Brasil terá trem de levitação magnética em dois anos

Planeta COPPE / Engenharia Elétrica / Notícias

Data: 17/06/2012

Richard Stepahn, o coordenador do projeto Maglev-Cobra

O convênio formalizado, dia 15 de junho, entre o BNDES e a Coppe/UFRJ viabilizará a construção do primeiro trem de levitação magnética do Brasil. O Maglev-Cobra coloca o país em lugar de destaque no desenvolvimento de tecnologias de levitação.Segundo o coordenador do projeto, Richard Stephan, do Laboratório de Aplicações de Supercondutores (LASUP) da Coppe, o Brasil está a um passo a frente do resto do mundo. “Enquanto a China e a Alemanha estão criando protótipos em laboratório com essa tecnologia, nós vamos construir uma linha operacional” ressaltou.

A partir de um financiamento de R$ 5,8 milhões, será construída uma linha regular de 200 metros entre os prédios do Centro de Tecnologia da Coppe. O projeto terá quatro módulos com capacidade para transportar até 30 passageiros, e entrará em operação em 2014.

A cerimônia contou com a presença do diretor de tecnologia e inovação da Coppe, Segen Estefen, e do diretor de infraestrutura do BNDES, Roberto Machado, que ressaltaram a importância da cooperação entre as instituições. “A cooperação entre o BNDES e a Coppe relaciona dois momentos importantes: a fundação da Coppe, há 50 anos, e o olhar atual para sustentabilidade” disse Machado.

Equipe do laboraório da Coppe no Módulo do Maglev-Cobra

Segundo o professor Richard, além do Maglev dispensar rodas e não emitir gases de efeito estufa nem ruído, também é econômico, já que as obras de infraestrutura para seu funcionamento chegam a ser 70% mais baratas do que as obras para o Metrô e com muito menos impacto na vida da cidade. Enquanto a construção de um metrô subterrâneo no Rio de Janeiro tem o custo de R$ 100 milhões por km, os pesquisadores calculam que o trem de levitação poderá ser implantado por cerca de R$ 33 milhões. “Na área de transporte público, podemos dizer que é o veículo mais limpo do mundo em termos de emissões e perfeitamente adaptável a qualquer topografia. Também poderá ser no futuro o principal meio de transporte para ligar as estações de viagens na cidade”, afirmou Stephan.

O Maglev precisa de alguns componentes que podem ser produzidos pela indústria brasileira, como fabricação de vagões leves, supercondutores e desenvolvimento de novos padrões arquitetônicos e de transporte. A aposta da Coppe/UFRJ nesta área conta com a cooperação tecnológica da Alemanha e China.

Tecnologia pioneira

Equipe do Lasup no Módulo do Maglev-Cobra

O pioneirismo do Maglev-Cobra está na utilização da técnica de levitação empregando supercondutores e imãs de terras raras. Os supercondutores são refrigerados com Nitrogênio Líquido a uma temperatura negativa de 196º C. Um protótipo funcional é utilizado hoje no laboratório de testes e desliza por um trilho de 12 metros com oito passageiros.

Movido a energia elétrica, o Maglev possui baixo consumo de energia elétrica, cerca de 25 kJ/pkm (unidade que mede a quantidade de energia gasta para transportar cada passageiro por um quilômetro). Para se ter uma ideia em relação às vantagens em termos de eficiência energética, o consumo de um ônibus comum é de 400 kJ/pkm e o de um avião é de 1200 kJ/pkm.