Lagoas da Barra: não há solução a curto prazo
Planeta COPPE / Engenharia Oceânica / Notícias
Data: 27/02/2007
“Não há solução a curto prazo para os problemas ambientais que atingem as lagoas na Barra da Tijuca”. Essa é a avaliação do professor Paulo César Rosman, do Programa de Engenharia Costeira e Oceânica da COPPE, que considera a situação do sistema lagunar da região extremamente preocupante e propício a surtos contínuos de toxinas.
O alto índice de pluviosidade ocorrido nos meses de janeiro e fevereiro deste ano resultou no agravamento da poluição das lagoas. Os técnicos registraram a presença de algas cinco vezes acima do nível máximo permitido e alguns trechos da praia da Barra da Tijuca chegaram a ser interditados.
“O surgimento das toxinas está diretamente ligado às péssimas condições ambientais de rios e lagoas. Como o quadro atual é resultado de uma má qualidade crônica da água, a solução não é simples. Exige um conjunto de ações que envolvem desde urbanização e saneamento básico à dragagem para a recuperação do espaço aquático perdido com o assoreamento”, afirma o especialista.
Para melhorar a qualidade da água nas lagoas o professor da COPPE recomenda a realização de dragagem no local e propõe a construção de canais interligando as lagoas de Jacarepaguá e da Tijuca ao Canal de Sernambetiba. A obra propiciaria maior dinâmica, aumentando o fluxo das águas do sistema lagunar, evitando a atual estagnação das lagoas. Esta solução chegou a ser apresentada pelo professor da COPPE durante reunião realizada na Serla no mês de fevereiro.
O problema é antigo. A situação das lagoas foi agravada em 1996, com as chuvas que atingiram a Bacia de Jacarepaguá. O impacto causou a perda de áreas virgens e aumentou o assoreamento com a quantidade de sedimentos depositados nas lagoas. Por isso, a solução do problema passa pela diminuição da carga de poluição que chega às lagoas toda vez que chove. “É preciso fazer mudanças estruturais, com obras de saneamento básico e urbanização, evitando que o lixo volte a contaminar os corpos d’água depois das chuvas. As obras de dragagem serão necessárias para recompor os espaços aquáticos perdidos com o assoreamento”, sugere Rosman.