Engenharia Biomédica da Coppe completa 40 anos
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Data: 20/09/2011
Pioneiro no país na integração entre a engenharia e a medicina, o Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica (PEB) da Coppe/ UFRJ está completando 40 anos. Para celebrar a data, promoverá no próximo dia 23 de setembro, sexta-feira, no auditório da Coppe, um simpósio que reunirá professores e profissionais da área formados pelo curso de pós-graduação, o primeiro do país. No encontro serão debatidos temas como o papel do PEB e a engenharia biomédica no Brasil; e as perspectivas da área para o futuro.
Ao longo dessas quatro décadas, o programa se tornou um dos mais destacados do país, recebeu, em 2007, o conceito 7, o mais alto concedido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Nesse período, formou mais de 450 mestres e doutores.
Além de desenvolver projetos para a medicina, o programa, mantendo sua marca de inovação, vem realizando outros destinados à fisioterapia e à medicina desportiva. Um exemplo é o projeto inédito na área de Instrumentação, em parceria com a equipe de remo do Clube de Regatas do Flamengo, que está avaliando a atividade física do remador dentro do barco, em condições reais. “Esperamos ter uma medida da atividade física dos atletas, principalmente da atividade da região lombar, que está associada ao trabalho de tração”, explica o professor Jurandir Nadal, coordenador do Programa. “Queremos identificar melhor a causa de dores musculares. O objetivo final é a introdução de mudanças no protocolo de treinamentos para melhorar a performance e preservar a saúde”, explica.
A relação com o esporte é apenas uma das interfaces do programa, que está dividido em cinco linhas de pesquisa, cada uma delas relacionada a um laboratório específico. O curso está estruturado em Instrumentação Biomédica; Processamento de Sinais e Imagens Médicas; Ultrassom em Medicina; Engenharia Pulmonar; e Engenharia de Sistemas de Saúde.
O curso da Coppe foi pioneiro na introdução de métodos quantitativos aplicados à saúde no país e tem um caráter multidisciplinar desde a origem. “A maioria dos programas de pós-graduação em engenharia biomédica é da área de concentração da engenharia elétrica. O grande diferencial do nosso Programa é que, desde o início, mantemos duas turmas. Uma voltada para a área de exatas e a outra em ciências da saúde. O convívio dessas duas turmas promove o diálogo entre áreas. O nosso foco são as questões da saúde. As principais respostas que buscamos são relacionadas à saúde, e não à tecnologia”, explica Jurandir Nadal, coordenador do programa.
O Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica vem formando profissionais capazes de dialogar com a indústria fabricante de equipamentos médicos e de desenvolver e utilizar sistemas de computador para traçar as trajetórias e entender os mecanismos de surgimento e expansão de doenças na população. Seus alunos são capacitados, também, para desenvolver e utilizar metodologias para a adoção de práticas de gestão de alta qualidade, de forma a assegurar o melhor aproveitamento dos recursos públicos e privados aplicados na saúde no Brasil.
As grandes contribuições do programa, que foi responsável pelo desenvolvimento de uma série de equipamentos utilizados em diferentes áreas da medicina, não devem ser vistas como coisa do passado. Elas estão sempre ocorrendo. “A medicina é muito dependente de tecnologia e há um consenso de que é preciso investir mais em tecnologia de equipamentos para a saúde. A balança comercial do Brasil é desfavorável nesse segmento. Portanto, a substituição das importações nessa área é uma decisão estratégica”, explica Jurandir Nadal. “Com investimento na área de tecnologia e na formação de recursos humanos, o Brasil tem um grande potencial em engenharia biomédica a ser explorado”, afirma o professor, destacando as perspectivas de crescimento do setor no país.
De olho no futuro, o Programa de Pós-graduação em Engenharia Biomédica chega aos 40 anos se renovando. Em 2012, entrará em operação o Laboratório de Análise da Locomoção Humana e de Fisiologia do Exercício. Nele, serão estudados o movimento, o equilíbrio, a marcha e a corrida. O laboratório é dotado de equipamentos sofisticados, como um conjunto de oito câmeras de infravermelho capaz de fazer a análise cinemática da marcha, reconstruindo cada etapa dos movimentos das articulações, ângulo a ângulo.
Os resultados dos estudos terão aplicação clínica, no diagnóstico e no tratamento de lesões, e na reabilitação muscular. Será possível estudar com mais precisão o rendimento dos atletas e ajudar os treinadores, dando-lhes mais condições de interpretar as informações sobre o rendimento dos atletas e, em função disso, modificar sua preparação.
Outra novidade será a criação do Núcleo de Tecnologia e Inovação em Engenharia Biomédica, que envolverá todas as áreas do Programa, sobretudo a área de engenharia neural, que estuda o sistema nervoso para compreender melhor o controle do corpo humano pelo cérebro. Há várias aplicações. Uma delas está relacionada à inclusão de portadores de deficiências: no futuro, o cérebro poderá comandar próteses, o que contribuirá para que pessoas portadoras de deficiência tenham uma vida mais independente.
A licitação para as obras do Laboratório de Análise da Locomoção Humana e de Fisiologia do Exercício deverá ser anunciada em breve. O processo de importação de praticamente todos os equipamentos já foi iniciado. Haverá um investimento de R$ 1,8 milhão, sendo R$ 200 mil em obras e R$ 1,6 milhão em instrumentos. Já o Núcleo de Tecnologia e Inovação em Engenharia Biomédica consumirá cerca de R$ 6 milhões, sendo R$ 1,5 milhão em equipamentos e R$ 4,5 milhões em obras. O projeto executivo do prédio será elaborado ainda este ano, e a construção, iniciada em 2012.
O simpósio dos 40 anos do PEB será realizado no Auditório do Centro de Gestão Tecnológica (CGTEC-CT2) da Coppe, na Rua Moniz Aragão, 360, Bloco 1, na Cidade Universitária (Ilha do Fundão). Durante o evento, será lançada uma publicação cujo objetivo é resgatar um pouco das atividades de ensino e pesquisa desenvolvidas pelo programa nas últimas quatro décadas. Veja a programação completa abaixo.
Programação do Simpósio
8h30: Inscrição
9h: Abertura
10h: Palestra: Engenharia Biomédica no Brasil e o papel do PEB
Professor Eduardo Tavares Costa, CEB/Unicamp e presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica (SBEB).
11h: Painel: Perspectivas de Inovações na Engenharia Biomédica
– Inovações Tecnológicas em Saúde
Patrícia Marin, GE Healthcare/Latin America
– Inovações Tecnológicas na Área de Diagnóstico por Imagem
César Bazoli Rodrigues, Siemens
– Novos Modelos de Inovação
Professor Flavio Grynszpan, diretor da Grynszpan Projetos e Serviços Empresariais
12h30: Almoço
14h: Talk show: Passado, presente e futuro do PEB
Entrevistador: Paulo Danilo Farina
Convidados:
– Antônio Fernando Catelli Infantosi, Antônio Giannella Neto, Marcio Nogueira de Souza (representando os docentes do PEB)
– Flavio Grynszpan (ex-docente do PEB)
– Rejane Sobrino Pinheiro (representando os alunos do PEB)
– Luciano Tahiro Kagami (representando os funcionários do PEB)
16h: Encerramento
Outras informações:
Assessoria de Comunicação da Coppe/UFRJ
Tes.: (21) 3622-3406/3408/3467