Pesquisadora da Coppe é contemplada com Prêmio Marie Curie

Planeta COPPE / Engenharia de Sistemas e Computação / Notícias

Data: 20/12/2019

A pesquisadora de pós-doutorado da Coppe/UFRJ, Carolina Marcelino, conquistou o Prêmio Marie Curie Fellow, uma das mais cobiçadas premiações concedidas pela União Europeia a jovens pesquisadores no mundo. A brasileira Carolina Marcelino é a única representante das Américas entre os oito pesquisadores contemplados com o prêmio: seis são europeus e um chinês.

Carolina atua na linha de pesquisa de Inteligência Artificial, sob a orientação do professor Carlos Eduardo Pedreira, do Programa de Engenharia de Sistema e Computação (PESC) da Coppe. Ela receberá um contrato, no valor de € 4500 mensais, por dois anos, para trabalhar na Espanha, além de recursos de bancada para desenvolver seu projeto de pesquisa.

A premiação faz parte do Marie Skłodowska-Curie Actions (MSCA), um programa promovido pela Comissão Europeia, cujo objetivo é financiar pesquisadores promissores do mundo inteiro, em diversas áreas do conhecimento.

“Estamos muito satisfeitos e orgulhosos, deixando evidente mais uma vez a excelência interacional dos que trabalham em nosso programa na Coppe”, ressaltou o professor Pedreira.

Projeto prevê impacto social e ambiental

Carolina foi premiada por um projeto de pesquisa, baseado em inteligência artificial, cujo objetivo é viabilizar a produção e transmissão de energia em micro-redes, utilizando fontes renováveis. O projeto poderá beneficiar comunidades vulneráveis e de baixa renda, resultando em impactos sociais e também ambientais, devido à redução de emissões de gases poluentes.

“O projeto no qual irei trabalhar é baseado em aprendizado de máquina (machine learning), combinado com heurísticas de otimização e métodos de tomada de decisão para a geração de energia renovável. Esse prêmio é uma conquista do nosso grupo e da Coppe, que é uma instituição de referência”, destacou a pesquisadora, que no próximo semestre estará trabalhando, ao lado de outros pesquisadores, na Universidade de Alcalá, na Espanha, mas já antecipou que vai manter a parceria com os colegas de Laboratório de Inteligência Artificial da Coppe.

A viagem de Carolina está programada para o final do primeiro semestre de 2020. A premiação faz parte do Marie Skłodowska-Curie Actions (MSCA), um programa promovido pela Comissão Europeia para financiar pesquisadores promissores do mundo inteiro em diversas áreas do conhecimento. Além de receberem as ‘Individual Fellowships’, que são bolsas de pesquisa e pós-doutorado (4.500 euros mensais por dois anos) em instituições ou organizações europeias, os pesquisadores premiados contam com recursos de bancada para desenvolver o projeto submetido.

A pesquisadora é bolsista nota 10 da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).  “Na verdade, esse meu conhecimento em ciência de dados e aprendizado de máquinas foi reforçado a partir do momento em que eu comecei a participar desse grupo de trabalho da Coppe, junto com o professor Carlos Eduardo Pedreira. Porque a minha formação original é na área de otimização. Sou muito grata à Coppe, à Faperj, ao professor Carlos, à UFRJ, como um todo, e aos pesquisadores e professores da área de computação”, disse Carolina.

Quando regressar da Espanha, a pesquisadora pretende continuar trabalhando na área de inteligência artificial, possivelmente aplicada a programas de energia. Todavia, já é certo que ela integrará no futuro os quadros da UFRJ, pois Carolina Marcelino foi aprovada no último processo seletivo para o cargo de professora adjunta do Departamento de Ciência da Computação do Instituto de Matemática.  

“Estou muito feliz em fazer parte do quadro permanente da UFRJ. Para mim, é a realização de um sonho, fazer parte do corpo docente da maior universidade federal do Brasil”, destacou.

Carolina, que sempre estudou em instituição pública, ressalta a importância que bolsas de pesquisa financiadas pelo poder público têm para o desenvolvimento da ciência. A pesquisadora destaca que “o investimento em educação é um projeto de longo prazo”, que gera benefícios para o país, de desenvolvimento tecnológico a avanços em outras áreas, como nas ciências sociais e humanas.

“A educação, para mim, é uma ferramenta transformadora. Estudei sempre em escola pública. Não consegui essa distinção agora, isso foi construído ao longo do tempo. Esse prêmio é a prova de que o investimento na formação do pesquisador traz retorno e isto é uma conquista de todos. Quero aproveitar essa oportunidade para consolidar ainda mais esse conhecimento, e voltar ao Brasil para aplicá-lo aqui”, afirmou.

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