Pesquisa da COPPE possibilita economia de até 50% em manutenção de equipamentos hospitalares
Planeta COPPE / Engenharia da Saúde / Notícias
Data: 22/09/2003
Um estudo do Programa de Engenharia Biomédica da COPPE aponta que podem ser economizados cerca de 30% a 40% dos recursos empregados na manutenção de equipamentos hospitalares de emergência cardíaca. A constatação é fruto da tese de mestrado de Rogério Pires dos Santos, “Estudo da Ocorrência de Falhas em Equipamentos Cardiológicos em um Grande Hospital de Emergência”, orientada pelo professor Renan Moritz. Um único hospital gasta só com a manutenção de aparelhos deste tipo cerca de 250 mil reais por ano. Segundo a pesquisa, os recursos poupados são estimados em 80 mil reais anuais. “Daria para comprar 2 monitores completos para tratamento intensivo ou 30 eletrocardiógrafos por ano ”, diz Rogério.
A economia viria do ajuste dos prazos de manutenção dos equipamentos, que são todos padronizados e pouco adequados à realidade específica de cada um deles. Atualmente, máquinas usadas uma vez por ano entram em manutenção na mesma freqüência que outras empregadas todos os dias. Além disso, o estudo descobriu que 51% dos defeitos apresentados provinham de cabos arrebentados, um problema simples que aumenta os custos de manutenção e que poderia ser solucionado facilmente por um estagiário em técnico-eletrônica. Outra solução para reduzir a incidência de defeitos é o estabelecimento de uma rotina de treinamento envolvendo todos os funcionários que operam os equipamentos.
Um exemplo da economia que o seu estudo poderia gerar, Rogério comprovou no hospital de emergência no qual realizou a pesquisa: os oxímetros, aparelhos que medem a quantidade de oxigênio do sangue, sofriam manutenção a um custo de R$ 21.600,00 por ano, embora neste período só tenham apresentado defeito duas vezes. O dinheiro gasto neste processo seria suficiente para comprar, com sobra, três oxímetros novos.
Por fim, Rogério elaborou uma norma padrão para o inventário dos equipamentos, possibilitando uma maior organização aos hospitais. Não é raro, segundo ele, a falta de informação sobre a localização de aparelhos. O controle interno também evita que aparelhos não utilizados permaneçam sob contrato de manutenção, aumentando ainda mais a economia.
A tese de mestrado, que levou 1 ano para ser elaborada, já mereceu um artigo, publicado no Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica de 2002. Embora o estudo tenha se restringido à análise de equipamentos cardiológicos, a sua aplicação em termos gerais não teria qualquer impedimento. O professor orientador Renan Moritz calcula: “Pelos dados apresentados, falar em uma economia de 50% nos custos de manutenção não é absurdo”.