Sustentabilidade
A Organização das Nações Unidas propõe 17 principais objetivos e 169 metas para o êxito do desenvolvimento sustentável. As sugestões, adotadas por diversos de seus países membros, apresentam-se cotidianamente nos princípios intrínsecos ao exercício da Coppe e, ativamente, nos projetos idealizados por seus professores e pesquisadores, uma vez que a contribuição para sociedade é base fundamental do trabalho desempenhado pelo Instituto.
Indústria, inovação e infraestrutura
Os compromissos firmados pela Coppe para com a comunidade estão também presentes na infraestrutura fornecida aos seus alunos e educadores. A fim de estimular pesquisas e resultados de alto nível, o Instituto alinha a teoria à prática, oferecendo um espaço adequado para o desenvolvimento de seus projetos, os quais, futuramente, corroboram na construção de uma sociedade integralizada. Com o auxílio de parcerias público-privadas, a Coppe dispõe do maior complexo laboratorial da América Latina, além de tecnologia de ponta e inovadora, otimizando a atuação de seus programas no campo acadêmico e social. A partir desta cooperação, a inserção dos projetos elaborados no Instituto já no mercado de trabalho é cada vez mais consolidada.
Energia limpa e acessível
Dentre os 13 programas ofertados pela Coppe, o Planejamento Energético estimula os estudos através da tranversatilidade em suas disciplinas, evidenciando os aspectos políticos, sociais, econômicos e ambientais presentes na criação e gasto de energia, promovendo um balanceamento sustentável para seu desenvolvimento. Recebe notoriedade também na sua atuação na área de mudanças climáticas, com ávida participação de discentes e docentes nos relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU).
Em consonância, estudos realizados no departamento de Engenharia Oceânica igualmente contribuem para a sustentabilidade energética, explorando o oceano como uma fonte limpa e renovável. A partir do Laboratório de Tecnologia Submarina da Coppe foi idealizada e projetada a primeira usina de ondas da América Latina, convertendo o movimento do mar em energia elétrica.
Concomitantemente, vem sendo desenvolvido pela Engenharia Elétrica o projeto POF Lux – nomeado em referência à sigla em inglês Plastic Optical Fibers – que visa aproveitar a utilização da energia solar para iluminação de ambientes em até 80%.
Cidades e comunidades sustentáveis
Considerado pelo governo federal como a melhor iniciativa já apresentada ao Ministério das Cidades, o Projeto Iguaçu foi fundamental ao desenvolvimento da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Inspirado pela enchente que matou milhares de pessoas e disseminou a leptospirose na Baixada em 1988, o programa reproduz – com dados precisos – o fluxo das águas quando os rios transbordam.
Diferente do padrão tradicional utilizado em outros países, os quais analisam os locais de inundação como uma simples bacia de acumulação (em que a água transborda, acumula-se e posteriormente retorna ao leito), o modelo Coppe entende esta área como uma bacia de fluxo dinâmico, simulando o que efetivamente ocorre nas ocasiões de enchente. Técnica que possibilita, então, a elaboração de soluções a longo prazo e de maior eficácia, resguardando capital.
O projeto já vem apresentando resultados palpáveis para quem frequenta a região fluminense. Devido à drenagem emergencial dos principais rios, não ocorreram enchentes de grande porte nos últimos verões. Assim, seus moradores já recuperaram o poder de poupança, viabilizando o investimento em melhorias em suas moradias e em empreendimentos próprios, como mercearias e bares, gerando retorno financeiro.
Outra iniciativa Coppe que demonstra potencial de contribuição para uma cidade mais integrada é o Maglev. Um dos maiores e mais importunos desafios de centros e metrópoles é a mobilidade urbana. Potências ao redor de todo mundo trabalham para a criação de um transporte público eficaz e não-poluente, cuja construção e operação tenham custos competitivos, mas um protótipo de resposta já foi encontrado na Coppe UFRJ. A tecnologia Maglev-Cobra tem como proposta um veículo de levitação magnética com pequenas articulações múltiplas, permitindo realizar curvas com raio de 50 metros, vencer aclives de 10% e atingir velocidade de até 70 km/h. Quando as pequenas articulações estão interligadas, o veículo se assemelha a uma “cobra”.
Ainda no quesito mobilidade, parte do projeto Ampliando o alcance da mobilidade ativa no laboratório vivo da Cidade Universitária da UFRJ, a iniciativa das bicicletas compartilhadas da Coppe/UFRJ visa oferecer um método de locomoção gratuito para auxiliar no deslocamento dentre o espaço da Cidade Universitária. Os usuários podem liberar o transporte acessando o aplicativo, IntegraUFRJ, e devolvê-lo em um dos pontos próximos ao seu destino, sem necessidade de estações específicas.
E contribuindo para o desenvolvimento sustentável da comunidade, o Instituto Alberto Luiz Coimbra apresenta o Projeto Letramento de Jovens, Adultos e Idosos, que tem como intuito incentivar a retomada dos estudos aos trabalhadores e prestadores de serviço da UFRJ, assim como a população da Ilha do Fundão, que, por influência de diversos fatores, não puderam completar ou sequer dar início ao seu processo de aprendizagem. Com foco principal na alfabetização, o curso dura a média de um ano e abrange, além do processo básico de letramento, a capacidade de interpretação e fluência da leitura. Concomitantemente, os alunos são estimulados e capacitados a prestar a prova do Encceja, o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos, que averigua o conhecimento, as habilidades e competências de jovens e adultos que não graduaram o Ensino Fundamental ou Ensino Médio na idade prevista.
Ação contra a mudança global do clima
Sediado na Coppe/UFRJ e fundado em 2009 pela professora do Instituto Alberto Luiz Coimbra, Suzana Kahn Ribeiro, o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) reúne 250 especialistas de centros de pesquisa e instituições acadêmicas ao redor de todo território nacional.
Seguindo os padrões do International Panel on Climate Change, o IPCC da ONU, o PBCM tem como objetivo a produção de relatórios recorrentes acompanhando o desenvolvimento do conhecimento científico acerca da variabilidade climática global. Destarte, sua responsabilidade é funcionar como ferramenta ativa na escuta da comunidade científica, auxiliando no compilado de informações sobre o assunto, assim como na evolução da discussão, contribuindo para o alcance de um consenso – garantindo maior credibilidade às conclusões.
“A função do PBMC é dar suporte científico aos órgãos encarregados de formular políticas e tomar decisões”, explica Suzana Kahn.