes ao transporte de CO2, acolhendo projetos de captura e armazenamento de CO2, alinhados à visão estratégica de uma transição energética justa”, explicou Renata Baruzzi.

Jefferson Henschel, gerente de engenharia de reservatórios do Cenpes/Petrobras, a formação de hidratos, parafinas e outras substâncias, “geram perdas operacionais, lucros cessantes, em valores substanciais. Então, é um tema de interesse da Petrobras, de interesse da indústria de óleo e gás. Precisamos entender e controlar melhor esses fenômenos físico-químicos. No momento, temos onze pesquisas em andamento que poderiam se beneficiar enormemente se já contássemos com o Loop, fornecendo informações mais próximas da realidade das operações de campo”.
“Nosso Loop se inspirou em estruturas semelhantes, que existem na França e nos Estados Unidos, mas possui características únicas, e poderá trabalhar com fluxos de até 100% de CO2. Além disso, será uma estrutura flexível, capaz de realizar diversas investigações no transporte de carbono, que é um gargalo na pesquisa tanto acadêmica quanto industrial”, complementou o professor Frederico Tavares.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, ressaltou que nas sete décadas de história da Petrobras, sempre houve inovação, tecnologia embarcada, e muita cooperação técnica com a ciência brasileira. “A gente zela pelo desenvolvimento nacional, a nossa indústria, o nosso meio acadêmico. Quando olhamos para o plano de negócios da Petrobras, estamos falando em 111 bilhões de dólares nos próximos cinco anos: aumentar a produção de gás; produção de gás com correntes ricas em CO2 e o seu transporte para a costa; em garantia de escoamento, porque sofremos com a formação de hidratos em nossas linhas; e estamos falando em muito mais”.
O reitor da UFRJ, professor Roberto Medronho, encerrou o evento destacando que “neste momento em que a ciência está sob ataque, o Brasil tem dado lições ao mundo. Apesar das restrições de orçamento, aqui, na UFRJ se faz ciência com excelência”.
O evento foi gravado e está disponível no canal da Coppe no YouTube.
- Engenharia Química
- Inovação
- Oleo e Gas