Coppe e Comlurb firmam acordo para gerar energia a partir do lixo
Planeta COPPE / Planejamento Enérgico / Notícias
Data: 18/08/2010
Pesquisadores da Coppe avaliarão a viabilidade técnica e ambiental da implantação de usinas para geração de energia a partir de resíduos, no Rio de Janeiro. O projeto é fruto de um acordo de cooperação tecnológica entre a Coppe e a Comlurb assinado dia 17 de agosto pelo diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa e pela presidente da Comlurb, Angela Nobrega Fonti. A parceria prevê a análise de instalação de uma unidade de tratamento no bairro do Caju que recebe cerca de 50% do lixo produzido no município do Rio. O acordo foi assinado durante cerimônia realizada no auditório do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (Ivig) da Coppe.
De acordo com o pesquisador da Coppe, Luciano Basto, coordenador técnico do projeto, o aproveitamento da produção diária de lixo no Rio de Janeiro, 9 mil toneladas, poderá ser convertida em energia elétrica, disponibilizando o equivalente a 500 Megawatts de potência instalada. “É suficiente para abastecer 1,5 milhões de residências, com consumo médio de 200 KWh/mês”, afirma o pesquisador.
A presidente da Comlurb, Angela Fonti, declarou estar muito satisfeita essa parceria com a Coppe, uma vez que a Comlurb precisa de soluções mais avançadas para o destino final do lixo. “A implantação da usina vai ser excelente. Vamos entrar no século XXI. Não podemos mais ficar só com aterros como destinação final do lixo. Temos que pensar no futuro e no ambiente”, concluiu Angela.
O diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, destacou a importância ambiental do projeto, lembrando que iniciativas como essa contribuem para evitar emissões de gases de efeito estufa, principalmente pela redução da queima de combustíveis fósseis usados nas termoelétricas como petróleo, carvão e gás. “O lixo é um problema para a população, prejudica o ambiente e a saúde. Boas formas de seu reaproveitamento já funcionam na Europa, EUA e Japão, e o Brasil deve seguir este exemplo. O que estamos desenvolvendo aqui para o Rio poderá servir de modelo para ser aplicado em outros estados”, ressaltou Pinguelli.
Segundo Luciano Basto, a intenção é integrar novas usinas ao sistema de triagem de lixo da Comlurb já existente no bairro do Caju. “Podemos aprimorar o sistema e, além de otimizar a reciclagem, instalar uma usina de biodigestão anaeróbia e outra de incineração trabalhando em ciclo combinado”, explica.
Os pesquisadores da Coppe farão uma análise econômica financeira das opções tecnológicas que poderão vir a ser utilizadas na nova usina. “O estudo levará em conta as tecnologias que funcionam no mundo, seus investimento e custos, os incentivos fiscais para a boa utilização do lixo, incluídos na nova legislação brasileira, e poderá vir a ser contemplado futuramente com créditos de carbono”, antecipa o pesquisador.
- Comlurb