Plataforma Rede Refugia completa um ano integrando refugiados no Brasil
Planeta COPPE / Engenharia de Produção / Notícias
Data: 18/06/2025

Neste mês em que se celebra o Dia Mundial dos Refugiados (20 de junho), a Plataforma Rede Refugia, vinculada ao Centro de Estudos e Práticas de Engenharia para Desastres (Ceped) da Coppe/UFRJ, completa um ano de lançamento.
Idealizada pelo doutorando Estevão Leite ainda no mestrado em Engenharia de Produção da Coppe, a plataforma foi concebida para fortalecer redes de apoio já existentes entre migrantes, funcionando como ferramenta digital para facilitar conexões, sem substituir o papel do Estado na garantia de direitos. Ao longo deste primeiro ano, a equipe esteve presente em debates nacionais sobre políticas migratórias, como a 2ª Conferência Nacional de Migração, Refúgio e Apatridia, realizada em 2024.
Com uma abordagem participativa, a Rede Refugia já impactou diretamente mais de 50 pessoas e apoiou mais de 20 projetos por meio de organizações parceiras que divulgam serviços e oportunidades diretamente no sistema. Segundo o coordenador do Ceped, professor Tharcisio Fontainha, isso reflete uma nova visão na área de desastres e ajuda humanitária, em que os próprios refugiados participam ativamente de sua integração. “A tecnologia é um instrumento para potencializar essas relações”, afirma.
Entre os beneficiados está a migrante Maria Gabriela, proprietária da microempresa Comida Chévere. Venezuelana da cidade de San Joaquin (Carabobo), ela foi uma das colaboradoras na idealização da plataforma, e diz que a partir da Rede Refugia, para a qual chegou a prestar serviço de buffet, sua vida melhorou. “A partir desse processo, recebemos contatos de outras pessoas interessadas em conhecer e contratar o nosso serviço. Além disso, a dinâmica da plataforma representa um espaço importante para promover conexões entre empreendedores, empresas e prestadores de serviços, o que cumpre com a função de nos orientar e apoiar de diferentes maneiras”, declara Maria Gabriela, que mora no Rio de Janeiro desde 2017.

O migrante e congolês Nsuka Dilusala Albert, que também participou com entusiasmo do processo inicial da Rede Refugia, diz que desde o começo acredita no potencial transformador da plataforma, na qual se cadastrou no momento em que foi lançada. Fundador da agência de marketing Visibiz Pro, Nsuka diz que passou a disponibilizar os serviços de sua empresa na plataforma, justamente por reconhecer o valor da proposta para a comunidade migrante e refugiada no Brasil. “Vejo que a plataforma já tem contribuído com o acesso de muitas pessoas a oportunidades reais, e acredito que esse impacto tende a crescer ainda mais nos próximos meses. É importante também compreender que o público migrante possui um padrão de uso de tecnologias um pouco distinto, o que torna essa jornada de evolução ainda mais necessária e potente. Fico muito feliz em poder colaborar com esse processo, que contribui para o fortalecimento e continuidade da Rede Refugia”, declara Nsuka que também reside no Rio de Janeiro.
Os resultados dessa iniciativa serão demonstrados pela equipe do Ceped durante o evento Rio Refugia, que acontece nos dias 21 e 22 de junho, das 10h às 18h, no Sesc Tijuca, com entrada gratuita. Além de demonstrações e cadastro de novos usuários — que receberão brindes da Rede Refugia— o evento reunirá diversas atividades multiculturais, como oficinas, música, dança e uma feira gastronômica com sabores típicos dos países de origem de pessoas refugiadas. A programação é promovida pelo Sesc-RJ, em parceria com Abraço Cultural, Feira Chega Junto e Pares Cáritas RJ. Projetos como esse reforçam o papel da Coppe como berço de soluções inovadoras e socialmente relevantes, que combinam excelência acadêmica e compromisso com os grandes desafios do nosso tempo.
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