Núcleo de Microscopia contribuirá para produção de novos materiais

Planeta COPPE / Engenharia Metalúrgica e de Materiais / Notícias

Data: 14/09/2015

O desenvolvimento de materiais mais residentes e duráveis para diferentes segmentos da indústria, como os setores de petróleo, de química e de nanotecnologia, acaba de ganhar um importante reforço. Inaugurado nesta segunda-feira, 14 setembro, o Núcleo de Microscopia Eletrônica da Coppe/UFRJ poderá dar suporte a uma série de pesquisas para obtenção de novos materiais. O laboratório é o mais avançado do Brasil para caracterização de materiais de engenharia e de bioengenharia.

O Núcleo, instalado no Centro de Tecnologia (CT) da UFRJ, na Cidade Universitária, conta com o que há de mais moderno em termos de tecnologia para realização de ensaios de caracterização. Entre os equipamentos de última geração, o laboratório dispõe de um microscópio eletrônico de transmissão (MET) com resolução atômica, capaz de mapear a composição química dos materiais, identificando o átomo e sua posição relativa, além de efetuar a reconstrução tridimensional de fases e precipitados.

O MET é capaz de mapear a composição química dos materiais

Com capacidade para ampliar em até 3 milhões de vezes o tamanho do material, dependendo do tipo de amostra, o MET, que é dotado de quatro detectores de raios X, permite aos pesquisadores estudarem materiais em escala nanométrica, o que equivale à milionésima parte de 1 milímetro.

O novo laboratório conta também com um moderno microscópio eletrônico de varredura (MEV), capaz de aumentar o tamanho dos materiais analisados em até 300 mil vezes, dependendo da amostra. Recém instalado, o MEV será utilizado para preparar amostras para serem analisadas no MET, para obtenção de imagens de alta resolução e para esculpir amostras em dimensões nanométricas.

Além de ajudar os pesquisadores a mergulharem nesse mundo impossível de ser visto a olho nu, mas fundamental para o desenvolvimento de novos materiais, o Núcleo de Microscopia Eletrônica oferece uma outra grande vantagem: a possibilidade de realizar análises de amostras extremamente rápidas.

“Um importante diferencial do laboratório é sua capacidade de realizar mapeamentos em alta velocidade”, explicou o coordenador do Núcleo, Luiz Henrique de Almeida, professor do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Coppe. Segundo ele, um mapeamento que antes era feito em 1h54 em um microscópio convencional agora pode ser feito em 115 segundos no microscópio eletrônico de transmissão.

Diretor da Coppe agradece o apoio para implantação da unidade

O professor Edson Watanabe agradeceu as empresas e instituições parceiras

A cerimônia de inauguração foi aberta pelo novo diretor da Coppe/UFRJ, professor Edson Watanabe, que fez questão de agradecer o apoio recebido pela Coppe para instalação do Núcleo. O laboratório contou com financiamento da Finep, BNDES, CNPq, Faperj, Capes, Cenpes/Petrobras e Vallourec do Brasil. A unidade também contou com verbas do Tesouro Nacional, obtidas por meio da Emenda Parlamentar 1334004, apresentada pelo deputado federal Miro Teixeira; além de recursos próprios da Coppe, geridos pela Fundação Coppetec; e outros oriundos de projetos coordenados por professores e pesquisadores das instituições que integram o Comitê Gestor do Núcleo, que funcionará como um laboratório multiusuário.

A implantação do laboratório foi dividida em duas etapas. Até o momento já foram investidos R$ 7,336 milhões na aquisição dos equipamentos e na construção do prédio do Núcleo, que fica em uma área anexa ao Bloco I da Coppe, no Centro de Tecnologia da UFRJ. Já está prevista uma segunda fase, na qual será erguido um segundo prédio, estruturalmente independente, que abrigará laboratórios de preparação de amostras, sala de computadores para acesso remoto e secretaria.

Os diretores da Coppe participaram da cerimônia de inauguração, que foi prestigiada pelo reitor da UFRJ, professor Roberto Leher; pelo deputado federal Miro Teixeira; pelo diretor Científico da Faperj, professor Jerson Lima Silva; pelo presidente da INB (Indústrias Nucleares do Brasil), Aquilino Senra, ex-diretor da Coppe; além de representantes das empresas e órgãos que colaboraram para implantação do Núcleo. A solenidade contou com uma apresentação do professor Luiz Henrique de Almeida, que falou sobre as atividades do laboratório, os equipamentos disponíveis e os projetos que já começam a ser desenvolvidos. Em seguida, os participantes visitaram as instalações do Núcleo.

O professor Luiz Henrique (à esquerda) fala sobre as atividades do Núcleo para o reitor da UFRJ, Roberto Leher; o deputado federal Miro Teixeira; e o diretor da Coppe, Edson Watanabe

Para o deputado federal Miro Teixeira, a criação do laboratório traz uma importante contribuição para a área de Ciência e Tecnologia brasileira. “O país não vai avançar se não houver investimento em C&T. Estamos unidos nesse esforço para melhorar um pouco as condições de trabalho adversas das universidades públicas”, afirmou o parlamentar.

O reitor da UFRJ, professor Roberto Leher, destacou a importância das pesquisas na área de materiais. “Esse é um campo muito importante, que agora, com a implantação do Núcleo, a universidade ganha suporte tecnológico para o desenvolvimento de novas pesquisas”, destacou.

Um dos maiores especialistas em catálise do Brasil, o professor Martin Schmal, do Programa de Engenharia Química da Coppe, enfatizou a importância das atividades do novo laboratório. “É fundamental para o país poder contar com essa moderna infraestrutura, que poderá beneficiar estudos em áreas variadas”, afirmou Schmal, um dos idealizadores do Núcleo.

Os ensaios vão contribuir para o desenvolvimento de novos materiais

Ao apresentar as atividades do Núcleo para os convidados, o professor Luiz Henrique de Almeida adiantou alguns ensaios e estudos que já começam a ser feitos no Núcleo ou que deverão ser iniciados em breve.

A implantação do Núcleo dará maior autonomia e agilidade a pesquisas em andamento na Coppe, uma vez que algumas análises de pesquisas realizadas em seus programas tinham de ser testadas no exterior ou, de forma mais limitada, no Brasil.

Saiba mais sobre o Núcleo de Microscopia Eletrônica da Coppe:

http://planeta.coppe.ufrj.br/artigo.php?artigo=2023