Ministro Celso Amorim fala sobre os desafios da política externa e destaca atuação da Incubadora de Cooperativas da COPPE
Planeta COPPE / Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares / Notícias
Data: 07/12/2005
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, destacou o trabalho desenvolvido pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP) da COPPE como um exemplo de atividade que poderia integrar as ações do Brasil em prol da recuperação sócio-econômica do Haiti. A afirmação foi feita durante a conferência proferida pelo Ministro, dia 5 de dezembro, na COPPE, sobre os grandes desafios da política externa do governo Lula, que contou com a presença da Diretora da COPPE, Angela Uller, e do Reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira.
Na abertura do evento, a Diretora da COPPE ressaltou a importância do Ministério de Relações Exteriores para as atividades de pesquisa da universidade que parcerias e convênios com instituições internacionais, além das questões de temas referentes à transferência de tecnologia ou propriedade intelectual. Durante sua breve exposição, a professora colocou a Incubadora de Cooperativas da COPPE à disposição do Ministério e tirou risos da platéia ao oferecer ao Ministro os serviços do Centro de Computação de Alto Desempenho da instituição para auxiliar na “engenharia diplomática”.
O Reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira, elogiou o trabalho que vem sendo realizado pelo Ministério das Relações Exteriores e fez questão de ressaltar a política externa como uma atuação de sucesso do governo Lula.
Política criou novos mercados: exportação para países africanos já representa 10% do superávit brasileiro
“A globalização é igual a aviação civil. Ela existe. Não adianta ser contra ou a favor”, afirmou o ministro em sua palestra, ressaltando ser a busca pela diversificação um dos grandes desafios da política externa do governo Lula. O ministro explicou que o Brasil procurou novos parceiros internacionais como alternativa para o seu crescimento e que isso foi feito sem romper relações comerciais tradicionais com países como os EUA e Argentina, que são os maiores importadores dos produtos brasileiros. Para Celso Amorim, a estratégia deu resultado, uma vez que os países africanos já representam 10% do superávit brasileiro.
A política externa brasileira também ampliou mercados tradicionais. O Ministro citou como exemplo de sucesso as exportações para a Argentina, que bateram recorde no ano passado e que este ano cresceram 30% em relação a 2004. “É um exemplo de que o Mercosul não é só crise, como massifica a mídia. A nossa entrada agora na ALCA é que poderia provocar rupturas no Mercosul”, ressaltou o ministro, advertindo que o fato de o Uruguai negociar com o México é que, em sua opinião, pode ser um sinal de problemas no Mercosul.
O Ministro mostrou-se otimista em relação ao papel do Brasil no cenário internacional e considera a criação do G-20 um grande passo para o país que, segundo ele, é hoje uma potência reconhecida internacionalmente. “O quarteto econômico atual é composto por EUA, União Européia, Brasil e Índia, afirmou.
No entanto, não se mostrou tão otimista ao falar com a imprensa, após a conferência, sobre as negociações com a União Européia (UE) em relação aos subsídios agrícolas. Celso Amorim , que tinha acabado de chegar de Genebra, não poupou críticas a atuação da UE em relação aos subsídios agrícolas e cobrou “progressos mais palpáveis” nas ofertas de abertura do seu mercado agrícola. “Nós e a torcida do Flamengo temos dito que a oferta da UE em acesso a mercados é insuficiente. Não só para nós, mas para os EUA e para o G-20, como um todo, é insuficiente”, afirmou. O Brasil tem se aproximado dos EUA para cobrar maior abertura dos países europeus. Segundo o ministro, não há como fechar um acordo se a UE não fizer uma oferta significativa durante a reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio, marcada para semana que vem, em Hong Kong.