Coppe e Inca criam grupo de trabalho para estabelecer parceria
Planeta COPPE / Engenharia Biomédica / Engenharia da Saúde / Engenharia Nuclear / Engenharia Química / Notícias
Data: 26/06/2009
A Coppe e o Instituto Nacional do Câncer (Inca) acabam de formar um grupo de trabalho para estabelecer um programa de pesquisa conjunto. O grupo foi criado durante o seminário sobre Engenharia e Saúde, realizado, dia 18 de junho, para definir as linhas de pesquisa que em trinta dias farão parte de um convênio de cooperação técnico-científico entre as duas instituições. O evento contou com a presença do diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, do diretor do Inca, Luiz Antonio Santini, do diretor do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ, Alexandre Cardoso, e de pesquisadores das instituições.
O seminário teve como objetivo discutir a parceria entre as duas instituições para o desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias no tratamento do câncer e buscar soluções conjuntas para os entraves causados pelo modelo administrativo e burocrático imposto pelo Acórdão 2731/2008 editado pelo Tribunal de Constas da União em dezembro de 2008, que entre outras medidas, impede o repasse de verbas a fundações de apoio. “As instituições devem ser controladas, sim, mas não terem suas ações restringidas, já que o objetivo é aumentar a capacidade de gerar resultados”, ressaltou o diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa.
Em decorrência de outro Acórdão específico para a área de saúde, o Inca passou por sérios problemas em 2008. Santini disse que teve que recorrer à justiça para não ter que demitir 1.400 pessoas, mais de um terço dos seus funcionários em atividade na instituição, e interromper o atendimento a milhares de pacientes. “Conseguimos adiar a decisão através de ação na justiça, mas ainda corremos o risco de ter que acatar a medida”, afirmou o diretor do Inca, instituição que possui a maior fundação de apoio do país na área de saúde, responsável pela contratação de 30% de recursos humanos do Instituto e por mais de 100 projetos em andamento, envolvendo recursos da ordem de 75 milhões de Reais.
A Coppe também vem enfrentando sérios problemas em decorrência das medidas impostas pelo Acórdão, que não contempla a natureza diferenciada das atividades realizadas pelas instituições de pesquisa. Todos os projetos desenvolvidos na instituição, cerca de 700 em andamento, são gerenciados pela Fundação Coppetec. São projetos que envolvem temas complexos, que vão do desenvolvimento de tecnologias para produção de biofármacos a exploração de óleo e gás na região do pré-sal.
Durante o seminário, a Coppe apresentou cerca de 20 novas tecnologias em andamento voltadas para o tratamento do câncer. Segundo dados do Inca, o Brasil apresenta meio milhão de novos casos de câncer por ano, registrando anualmente 140 mil óbitos em decorrência da doença. No entanto, dentre as doenças crônicas degenerativas, o câncer é o que vem apresentando mais chances de cura. Dependendo do tipo de câncer, dos mais de 200 catalogados, a melhora pode acontecer de 80 a 90% dos casos.
“O tratamento do câncer tem passado por grandes mudanças, permitindo interações com diversas áreas do conhecimento na busca de desenvolvimento de tecnologia de ponta”, afirma o diretor do Inca, Luiz Augusto Santini, demonstrando otimismo com a futura parceria.
O grupo de trabalho formado por pesquisadores do Inca e da Coppe vai apresentar no próximo mês de julho as linhas de pesquisa que serão contempladas na primeira fase da parceria. Por parte da Coppe integram o grupo de trabalho os professores José Carlos Pinto, do Programa de Engenharia Química, Rosimary de Almeida, do Programa de Engenharia Biomédica, e Ricardo Tadeu Lopes, do Programa de Engenharia Nuclear.