Internet quântica: o bilionário desafio na fronteira do conhecimento
Planeta COPPE / Engenharia de Sistemas e Computação / Notícias
Data: 23/08/2019
Em meio ao cinquentenário da Internet, o professor Don Towsley, um dos mais influentes nomes da Ciência da Computação, apresentou, ao público que lotou o auditório da Coppe, o panorama e os desafios da Internet quântica, uma das fronteiras do conhecimento, que receberá investimentos bilionários na próxima década.
Potencialmente capaz de processar um volume maior de informações, em menos tempo, a partir de uma memória menor e com maior segurança na criptografia, a computação quântica é uma área prioritária de pesquisa e desenvolvimento para China, Estados Unidos e União Europeia.
Segundo o professor da Universidade de Massachusets (UMass-Amherst), a China decidiu investir 76 bilhões de yuans (cerca de 10 bilhões de dólares) no Laboratório Nacional de Ciência da Informação Quântica e no projeto China´s Quantum Experiments at Space Scale (que envolveu o lançamento do satélite Micius). A União Europeia, por sua vez, destinou um bilhão de euros para desenvolver, de 2017 a 2027, o projeto Quantum Technology Flagship. Também no curso de 10 anos, os Estados Unidos investirão 1,25 bilhão de dólares no National Quantum Initiative Act.
Conforme explicou Towsley, na computação convencional utilizam-se bits, que podem ser “0” ou “1” e esta informação binária é responsável pela tecnologia de informação que a sociedade conhece e utiliza. Mas, na computação quântica os qubits podem ter os valores “0” e “1” ao mesmo tempo, permitindo uma superposição de estados: 00, 01,10 e 11. Outra característica da computação quântica seria o entrelaçamento (entanglement), particularidade que faz com que partículas compartilhem propriedades físicas, e alterações feitas em uma partícula afetaria a outra, mesmo a grande distância.
“A computação quântica é uma tecnologia para o futuro, mas ainda há ceticismo. As redes quânticas seriam mais complexas do que as convencionais, ainda há desafios tecnológicos a serem superados”, ponderou Towsley, em cuja opinião, em um período de cinco a dez anos já haverá aplicações mais práticas da tecnologia, ainda que em caráter experimental.
Membro correspondente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), professor Don Towsley veio à Coppe, devido a um projeto de pesquisa sobre segurança de dados coordenado pelo professor Edmundo de Souza e Silva, do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação. O projeto é uma cooperação científica promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC) e a National Science Foundation (EUA), reunindo a Coppe, o Instituto de Matemática da UFRJ, a Universidade de Massachusets (UMass-Amherst); a Universidade Federal do Pará (UFPA); e as empresas Gigalink e Anlix. Esta última, uma spin off do Laboratório de Modelagem, Análise e Desenvolvimento de Redes e Sistemas de Computação (Land), que se encontra instalada na Incubadora de Empresas da Coppe.
Confira a reportagem do site Multiplix sobre a palestra do professor Towsley. Foram entrevistados os professores Edmundo de Souza e Silva, Daniel Figueiredo e Guilherme Horta Travassos, todos do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe.