COPPE avalia o desempenho do serviço público odontológico do Rio
Planeta COPPE / Engenharia de Produção / Notícias
Data: 09/07/2002
Como anda a performance do serviço público odontológico no município do Rio de Janeiro? Este foi o principal alvo de um estudo que acaba de ser concluído por pesquisadores da COPPE. Ao todo, foram avaliadas 106 unidades municipais de atendimento em 26 regiões administrativas. No ranking, Santa Cruz desponta como um dos bairros que apresenta melhor desempenho no atendimento. Com 46 odontólogos e uma população alvo de cerca de 50 mil pessoas, Santa Cruz realiza mais de 250 mil atendimentos por ano, chegando a 100% de eficiência. A lanterninha do ranking ficou com os bairros de Ramos e Barra da Tijuca, que apresentaram índices de performance considerados insuficientes: 44% e 58%, respectivamente.
Segundo o coordenador do estudo, o professor do Programa de Engenharia de Produção da COPPE, Marcos Estellita, a má distribuição de profissionais pela cidade é uma das razões para o baixo desempenho de alguns bairros. A Barra da Tijuca, por exemplo, tem um público alvo de 6 mil habitantes e possui o mesmo número de dentistas que o bairro de Ramos, cuja população alvo ultrapassa a casa dos 50 mil. Das 26 regiões analisadas, os mais baixos desempenhos foram apresentados pelos bairros de Ramos, Méier, Penha, Barra da Tijuca, Jacarepaguá e Lagoa, todos com índice de desempenho inferior a 80%.
De acordo com a pesquisa, os bairros de Botafogo, Copacabana, Guaratiba, Ilha do Governador, Rio Comprido e Santa Tereza também apresentaram bons resultados. Segundo Estellita, para avaliar os serviços prestados à população, o método utilizado leva em conta a limitação dos recursos existentes, ou seja, uma região é considerada eficiente se consegue utilizar bem todos os recursos disponíveis para a prestação dos serviços, levando em conta a adequação desses recursos à demanda da população de cada região.
A produtividade do serviço odontológico do Rio é bastante heterogênea. O principal problema reside no mau dimensionamento entre oferta de profissionais e demanda de serviços de algumas regiões. A heterogeneidade pode ser fruto, tanto do descumprimento da carga horário por odontólogos, como de um período maior de duração das consultas. Caberá ao poder público investigar as razões para as diferenças de desempenho encontradas. “Este trabalho pode ser de grande utilidade para a prefeitura. Com base nesses dados, as autoridades poderão avaliar o motivo das variações nos atendimentos, redimensionar o número de profissionais em relação à demanda, adotando como referência as regiões que apresentam bom desempenho”, sugere Estellita.