Em debate na Coppe, professor apresenta Vale do Genoma e outros projetos inovadores em IA
Planeta COPPE / IA e Transformação Digital / Notícias
Data: 29/05/2023
O professor André Carlos Ponce de León (USP-São Carlos), segundo palestrante do debate “Inteligência Artificial e seus reflexos na sociedade”, realizado na Coppe/UFRJ, no dia 25 de maio, apresentou iniciativas do Centro de Pesquisa Aplicada em Inteligência Artificial Recriando Ambientes (IARA), como o Vale do Genoma, que visa constituir um ecossistema de inovação em tecnologia genômica no Paraná, com apoio do governo estadual. O professor André também apresentou o projeto “Os primeiros mil dias”, em que um hub de universidades acompanhará os primeiros mil dias do desenvolvimento cognitivo de mil crianças. O debate foi o primeiro da série “Agenda Coppe e Sociedade”, em comemoração dos 60 anos da instituição.
Segundo André Carlos, a proposta do Centro é aproveitar a pesquisa básica das universidades, estimular a formação de startups e passar a tecnologia às empresas, atuando nos estágios de maturidade tecnológica que compõem o gap entre a bancada de laboratório e a produção industrial (TRLs 3 a 7). Com pesquisas e projetos em infraestrutura, agricultura, energia, desenvolvimento social, educação, saúde, esportes e turismo, o IARA reúne 40 Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) de 21 estados, 23 ICTs estrangeiras e dez empresas.
“Em Canãa dos Carajás (Pará), temos parceria com a prefeitura para aproximar o cidadão do poder público. No meio ambiente, com a identificação de entulho, lixo e água parada, com o monitoramento da qualidade do ar; na saúde, com o agendamento de consultas e de exame, recebimento de resultado, diagnóstico de autismo; na segurança, iluminação inteligente e monitoramento de suspeitos”.
No Paraná, o IARA tem um grande portfólio de projetos incentivados pelo governo estadual, concentrados no município de Guarapuava (PR). “O primeiro passo será a criação do Laboratório de Inovação em Saúde, cujo objetivo é predizer a probabilidade de as pessoas desenvolverem doenças e acompanhá-las durante cinco anos. Depois, com a ajuda de empresários locais, seria construído o Instituto para Pesquisa do Câncer de Guarapuava (IPEC) e, em momento posterior, estudaríamos doenças genéticas raras e complexas”, explicou o professor da USP-São Carlos.
Segundo André Ponce de Léon, serão usados dados clínicos e genômicos, para avaliar a diversidade genômica populacional, combinados com dados clínicos convencionais (condicionamento físico, dieta), e também com metagenômica, análise da microbiota intestinal humana; nutrigenômica, que busca a relação entre genoma humano, nutrição humana e saúde; oncogenômica, estudo de genes relacionados ao câncer.
Conforme antecipou professor André Carlos, também com apoio do governo estadual, será criado o Vale do Genoma, um ecossistema de inovação, que, pelo período de 15 anos, atuará em três etapas. Primeiro, coletando amostras genéticas de cinco mil pessoas adultas saudáveis do município e seu entorno, com idades entre 18 e 70 anos. Em seguida, estratificando dois mil indivíduos da amostra anterior em um grupo mais homogêneo geneticamente, e, na terceira etapa, sequenciando o genoma ou exoma de mil indivíduos da etapa anterior e consolidando uma base genética de referência para a região.
Outro projeto destacado foi “Os primeiros mil dias”, cujo objetivo é acompanhar o desenvolvimento cognitivo de mil crianças nos primeiros mil dias de vida. “Cerca de 20% das crianças de 3 anos têm baixo desenvolvimento da função executiva, que dita comportamento e habilidades que terão na vida adulta. Provavelmente, 80% dos adultos que precisarão de assistência social ou econômica são oriundos deste conjunto de indivíduos”, correlacionou o professor.
Além do professor André Carlos Ponce de Leon Ferreira de Carvalho, participaram como palestrantes do debate “Inteligência Artificial e seus reflexos na sociedade” a professora Marley Vellasco, vice-reitora para Assuntos Acadêmicos – Ensino e Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio); o professor Alvaro Coutinho, do Programa de Engenharia Civil (PEC) da Coppe; o senior manager for Energy & High Education Research da NVIDIA, Fernando Otávio Wehrs Pereira; e o professor Virgílio Almeida, do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O debate teve moderação do professor Guilherme Horta Travassos, do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação (PESC) da Coppe.
O detalhamento das palestras do debate “Inteligência Artificial e seus reflexos na sociedade”, parte da série “Agenda Coppe e Sociedade”, está sendo publicado de forma seriada no Planeta Coppe Notícias. Na terça-feira, dia 29, será a vez da palestra do professor Alvaro Coutinho, da Coppe.
O evento em sua íntegra também pode ser visto no canal da Coppe no YouTube, na playlist “Coppe 60 anos: série de debates Agenda Coppe e Sociedade”.
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