Coppe recebe novos alunos destacando o papel social da Engenharia e o seu engajamento com as questões nacionais

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Data: 13/03/2019

A Coppe/UFRJ recebeu, nesta segunda-feira, 11 de março, 700 novos alunos de mestrado e doutorado. A plateia que lotou o auditório se manifestou com vigorosos aplausos ao ouvir do diretor de Relações Institucionais, professor Luiz Pinguelli Rosa, que “o engenheiro não pode ser apenas um técnico, deve ter também visão social, sendo esta uma obrigação para quem se forma em uma universidade pública.” Destacando que uma das marcas da Coppe é seu envolvimento com as grandes questões nacionais, Pinguelli ressaltou que o país vive uma crise prolongada, sem esperança de sair dela no curto prazo.

“Precisamos descobrir uma saída não apenas para que engenheiros tenham emprego, mas para que a população tenha emprego. É obrigação de quem está em uma universidade pública, paga com dinheiro público, pensar nisso também”, exortou.

Dentre as boas novas de 2019, está o aumento da representatividade feminina na Engenharia de Nanotecnologia, onde este ano as mulheres serão maioria, com 53% do total de alunos. Nos últimos dois anos 28 mulheres e 15 homens ingressaram neste programa, o mais recente da Coppe, criado em 2013, no ano em que a instituição comemorou 50 anos.

Ao apresentar a instituição aos novos alunos, a diretora de Assuntos Acadêmicos da Coppe, professora Cláudia Werner, ressaltou que a instituição passa por uma mudança, gradual, de perfil. Com o aumento da participação das mulheres no corpo discente, e o incentivo à participação de alunos estrangeiros. Atualmente, a cada três estudantes da Coppe, uma é mulher.

Incentivo à internacionalização dos cursos

A professora Claudia Werner destacou que a instituição vem buscando formas de incentivar a internacionalização de seus cursos. Hoje os 140 alunos estrangeiros matriculados na Coppe somam 6% do corpo discente, a maioria (123) cursando doutorado e de origem latino-americana. “Vamos oferecer 17 disciplinas em inglês, a partir do segundo trimestre”, antecipou a diretora acadêmica.

Segundo Werner, a Coppe é a instituição de ensino de Engenharia com o maior número de cursos reconhecidos com grau de excelência pela Capes. “No último quadriênio da Avaliação Capes (2013-2017), a Coppe teve nove programas contemplados com os maiores graus de excelência acadêmica (6 e 7), indicadores de excelência, em nível internacional, comparável aos das melhores universidades do mundo”, explicou a professora.

Até 2018, foram defendidas na instituição 12.343 dissertações de mestrado e 4.554 teses de doutorado. Anualmente, seus pesquisadores publicam, em média, 1,5 mil artigos científicos em revistas e congressos, nacionais e internacionais. No ano passado, foram defendidas na instituição 359 dissertações de mestrado e 217 teses de doutorado.

O vice-diretor da Coppe, professor Romildo Toledo convidou os novos alunos a desfrutarem ao máximo as possibilidades de sinergia acadêmica que a Coppe oferece. “Nós temos 60 mil m² de área laboratorial, duas incubadoras, um Parque Tecnológico, a Fundação Coppetec que nos ajuda na interação com a sociedade. Isso tudo dá a Coppe um dinamismo que espero vocês vivam intensamente. Não se limitem aos seus programas, interajam com seus colegas. A Coppe oferece múltiplas possibilidades de parcerias”.

Ousadia, criatividade, e ética na pesquisa

Enquanto a diretora de Assuntos Acadêmicos falou sobre o que os novos alunos podem esperar da Coppe, o diretor, professor Edson Watanabe explicou o que a instituição espera deles. “A gente espera que vocês busquem aquele conhecimento que a gente nem sabe que não sabe. Vocês devem duvidar das coisas, buscar problemas e soluções, devem ser ousados, criativos e convincentes. E, claro, publicar essas descobertas”, ressaltou o professor.

“O grande objetivo do doutorado é demonstrar algo que nem se sabe que não se sabe. É contribuir com algo novo. O doutorando deve dar um ‘susto’ no orientador”, afirmou o diretor da Coppe, que afirmou esperar que os alunos sejam o mais eticamente corretos possível.

Embora tenha abordado o tema de maneira leve e descontraída, o professor Watanabe recomendou aos alunos que leiam as Diretrizes de integridade científica e responsabilidade éticas, presentes na página de Normas, resoluções e regulamentos no site da Coppe.

O diretor da Coppe enfatizou como a ética reforça o sentimento de confiança interpessoal, o qual guarda correlação com o desenvolvimento do país, de acordo com a conclusão no artigo Neurobiology of Trust (Neurobiologia da Confiança), publicado pelo economista americano Paul Zak, professor da Claremont Graduate University e diretor do Centro de Estudos Neuroeconômicos. O estudo aponta, dentre outras conclusões, que os brasileiros são o povo que menos confia em seus compatriotas.

APG se apresenta aos novos alunos

No final da solenidade, o professor Edson Watanabe concedeu a palavra a dois membros da Associação de Pós-Graduandos (APG) da UFRJ, entidade que representa os estudantes de mestrado e doutorado da universidade nas instâncias colegiadas da UFRJ e representar politicamente o corpo discente.

O aluno Otto Hebeda, do Programa de Planejamento Energético da Coppe, e a aluna Alice Pina, do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur/UFRJ), apresentaram aos recém-egressos algumas das iniciativas desenvolvidas pela Associação em prol dos estudantes de pós-graduação. A APG mantém um site, no qual está disponível um Guia Discente, com informações básicas sobre a pós-graduação e a universidade, além de um email para contato e uma página no Facebook.

Engenheiros com visão social

O diretor de Planejamento, Administração e Desenvolvimento Institucional da Coppe, professor Ericksson Almendra conclamou os recém-egressos a observarem as normas de segurança difundidas pela instituição. “Entre as verdades que aprendi sobre segurança, uma é que há um número mágico: 7777, o ramal da Gerência de Segurança do Trabalho, Ambiental e Saúde (GSMS), para toda e qualquer emergência. O número está espalhado por todos os lados, mas quando ocorre uma emergência ninguém lembra”.

“A segunda é que acidentes não acontecem, acidentes são provocados. Por falta de conhecimento, por falta de cuidado, por falta de material, por falta de uso de material. E a coisa que mais provoca acidente, é achar que acidentes não podem ocorrer”, enfatizou o professor Ericksson.

O evento também contou com a presença dos diretores de Tecnologia e Inovação, professor Fernando Rochinha; e de Orçamento e Controle, Fernando Peregrino. Na plateia estiveram presentes ainda os coordenadores da maioria dos programas acadêmicos da Coppe, além de diversos docentes e funcionários da instituição.