Pesquisa inédita revelará padrões de deslocamento dos cariocas

Planeta COPPE / Engenharia Civil / Notícias

Data: 21/02/2013

Pesquisadores da Coppe/UFRJ iniciaram este ano um trabalho inédito no Brasil para a descoberta de padrões de mobilidade humana. A partir de um convênio assinado entre a Coppe e a empresa de telecomunicações Oi, será possível mapear, com o uso de modelagens computacionais, os principais padrões de deslocamento da população em toda a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Todos os dados oferecidos pela Oi para a realização do projeto garantem a privacidade, a segurança e o anonimato dos clientes da empresa.

Como parte do convênio, a Oi cederá à Coppe uma base de dados com os registros das chamadas por celular realizadas e recebidas por seus usuários na área 21, que compreende a Região Metropolitana do Rio, com a identificação da antena que processou a ligação, o respectivo horário e o número dos terminais devidamente codificados pela empresa para garantir a segurança e a privacidade dos clientes.

De acordo com o professor Alexandre Evsukoff, do Núcleo de Transferência de Tecnologia (NTT) da Coppe, responsável pela parceria, o número de ligações registradas pela Oi pode chegar a algumas centenas de milhões por mês. Esses dados incluem uma tabela na qual as antenas são localizadas por suas coordenadas geográficas, o que permite estimar a posição dos usuários no momento da chamada. Com o mapeamento e processamento dessas informações, será possível conhecer os principais padrões de deslocamento diário dos usuários.

“O projeto, que chamamos de Big Data, nos dará condições de identificar os principais padrões de mobilidade humana na Região Metropolitana do Rio de Janeiro”, diz Alexandre.

“A Oi investe constantemente em pesquisa e desenvolvimento e promove iniciativas que reforçam seu posicionamento de empresa inovadora. Estamos muito satisfeitos em desenvolver esse projeto em parceria com a Coppe. Acreditamos que ele tem características que condizem com o perfil inovador da Oi”, diz o diretor de Novos Negócios da Oi, Pedro Ripper.

O convênio da Oi com a Coppe também contribuirá para que a empresa tenha melhor entendimento de seus clientes. Além disso, os resultados dos modelos serão aplicados em um projeto para simular a propagação da dengue, aprovado no edital do Programa Pensa Rio – Apoio ao Estudo de Temas Relevantes e Estratégicos para o Estado do Rio de Janeiro, da Faperj. Com financiamento de R$ 300 mil, o estudo visa utilizar os padrões de mobilidade humana para dar suporte aos modelos de propagação de epidemias e será realizado em parceria com pesquisadores Escola de Matemática Aplicada da Fundação Getulio Vargas (EMAp/FGV).

Dinâmica da dengue

O coordenador do projeto e do NTT/Coppe, professor Nelson Ebecken, diz que, para complementar as informações cedidas pela Oi, serão utilizados dados socioeconômicos do censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado será comparado com o levantamento realizado nos anos de 2002 e 2003 para o Plano Diretor de Transportes Urbanos no Rio de Janeiro (PDTU). A finalidade é identificar as mudanças e apontar tendências. “Os resultados desse estudo poderão contribuir para o planejamento de órgãos governamentais, incluindo os que lidam com transporte público”, diz Ebecken.

A pesquisa visa unir os padrões de mobilidade da Coppe aos modelos de propagação de epidemias do EMAp. O objetivo final é a construção de um modelo epidemiológico da propagação da dengue, com base na movimentação humana e nos registros de caso da doença. Segundo os professores da Coppe, se for possível a obtenção de dados confiáveis da doença relativos ao período em que forem recolhidos os dados da Oi, os modelos permitirão simulações mais realistas da propagação, gerando previsões de curto prazo sobre a dinâmica da dengue.