Professor da Coppe fala sobre formas de climatizar ambientes gastando menos energia
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Data: 19/05/2017
No Brasil, cerca de 40% dos gastos com energia elétrica, nas grandes cidades, advém do uso de aparelhos de ar condicionado. Em entrevista ao site “Projeto Colabora”, o professor Nísio Brum, do Programa de Engenharia Mecânica da Coppe, fala sobre novos materiais e formas de climatizar residências e locais de trabalho consumindo menos energia e, consequentemente, reduzindo a conta de luz.
Na edição do mês de fevereiro, a revista Science publicou um artigo sobre a invenção de uma película capaz de revestir telhados, isolando a radiação infravermelha ao mesmo tempo em que permite a passagem da luz visível. Desenvolvida pelos pesquisadores Xiaobo Yin e Ronggui Yang, da Universidade do Colorado Boulder (EUA), a película é feita de um metamaterial, composto por polímero e material vítreo, que isola parte da temperatura externa, possibilitando um menor gasto de energia para a refrigeração de ambientes fechados. A estimativa é que o material possa ser produzido a um custo de 50 centavos de dólar por m².
“O que essa película faz é reduzir a carga térmica que o aparelho de ar-condicionado teria de combater. Ele trabalharia com mais folga, e utilizaria menos energia elétrica. Tem grande importância pela eficiência”, explica o professor.
Segundo Nísio Brum, a exemplo da película desenvolvida na Universidade do Colorado, há alternativas cuja finalidade é proporcionar maior conforto térmico em dias quentes, sem consumir tanta energia elétrica. “Temos hoje em dia, na parte de fenestração, vidros com grande capacidade de reter infravermelho, vidros de baixa emissividade. No teto podemos colocar tintas reflexivas, ou jardins, quando possível, que fazem o bloqueio da energia solar. Já no projeto da residência é possível calcular qual a melhor orientação do prédio e usar a própria estrutura como um retardo da energia solar incidente”, esclareceu.
De acordo com o professor da Coppe, com uma temperatura ambiente de 24ºC e umidade do ar em 50%, em uma atividade profissional normal, apenas 6% das pessoas em um ambiente, como um escritório, ficariam insatisfeitas com essas condições. “É como se definisse o número de chatos”, brincou Nísio.
“O ar condicionado não precisa ser “um vilão tão grave”, afirma Nísio, embora admita que certo consumo de energia continuará sendo necessário para climatizar ambientes quando a temperatura externa chegar, por exemplo, a 40ºC. Algum preço teremos que pagar por esse conforto, é a nossa sina”, concluiu o professor da Coppe.
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