COPPE poderá monitorar impactos ambientais no Canal do Panamá
Planeta COPPE / Engenharia Civil / Notícias
Data: 23/09/2002
Pesquisadores da COPPE estão desenvolvendo um projeto para monitorar o maior canal artificial do mundo, que liga os oceanos Atlântico ao Pacífico: o Canal do Panamá. O objetivo é detectar óleo em ambientes marinhos, aplicando uma metodologia que integra imagens de satélite e computação de alto desempenho. O acordo ainda não foi firmado mas os integrantes da Secretaria Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação – SENACYT, órgão de governo vinculado à presidência do Panamá, e da Autoridade do Canal do Panamá – ACP, entidade privada que gerencia o Canal, receberam com entusiasmo a possibilidade de monitorar o canal através desta metodologia desenvolvida no Centro Brasileiro de Recursos Radarsat da COPPE e apresentada pelos pesquisadores da COPPE, professor Luiz Landau, e o geólogo Enrico Pedroso, na conferência realizada em agosto naquele país.
A intensidade do tráfego de embarcações no Canal do Panamá acirra os riscos econômicos e ambientais. Diariamente cerca de 50 navios cruzam esta passagem, com 80 quilômetros de extensão, pagando um pedágio cujo preço médio é de 60 mil dólares por embarcação. A região costeira, próxima ao Canal, abriga, no lado do Pacífico, a capital do Panamá, e é também, ao longo de seu percurso, rica em florestas tropicais nativas, uma reserva de grande importância ecológica.
A atividade marítima, que faz uso das três principais eclusas do Canal para transpor o desnível entre os dois grandes oceanos e encurtar viagens em milhares de milhas náuticas, é objeto de grande preocupação ambiental. A tecnologia desenvolvida pela COPPE despertou grande interesse da ACP, que convidou os pesquisadores brasileiros a conhecerem de perto suas instalações, ficando acertado um intercâmbio com a COPPE que visa assegurar a apresentação, ainda este ano, de projetos concebidos especialmente para a região do Canal.
Técnica Premiada
A metodologia que será usada no canal do Panamá foi desenvolvida na COPPE por uma equipe composta por engenheiros, geólogos e especialistas na área de informática. Premiada no início deste ano em congresso internacional, essa técnica já vem sendo usada com sucesso em um sistema operacional para subsidiar planos de contingência da empresa petrolífera Pemex, no Golfo do México, monitorando o derramamento de óleo causado por acidentes em instalações e embarcações que atuam junto a regiões de produção da Baía de Campeche, além de identificação de exsudação natural (fenômeno que indica a presença de sistemas petrolíferos ativos na região), informação precisa para a descoberta de novas fronteiras exploratórios. Nela está localizado o campo de Cantarell, responsável pela maior produção de petróleo do hemisfério ocidental, com cerca de 1,9 milhões de barris/dia.