Sidarta Ribeiro profere Aula Inaugural da Coppe

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Data: 14/02/2020

O neurocientista e vice-diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, professor Sidarta Ribeiro, vai proferir a Aula Inaugural da Coppe/UFRJ, dia 13 de março, que marca o início do ano letivo de 2020. Pela primeira vez, a Aula Inaugural e a tradicional recepção aos novos alunos da instituição serão promovidas no mesmo dia. O evento será realizado, às 10 horas, no auditório da instituição, no Centro de Tecnologia 2 (CT 2).

Professor Titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e ex-secretário da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento, Sidarta desenvolve pesquisas em temas como memória, sono e sonhos; plasticidade neuronal; psiquiatria computacional e aplicações da neurociência à educação. É autor de 101 artigos científicos, quinze capítulos de livros científicos e três livros. Sua obra mais recente é “O oráculo da Noite: a história e a ciência do sonho”, lançada na Festa Literária Internacional de Paraty, em 2019, é resultado de suas pesquisas sobre o sono e os sonhos.

Formado em Biologia pela Universidade de Brasília (1993), com mestrado em Biofísica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1994), Sidarta é Ph.D. em Comportamento Animal pela Universidade Rockefeller (2000), e fez pós-doutorado em Neurofisiologia na Universidade Duke (2005). Membro da Academia de Ciências da América Latina (ACAL), e do Conselho Consultivo da Rede Nacional de Ciência para a Educação e do Conselho Consultivo da Plataforma Brasileira de Política de Drogas, é coordenador de núcleo do projeto de avaliação de crianças em risco para transtorno de aprendizagem (Acerta – Capes/Observatório da Educação).

Ciência com engajamento

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em janeiro de 2020, Sidarta Ribeiro disse que “a ciência brasileira vive um verdadeiro pesadelo e um grande retrocesso”. Destacou que existe hoje no País um debate muito mais aprofundado sobre qual projeto queremos, e qual a vocação do Brasil, se apenas produzir e vender soja e minério, ou produzir conhecimento e capital humano.

Na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada em julho de 2019, em Campo Grande, o pesquisador apresentou as conclusões de um grupo de trabalho, elaborado ao longo de meses, no qual descreve o que é o sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação, mostra como ele evoluiu e como está “sendo destroçado nos últimos cinco anos”. No evento, a sessão sobre “política científica do governo Bolsonaro”, por ele coordenada, foi registrada por militares fardados, e resultou em grande repercussão na imprensa. Sobre o episódio, o pesquisador comentou em seguida em entrevista publicada na revista Piauí:

“Mais importante que discutir o gesto dos militares é focar nos problemas enfrentados pela ciência brasileira. O importante não é que registraram a palestra, o mais grave é o colapso do sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação. A notícia não é que Ricardo Galvão bateu boca com Bolsonaro, é que o desmatamento na Amazônia disparou”, prosseguiu o pesquisador. “Temos que tomar o cuidado de não ficarmos falando da espuma e nos esquecermos da essência.”

Sobre a Coppe

A Coppe é o maior centro de ensino e pesquisa de engenharia da América Latina. Nos seus mais de 100 modernos laboratórios, pesquisadores desenvolvem pesquisas de ponta e projetos que proporcionam contribuições significativas para o país, nos diferentes segmentos da engenharia. Muitos desses projetos resultaram em intenso processo de interação universidade-empresa, do qual a Coppe foi pioneira no Brasil.

No cenário internacional, a Coppe tem projetos em cooperação com as mais importantes e reconhecidas instituições científicas e tecnológicas. Muitos de seus docentes integram comitês e entidades de pesquisa de vários países e de órgãos multilaterais, como o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU. Em 2009, inaugurou uma parceria com a Universidade de Tsinghua, na China, que resultou na criação do Centro China – Brasil de Mudança Climática e Tecnologias Inovadoras para Energia, sediado em Pequim.

Até 2019, foram defendidas na instituição 12.684 dissertações de mestrado e 4.739 teses de doutorado. Anualmente, seus pesquisadores publicam, em média, 1,5 mil artigos científicos em revistas e congressos, nacionais e internacionais. No ano passado, foram defendidas na instituição 341 dissertações de mestrado e 185 teses de doutorado.

Professores e pesquisadores da Coppe contribuem regularmente para o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Desde 1992, a Coppe contribui para todos os relatórios de avaliação do IPCC. Com a expertise da Coppe nesta área, a UFRJ foi convidada a integrar a Aliança Global de Universidades sobre o Clima (GAUC), criada em 2019 e que reúne apenas doze instituições até o momento. A UFRJ é a única da América Latina a integrar a Aliança.

Além disso, há 30 anos a Coppe desenvolve sistemas de informação e tecnologia de processamento de sinais que vêm sendo aplicados com sucesso nos principais experimentos do Large Hadron Collider (LHC), o acelerador do maior laboratório de física de partículas do mundo, o Cern, o qual investiga a origem do universo.