Aluna da Coppe é a única pesquisadora da América do Sul aprovada para programa de pesquisa da Universidade de Chicago em 2018
Planeta COPPE / Engenharia de Sistemas e Computação / Notícias
Data: 20/04/2018
A aluna de doutorado da Coppe/UFRJ, Laura Moraes, é a única pesquisadora da América do Sul aprovada para participar do “Data Science for Social Good Fellowship”, edição 2018, promovido pela Universidade de Chicago. Trata-se de um programa com duração de três meses, no qual pesquisadores de todas as partes do mundo são treinados para desenvolverem projetos de relevante impacto social, usando ferramentas de big data, data mining e machine learning.
Aluna do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação (PESC) da Coppe, sob a orientação do professor Carlos Eduardo Pedreira, Laura foi aprovada em um processo seletivo do qual participaram 730 candidatos de vários países. No total, 39 fellows foram aceitos no programa que será realizado, de 29 de maio a 17 de agosto, concomitantemente, nos Estados Unidos, na Universidade de Chicago, e em Portugal, na Nova School of Business and Economics, na qual ficarão 15 fellows, incluindo a aluna da Coppe, única representante de instituições da América do Sul.
Os pesquisadores trabalharão com problemas concretos, sugeridos por entidades governamentais e ONG´s, em temas como educação, saúde, segurança pública, transporte, desenvolvimento econômico, e cooperação internacional, e serão orientados por mentores.
Os candidatos passaram por três etapas de seleção, começando com análise de currículo e duas etapas de entrevistas: a primeira, focada na qualificação técnica do candidato, e a segunda no seu engajamento social. “O único pré-requisito para os candidatos era conhecer a linguagem de programação Python. Também perguntaram quais iniciativas sociais o candidato já desempenhou, e qual o seu objetivo na Fellowship. Estão procurando pessoas que queiram crescer, não apenas tecnicamente como socialmente, e expandir o projeto para o seu local de origem”, explicou Laura.
A aluna da Coppe já trabalhou ensinando tecnologias exponenciais para escolas, e já aplicou conhecimentos de Inteligência Artificial, tanto na área da Saúde (em seu mestrado) quanto na Educação (em seu doutorado, ainda em curso).
Laura pretende conhecer as metodologias utilizadas pela Universidade de Chicago em projetos de Data Science no âmbito social e estudar como adaptá-las para que possam ser replicadas no Brasil. Para tal, a pesquisadora cogita engajar a empresa da qual é sócia, a Twist (empresa nativa da Coppe, spin off do Laboratório de Processamento de Sinais). “Eu gostaria de desenvolver esse lado social, se possível na empresa, em parceria com a universidade. Fazer um DSSG (data science for social good) aqui na UFRJ”, afirma Laura.
Graduada em Engenharia Eletrônica na Escola Politécnica (Poli/UFRJ), Laura fez o seu mestrado no Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe, na linha de pesquisa em Inteligência Artificial, sob orientação do professor Carlos Eduardo Pedreira. “No mestrado desenvolvi um classificador de linfomas (câncer no sistema linfático), coletando dados da citometria de fluxo do paciente. A partir desses dados, por meio de uma árvore de decisão, consigo saber o grau de gravidade da doença”, explica.
Hoje, no doutorado, Laura vem aplicando Inteligência Artificial voltada para Ensino Adaptativo, que propõe a personalização do processo de aprendizagem por meio de análise de dados sobre o aluno. “O objetivo é guia-lo pelo melhor caminho para o seu aprendizado, identificando o que ele não conseguiu aprender. Eu comecei aplicando o conceito na disciplina Computação I, oferecida na graduação, e planejo expandir para Ensino Médio. A proposta é deixar as coisas bem gerais para não restringir o uso à graduação e ao ensino de computação. Se eu puder usar a mesma ferramenta no ensino de História, por exemplo, então eu estou no caminho certo”, almeja Laura.