Pesquisadores da COPPE apontam soluções para o sistema lagunar da Barra da Tijuca
Planeta COPPE / Engenharia Oceânica / Notícias
Data: 11/10/2005
Tecnologia de ponta e uma equipe de pesquisadores de primeira linha estão trabalhando para ajudar a combater a poluição que vem asfixiando as lagoas e canais do sistema lagunar da Barra da Tijuca. Sob a coordenação do professor de Engenharia Costeira, Paulo Cesar Rosman, os especialistas estão utilizando o sofisticado Sistema Base de Hidrodinâmica Ambiental (SisBAHIA), desenvolvido na própria instituição, para encontrar as soluções mais adequadas aos problemas que atingem o canal de Marapendi e às lagoas da Tijuca, de Jacarepaguá e de Camorim. O trabalho é fruto de um acordo de cooperação firmado entre a Serla (Fundação Superintendência Estadual de Rio e Lagos) e a COPPE.
Rosman propõe que seja feita uma intervenção para aumentar a circulação das águas, interligando todas as lagoas da Barra. A idéia é fazer com que a maré chegue até as lagoas pelas extremidades leste e oeste, através dos canais da Joatinga e da Sernambetiba, respectivamente. A elevação da amplitude das marés nas lagoas e a intensificação das correntes dificultarão o assoreamento, eliminando mais um fator que contribui para a estagnação das águas dos rios e canais. “Para se ter uma idéia, hoje a altura da maré que chega à Lagoa de Jacarepaguá não passa de 4 cm. Com as intervenções chegará a 20 cm, explica o professor. Além disso, o aumento na intensidade das correntes e no índice de salinidade inibirá o surgimento dos aguapés em locais não desejados. “Esses elementos passarão a atuar nos canais de forma a propiciar uma espécie de auto-limpeza”, garante.
O primeiro passo para solucionar o problema, segundo os pesquisadores, é continuar a dragagem das lagoas. Rosman antecipa que o local mais trabalhoso será o da Lagoa da Tijuca, onde se fixou um maior volume de sedimentos a partir do enorme temporal de 1996. Segundo ele, as chuvas arrastaram o lixo que hoje se encontra acumulado no fundo da Lagoa.
No mês de setembro, a Serla assinou outro acordo com a COPPE. Os mesmos pesquisadores, da Engenharia Costeira da instituição, estão atuando no projeto de revitalização da Lagoa de Araruama, considerada a maior do mundo em hirpersalinidade permanente. Com base nos resultados obtidos com as primeiras simulações, que revelam para a necessidade de melhoria na circulação da água, a Serla já decidiu construir uma ponte de 350 metros sobre a lagoa para que esta volte a ter sua ligação natural com o mar. A ponte possibilitará a retirada do aterro num trecho do Canal de Itajuru, que há mais de 50 anos impede a circulação da água na Lagoa de Araruama.