Aluna da COPPE é premiada pela Universidade de Manchester
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Data: 09/10/2006
A brasileira Tatiana Mariano Lessa de Assis, aluna de Doutorado do Programa de Engenharia Elétrica da COPPE, ganhou o prêmio de melhor trabalho apresentado no “Seminário Para Jovens Pesquisadores em Sistemas de Potência”, promovido pela Universidade de Manchester, Inglaterra. Única representante da América do Sul no evento, Tatiana conquistou o primeiro lugar, recebendo prêmio no valor de £3000 (três mil libras). O trabalho da pesquisadora brasileira foi selecionado entre os 22 apresentados por pesquisadores de vários países.
Esta foi a primeira edição do seminário, que também premiou dois outros jovens pesquisadores: Leonardo Meeus, da Bélgica, e Clinton Carter-Brown, da África do Sul, com o segundo e o terceiro lugar, respectivamente. Cada um deles recebeu prêmio no valor de £1000 (mil libras). A cerimônia foi realizada, dia 5 de setembro, na Universidade de Manchester
O trabalho apresentado por Tatiana no evento é resultado de sua pesquisa de doutorado, que está sendo realizada sob orientação dos professores Djalma M. Falcão e Glauco N. Taranto, do Programa de Engenharia Elétrica da COPPE. Intitulada “Cálculo da capacidade da transmissão dinâmica usando ferramentas integradas de análise e sistemas inteligentes” (“Dynamic transmission capability calculation using integrated analysis tools and intelligent systems”), a pesquisa aborda gestão e segurança na transmissão de energia elétrica.
O professor Djalma Falcão sugeriu o nome da Tatiana para participar do seminário, após receber uma carta da Universidade de Manchester, solicitando a indicação de um aluno de doutorado que tivesse se destacado pela qualidade de sua pesquisa.
O Futuro da Transmissão de Energia
A pesquisa de Tatiana tem uma abordagem inovadora sobre a gestão da transmissão da energia elétrica em sistemas grandes e complexos como o brasileiro. As inovações técnicas sugeridas na pesquisa aumentariam a eficiência e a segurança na transmissão de energia elétrica em sistemas de grande porte. A pesquisadora explica que sistemas elétricos que integram grandes extensões, como o do Brasil, muitas vezes exigem a transferência de energia de um local com abundância para outro com escassez. No caso das usinas hidrelétricas, predominantes no sistema brasileiro, os períodos de chuva e seca vão influir diretamente nos níveis dos reservatórios.
Como as transferências de energia são feitas devido às necessidades existentes em vastas regiões, a escolha de uma dentre muitas unidades produtoras a transmitir energia para uma outra região deve levar em conta a segurança na transferência, além da capacidade de transpor o máximo possível de energia dentro de um limite seguro.
No intuito de sistematizar este tipo de ação, Tatiana propõe em sua pesquisa uma metodologia que integra, em uma única plataforma computacional, inteligência artificial e demais ferramentas que realizam cálculos necessários à tomada de decisão para transferência de energia. “A idéia é automatizar o processo de cálculo, o que traria ganhos para os engenheiros que planejam a operação do sistema”, explica a pesquisadora.
Mas optar pela tomada de decisão com base em cálculos, ainda exige a implementação de ferramentas computacionais mais velozes. Segundo Tatiana, para a aplicação do método proposto a sistemas de grande porte, é necessário utilizar aplicativos de solução rápidos, hoje ainda não disponíveis na plataforma computacional utilizada.
Compreendendo a complexidade do sistema, fica fácil entender porque a pesquisa apresentada por Tatiana foi tão bem recebida no seminário. Aprimorada, a plataforma desenvolvida poderá agilizar a tomada de decisão que, no futuro, deverá acontecer em tempo real. “A metodologia que propomos pode ser usada hoje como auxiliar no planejamento deste tipo de decisão, mas ainda não em tempo real. Mas o princípio da plataforma em si, com a integração das ferramentas computacionais mais velozes a serem desenvolvidas em futuras pesquisas, permitirá que esta possa ser a forma de se tratar a área da transmissão de energia em mercados do Brasil e do exterior” – antecipa a pesquisadora.