IA Generativa na Programação: professores da Coppe discutem impactos práticos e novas formas de pensar código
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Data: 30/04/2025

Como as ferramentas de inteligência artificial generativa estão transformando o ato de programar? Esse foi o ponto de partida do debate “Um diálogo sobre como programar com IA”, promovido pelo Programa de Engenharia de Sistemas e Computação (PESC) da Coppe/UFRJ no dia 15 de abril. O encontro reuniu os professores Carlos Eduardo Pedreira e Geraldo Xexéo, com mediação da professora Priscila Lima, para uma conversa franca sobre experiências reais e transformações no cotidiano da programação.
Os professores relataram como o uso de modelos de linguagem como o ChatGPT vem impactando diretamente a forma como desenvolvem soluções, escrevem código e testam ideias. A IA, segundo eles, não só acelera o trabalho, como também estimula novas formas de pensar e organizar o raciocínio computacional.
“Antes eu pesquisava no Google e adaptava. Hoje, uso IA para gerar o código inteiro”, comentou Xexéo. “Eu explico o que quero em linguagem natural, como se estivesse dando aula, e a IA propõe abordagens antes de começar a codificar”, relatou Pedreira.
Com aplicações reais, especialmente na área médica, Pedreira ressaltou que atividades que antes levavam semanas, hoje podem ser feitas em poucas horas — sem abrir mão do rigor. A IA, segundo ele, exige do pesquisador ainda mais conhecimento técnico, já que nem sempre a solução sugerida está correta, e é essencial checar e entender cada técnica utilizada.
A conversa também abordou os desafios do uso da IA no desenvolvimento de software, como:
- Repetição de erros e frustrações na interação com a IA;
- Risco de perda de controle do código;
- Falsa sensação de domínio técnico por parte de usuários pouco experientes;
- E a importância da curadoria humana, mesmo diante de soluções aparentemente eficientes.
Apesar das limitações, os professores concordam que a IA vem tornando o processo menos solitário, mais interativo e mais produtivo, além de abrir novas possibilidades de aprendizado contínuo. Como destacou Xexéo, a chave está em usar a IA como parceira, sem abdicar da capacidade crítica. “A IA não substitui o programador — ela amplia o seu alcance. Mas exige mais responsabilidade, atenção e estudo constante”, resumiu Pedreira.