Coppe recebe visita do presidente da Capes e debate mudanças na avaliação quadrienal

Planeta COPPE / Notícias

Data: 17/04/2019

A Coppe/UFRJ recebeu, nesta quinta-feira, dia 11 de abril, o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), professor Anderson Correia, que expôs suas ideias para o futuro das avaliações realizadas pela Capes vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e ouviu as sugestões feitas pelos professores para o aperfeiçoamento das mesmas. Correia participou de duas reuniões, sendo uma com a diretoria e outra com a diretoria, os coordenadores dos 13 programas da instituição e membros da Comissão do Conselho Deliberativo da Coppe que está discutindo a avaliação Capes.

Na primeira etapa da visita, o diretor da Coppe, professor Edson Watanabe, fez uma apresentação da instituição e de alguns projetos de pesquisa, e pediu o apoio da Capes para três questões consideradas importantes para a instituição: a criação do Programa de Iniciação à Inovação (PI²); a elaboração da Rubrica Única de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação; e uma maior atenção às necessidades e especificidades das Fundações de Apoio.

O professor Watanabe também fez algumas sugestões para o aperfeiçoamento das avaliações. Dentre elas, levar em consideração a qualidade da produção científica dos programas acadêmicos; dar maior visibilidade e valoração à produção tecnológica; considerar aspectos como a posição em rankings internacionais ou participação de alunos estrangeiros no corpo discente.

A diretoria da Coppe encaminhou ainda outras sugestões como estabelecer uma periodicidade diferenciada das avaliações para os programas mais maduros; valorizar a interdisciplinaridade, pois a percepção da comunidade acadêmica é que a Qualis (sistema de avaliação de periódicos) tem inibido trabalhos interdisciplinares; e ter entre os critérios a reputação dos programas, com apoio da comunidade acadêmica e industrial. Além disso, professor Watanabe sugeriu que os dados quantitativos tenham maior peso até o conceito 5, mas que os dados qualitativos prevaleçam para os conceitos 6 e 7, que seriam medidos por uma “régua internacional de qualidade”.

Além do presidente da Capes e do diretor da Coppe, participaram também da primeira reunião o vice-diretor da Coppe, professor Romildo Toledo; a diretora de Assuntos Acadêmicos, professora Claudia Werner; o diretor de Tecnologia e Inovação, professor Fernando Rochinha; o diretor de Orçamento e Controle, Fernando Peregrino, o superintendente de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PR-2), Marcelo Byrro Ribeiro, o assessor especial da Capes, Dárson de la Torre, e o professor Rômulo Orrico, do Programa de Engenharia de Transportes.

Possíveis mudanças na avaliação quadrienal

Correia antecipou que a Comissão já cogita alterações nos critérios de avaliação, e lembrou uma frase de efeito, que se tornou corriqueira na política nacional: mais Brasil, menos Brasília. “É preciso confiar mais nas universidades. Elas conhecem melhor suas vocações e especificidades. A ideia é termos uma avaliação multidimensional e também uma autoavaliação, por parte das maiores universidades, a exemplo da UFRJ, UFMG, UFRGS, UnB, USP e Unicamp. Além disso, pensamos em aumentar paulatinamente a importância do fator de impacto das publicações e reduzir gradativamente a importância que cada área dá a si mesma”, explicou o ex-reitor do ITA.

No debate que seguiu à apresentação feita pelo presidente da Capes, os professores da Coppe presentes no auditório do Sage fizeram observações e sugestões. O vice-diretor da Coppe, professor Romildo Toledo sugeriu a adoção de novos indicadores que possam dar conta da qualidade do ensino prestado pelas instituições e a situação profissional dos ex-alunos. “Como mensurar quais indicadores e métricas podemos utilizar para avaliar a inserção social e a qualidade do ensino? Onde estão os egressos? Na indústria, abrindo startups?”, ponderou Romildo.

O professor Cláudio Habert, do Programa de Engenharia Química (PEQ), fazendo eco a um pleito do corpo discente, pediu o reajuste das bolsas oferecidas pela Capes. “É fundamental rever o valor das bolsas que está congelado há muito tempo. E esse valor deve ser diferenciado em relação ao custo de vida das cidades, que é muito maior nas metrópoles”, destacou Habert. Ao finalizar, o professor do PEQ pediu cuidado com a hipótese de autoavaliação, pois, em sua opinião, “é impossível se autoavaliar sem ser condescendente”.

Rebatendo críticas injustas à universidade pública

Usando a Coppe como parâmetro de excelência acadêmica, internacionalização e interação com o setor produtivo, Correia rebateu a percepção pejorativa que setores da mídia revelam em relação à universidade pública. “Muitas vezes a academia é criticada injustamente. Recentemente, vi o jornalista Carlos Alberto Sardenberg dizer na GloboNews que a universidade brasileira deveria cooperar com a indústria, como faz a universidade americana. Mas a Coppe tem um patamar de cooperação semelhante ao do Massachussets Institute of Technology (MIT) e superior ao da California Institute of Technology (Caltech)”.

O diretor da Capes elogiou a qualidade dos programas acadêmicos da Coppe. “A UFRJ tem 40% de programas 6 e 7, um dos maiores percentuais do país. Na Coppe, 70% dos programas atingem o grau de excelência. É a instituição do país com maior colaboração industrial. O Programa de Engenharia Elétrica é o que tem o maior percentual de cooperação internacional: 60%., e o Programa de Planejamento Energético, o fator de impacto mais alto: 3”, destacou Correia, que disse estranhar o conceito estabelecido pela Capes para o Programa de Engenharia de Produção. “É o segundo programa da Coppe em internacionalização e o terceiro em fator de impacto, no entanto é avaliado com conceito 4. Por quê?”

Em 2018, a Capes desembolsou 12,6 milhões de reais com 601 bolsas para a Coppe: 287 de mestrado, 267 de doutorado e 47 de pós-doc.

Professores da Coppe são destaque em ranking nacional

O professor Anderson Correia mostrou ainda uma lista com professores da Coppe que se destacam em um ranking nacional, elaborado pela Capes, com base no número de artigos publicados em periódicos listados na Web of Science, fator de impacto, e percentual de colaborações internacionais nestes artigos.

Os professores Alexandre Szklo e Roberto Schaeffer são, respectivamente, o 1º e o 3º pesquisadores na área de energia e combustíveis. Szklo teve 48 publicações na Web of Science e 20,83% de colaborações internacionais. Schaeffer, 39 e 23,08%.

Em Engenharia Civil, o professor Romildo Toledo é o 2º do ranking nacional, com 18 e 38,89%. Na área de Engenharia Geológica, o professor Maurício Ehrlich é o 4º colocado, com 17 publicações Web of Science e 5,88% de internacionalização.

O professor Segen Estefen está entre os principais pesquisadores do país em três áreas: é o primeiro colocado na Engenharia Marinha, com 18 publicações e 50% de colaborações internacionais; é o 2º colocado na Engenharia Oceânica, com 24 publicações e 33,33 %; e o 6º na área de Engenharia Civil, com 14 publicações e 57,14% de colaborações internacionais.

Após as reuniões, o professor Anderson Correia conheceu o Maglev-Cobra, trem de levitação magnética desenvolvido pela Coppe. Em seguida, embarcou no ônibus híbrido elétrico-hidrogênio e visitou o Laboratório de Tecnologia Oceânica (LabOceano).

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