Lançado ao mar primeiro robô para coleta de dados oceanográficos

Planeta COPPE / Engenharia Civil / Notícias

Data: 05/03/2013

Da esquerda para a direita, Mauricio Fragoso, Flavia Adissi e Hatsue Takanaca de Decco

Foi realizado na segunda-feira, 4 de março, o lançamento ao mar dos primeiros equipamentos que serão utilizados nas campanhas de coletas de dados do Projeto Azul. A iniciativa inédita no Brasil é fruto de uma parceria firmada entre a Coppe/UFRJ, a BG Brasil e a Prooceano. O evento marcou a partida de uma das embarcações que, ao longo de três anos, lançarão robôs, bóias e perfiladores para coleta de informações sobre a Bacia de Santos até dois mil metros. É a primeira vez que os parâmetros da oceanografia da região serão estudados, de forma sistemática, até essa profundidade.

A cerimônia, realizada na Marina da Glória, contou com a participação da coordenadora de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (HSSE) do Centro de Tecnologia do BG Group, Flavia Adissi; do diretor geral da Prooceano, Mauricio Fragoso; e da pesquisadora do Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (Lamce) da Coppe, Hatsue Takanaca de Decco.

O vice-diretor de Monitoramento da Prooceano, Francisco dos Santos, e uma das boias com medidores

O Projeto Azul utilizará, ao todo, cinco robôs mergulhadores (seaglider), voltados para a coleta de dados oceanográficos, pela primeira vez lançados no país, com o primeiro entrando no mar na manhã desta terça-feira (5/3). Também usará derivadores – boias acopladas com medidores –; perfiladores, que obtêm, dentre outros parâmetros, o perfil das correntes principalmente em águas profundas; e imagens de satélite. Dinâmica das correntes oceânicas, temperatura, salinidade, PH, oxigênio dissolvido, clorofila, cor e matéria orgânica são algumas das informações que serão transmitidas em tempo real e analisadas pelo Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (Lamce) da Coppe.

As informações coletadas contribuirão para a segurança e eficiência nos campos do pré-sal, na Bacia de Santos, como explica Flávia Adissi, coordenadora de HSSE da BG Group. Elas serão úteis, por exemplo, no gerenciamento de vazamentos de óleo, minimizando impactos. Os dados, que também serão disponibilizados para a comunidade científica, servirão para aumentar o conhecimento sobre a região e preservar o meio ambiente. O banco de dados do projeto poderá ser integrado a outros sistemas já existentes na Europa e nos Estados Unidos, ampliando o uso e a influência das informações.

A pesquisadora Hatsue trabalhando com o processo de assimilação de dados no Lamce/Coppe

Segundo o professor Luiz Landau, coordenador do Projeto Azul, pela Coppe, a proposta é montar um grande organizador de informações. “Teremos no final um modelo vivo da região. Com todas as informações, vamos conhecer melhor o oceano, podendo estar dentro da água sem se molhar, diz o professor do Lamce/Coppe”.

Por meio do Centro Global de Tecnologia do BG Group, a BG Brasil irá monitorar o desenvolvimento do sistema junto à Coppe, enquanto a empresa de oceanografia Prooceano atuará no manejo dos equipamentos e na coleta de dados. Mauricio Fragoso, diretor da Prooceano, diz que os resultados do projeto poderão gerar dados valiosos e também possibilitar desdobramentos para outras pesquisas no Brasil. “Como são os primeiros testes nestes moldes, ainda servirão de aprendizado e muitas novas possibilidades poderão surgir”, conclui o diretor da Prooceano.

Projeto foi lançado durante a Rio+20

O robô e as três primeiras boias lançadas no mar

O convênio entre a Coppe e a BG Brasil para viabilização do Projeto Azul foi assinado no dia 21 de junho de 2012, integrando a programação do projeto “O futuro sustentável: tecnologia e inovação para uma economia verde e erradicação da pobreza” promovido pela Coppe/UFRJ, no Parque dos Atletas, Rio de Janeiro.

Na ocasião, o diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, Segen Estefen, destacou a importância do projeto. “Os oceanos necessitam de todo o suporte, especialmente dos cientistas, das empresas e dos governos. A saúde dos oceanos vai refletir na saúde do planeta”, enfatizou.

O presidente da BG Brasil, Nelson Silva, ressaltou que o projeto é o maior investimento em pesquisa da companhia no país. “O conhecimento das características marítimas da Bacia de Santos é de extrema importância para as atividades do setor de óleo e gás. O Projeto Azul também irá contribuir para a capacitação de profissionais de oceanografia operacional, colaborando para o desenvolvimento da Ciência e da inovação no Brasil”, destacou. Também estiveram presentes na cerimônia o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação, Carlos Nobre, o embaixador do Reino Unido, Alan Charlton, o Diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa e o conselheiro da BG Group, Caio Kock-Weser.