COPPE inaugura núcleo tecnológico destinado à construção naval
Planeta COPPE / Engenharia Oceânica / Notícias
Data: 16/05/2005
O Programa de Engenharia Naval e Oceânica (PENO) da COPPE inaugurou, dia 25 de maio, o Núcleo de Tecnologia de Construção Naval. O objetivo é apoiar a indústria nacional no desenvolvimento de técnicas e processos avançados voltados para o setor. A inauguração foi realizada durante o seminário internacional “Construção Naval: Tecnologia e Gestão”, que teve como finalidade discutir a retomada da indústria naval brasileira e as perspectivas de investimento no setor, alavancadas com as encomendas da Transpetro para a construção de 42 navios petroleiros, orçados em US$ 1,9 bilhão.
Estudos realizados por especialistas da COPPE sinalizam que, num período de 5 a 10 anos, dois novos estaleiros de grande porte, incluindo os estaleiros de médio porte já existentes, poderiam atender as recentes demandas de construção de embarcações, que incluem as encomendas dos petroleiros para a Transpetro e de navios contêineres e graneleiros para o setor privado. Segundo os estudos, cada um desses estaleiros poderia construir por ano dois ou três petroleiros, com capacidade entre 150 mil e 200 mil TPBs (tonelada por porte bruto). De acordo com os estudos, nos primeiros cinco anos estima-se que sejam construídos 37 navios, 22 da Transpetro e 15 de armadores privados.
Os pesquisadores também revelam que a ampliação da demanda por embarcações vai aquecer o mercado para as indústrias periféricas, que são fornecedoras dos setores de embarcação e petróleo. Os pesquisadores estimam que seja da ordem de US$ 1,34 bilhão a demanda por máquinas e equipamentos marítimos para a indústria naval brasileira, nos próximos cinco anos. Isso equivale a uma média anual de US$ 269 milhões. A análise indicou ainda que a participação das empresas nacionais nesse mercado pode chegar a 74%.
“Essa retomada exigirá recursos humanos qualificados e capacidade tecnológica e gerencial. O Núcleo de Tecnologia e Gestão da COPPE visa apoiar as indústrias do setor e órgãos governamentais na tomada de decisão”, avalia o coordenador do Programa de Engenharia Oceânica da COPPE, Segen Estefen. Para atender a essa demanda, o Núcleo contará com um laboratório de simulação e visualização para o desenvolvimento de tecnologias de produção apuradas, controle de processos e planejamento; um Laboratório de Gerenciamento de Projetos, além de outros recursos e da infra-estrutura já existente na COPPE. “Esses são requisitos fundamentais para garantir a competitividade internacional do setor”, avalia.
Para o especialista da COPPE, Floriano Pires, as encomendas da Transpetro representam uma oportunidade para o país consolidar um padrão de competitividade internacional e garantir a sobrevivência do setor. Segundo Floriano, hoje há apenas dois estaleiros no país com capacidade para construir, de maneira competitiva, embarcações de grande porte (acima de 150 mil tpb): o Sermetal (ex-Ishibrás), do Rio de Janeiro, e o BrasFels (ex-Verolme), de Angra dos Reis. Os demais poderiam se dedicar à construção de navios menores. Essa retomada exigirá, no entanto, investimentos para a modernização desses estaleiros ou construção de novos.