Lagoas de Itaguaí começam a ser recuperadas
Planeta COPPE / Engenharia Civil / Notícias
Data: 13/09/2007
Começa esta semana a recuperação das lagoas de rejeitos tóxicos descartados num terreno de um milhão de metros quadrados pela Cia Mercantil Ingá no município de Itaguaí. A solução técnica contratada pelo Síndico da Massa Falida da Ingá, Jarbas Barsanti, foi elaborada pelos professores Maria Claudia Barbosa, da COPPE/UFRJ, e Antônio Roberto Barboza de Oliveira, da PUC-RIO, que desde 2005 vêm atualizando o estudo do problema, estudo este realizado entre 1985 e 1991 pela PUC-RIO, como consultores da NATRON Consultoria e Projetos S.A. A recuperação será posta em prática em duas frentes de trabalho: a primeira, denominada solução emergencial, tem como principal objetivo eliminar o risco de acidente ambiental. Esta se inicia na próxima sexta-feira, dia 14 de setembro, e será marcada por uma cerimônia oficial, às 10 horas, na planta industrial da companhia, em Itaguaí.
A primeira frente de trabalho consiste no tratamento e esvaziamento da bacia que concentra 320 mil metros cúbicos de efluentes contaminados com elementos tóxicos, entre eles Zinco e Cádmio. “A prioridade é eliminar o risco de acidente ambiental que se torna iminente a cada período de chuvas fortes”, explica Maria Claudia. Na segunda frente de trabalho, que deve começar em outubro, os pesquisadores vão buscar soluções para 1milhão e 700 mil metros cúbicos de resíduos sólidos contaminados e o descomissionamento das áreas e equipamentos do parque industrial. Maria Claudia antecipa que uma das propostas é envelopar os resíduos e isolar a parte contaminada do subsolo. Também faz parte desta segunda frente à elaboração de um projeto básico, com avaliação ambiental e geotécnica da área da planta industrial e da região periférica, que inclui as soluções propostas pelos especialistas.
Para viabilizar a utilização do terreno no futuro, será preciso tomar uma série de precauções. O solo da região, por exemplo, denominado argiloso orgânico, é de alta compressibilidade e baixa resistência. “Para construir sobre este terreno será necessário fazer reforços que permitam o suporte das cargas resultantes de construções no local. Vamos apontar as soluções para cada problema e instruir como devem ser aplicadas, de forma que os futuros projetos para a região possam ser implantados sem prejuízos ao meio ambiente”, conclui a pesquisadora.