Coppe disponibiliza primeira fase do Big Data das baías do Brasil
Planeta COPPE / Engenharia Oceânica / Notícias
Data: 04/10/2018
A Coppe/UFRJ apresentará, dia 10 de outubro, o site Baías do Brasil. O projeto, coordenado pelos professores Paulo Cesar Rosman e Marcos Freitas, tem por objetivo disponibilizar, gratuitamente, uma ampla base de dados de baías, estuários, lagoas e reservatórios de todo país. A apresentação da primeira fase do projeto será realizada às 14h, no auditório da Coppe, na sala G-122, no Centro de Tecnologia. Aberto ao público, o evento é destinado a alunos, professores, pesquisadores e representantes de órgãos públicos e privados com interesse no tema.
A proposta é que o site seja uma espécie de Big Data para modelagem de baías e estuários do Brasil. Em um sistema amigável para o usuário, o projeto disponibilizará modelos de hidrodinâmica, para as estações de verão e inverno, referente a corpos hídricos brasileiros, além de estudos de taxas de renovação e de idade da água. Neste primeiro momento, serão disponibilizados os dados de cinco baías: Baía de São Marcos (Maranhão), a maior baía brasileira, com 100 km de extensão; Baía de Guanabara-RJ; Baía de Ilha Grande e Sepetiba-RJ; “Baía de Cabedelo-PB”, com o estuário do rio Paraíba do Norte em João Pessoa; e Baía de Babitonga-SC, também chamada de Baía de São Francisco, ao fundo da qual se encontra a cidade de Joinville.
“Vamos disponibilizar modelos prontos do SisBaHiA (Sistema Base de Hidrodinâmica Ambiental), com as bases de dados de baías, estuários, sistemas lagunares e outros corpos de água do Brasil. A ideia é proporcionar dados e ferramentas para que pesquisadores e profissionais, de várias áreas, possam usar a modelagem para o desenvolvimento de pesquisas ou mesmo para planejar propostas de políticas públicas ou implementar projetos. Disponibilizaremos bases prontas, com modelos rodados, resultados, animações, e relatórios mostrando como o modelo foi feito”, explica o professor Rosman, do Programa de Engenharia Oceânica da Coppe, responsável pela concepção do SisBaHiA.
Muitas das maiores cidades do país estão localizas em áreas de baía ou estuários: Porto Alegre, Florianópolis, Itajaí, Santos, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, Aracaju, Maceió, Recife, Natal, Belém, Macapá. Todos esses corpos hídricos terão dados disponibilizados no site, além de reservatórios de hidrelétricas, como a do Estreito, no Tocantins, e a do Jirau, no rio Madeira; e também todo o delta do rio Amazonas terá seus dados hidrodinâmicos postos à disposição.
Precisão e rapidez na obtenção de dados são apenas algumas das vantagens que o Big Data das baías poderá proporcionar aos usuários. Segundo o professor Rosman, um aluno que começar sua pesquisa de TCC (trabalho de conclusão de curso) a respeito de alguma baía brasileira, “poderá obter com apenas alguns cliques um grande volume de informações, o qual levaria no mínimo seis meses para conseguir usando os métodos convencionais”. O site também permitirá networking entre os pesquisadores, na medida em que haverá informações para contato com os autores dos estudos disponibilizados.
De acordo com o professor Marcos Freitas, coordenador do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (IVIG), o Brasil dispõe do segundo maior banco de dados de água do mundo, atrás apenas do Geological Survey, dos Estados Unidos. “Mas, são dados para águas interiores, doces. O Brasil tem um enorme contingente populacional junto à costa, com grande atividade econômica, e dispõe de pouca informação”, compara.
“O projeto combina a expertise dos estudos sobre baías, incorporados no SisBaHiA, com os estudos sobre portos desenvolvidos pelo IVIG. A gente imagina que além de trazer vantagens para as suas pesquisas, as pessoas irão produzir coisas interessantes, aumentando ainda mais o conhecimento disponível sobre os recursos do nosso país”, avalia Freitas.