Ministro da Ciência e Tecnologia profere a Aula Inaugural da Coppe
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Data: 18/03/2019
O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, proferirá, no dia 22 de março, às 10h45, a Aula Inaugural da Coppe, com o tema “Os desafios da Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil”. O evento será realizado no auditório da Coppe, no Centro de Tecnologia 2 – Rua Moniz Aragão, 360, bloco 1, Cidade Universitária.
Antes da aula, os diretores da Coppe discutem com o ministro formas de incentivos para a transferência de tecnologias desenvolvidas na instituição para as empresas nacionais. Após o evento, Marcos Pontes será conduzido ao Maglev-Cobra, o trem de levitação magnética desenvolvido na Coppe, e visitará o nicho do Cern, na exposição permanente “Exploradores do Conhecimento”, no Espaço Coppe Miguel de Simoni, que reúne algumas das principais tecnologias e contribuições científicas desenvolvidas pela instituição. Em seguida, o ministro embarcará no ônibus híbrido elétrico-hidrogênio em direção ao Laboratório de Tecnologia Oceânica (LabOceano).
Após ser apresentado a um dos maiores tanques de simulação de condições oceânicas e ensaios offshore do mundo, Pontes conhecerá a tecnologia de dessalinização de água por meio de membranas poliméricas. A técnica desenvolvida no Laboratório de Processos de Separação com Membranas e Polímeros (Pam).
Sobre o Maglev
Desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Aplicações de Supercondutores (Lasup) da Coppe, sob a coordenação do professor Richard Stephan, o Maglev-Cobra é um veículo compacto e leve que se desloca silenciosamente sobre trilhos imantados, sem emitir poluentes.
Planejado para ser uma alternativa de transporte em centros urbanos, o Maglev-Cobra levita sobre esbeltas passarelas suspensas que não competem pelo já reduzido espaço das grandes cidades e cuja construção dispensa as caras e impactantes obras civis dos metrôs e trens de superfície convencionais. Além de ser eficiente do ponto de vista ambiental, é economicamente vantajoso. O custo de implantação por quilômetro é de cerca de 1/3 do valor necessário para implantação de um metrô subterrâneo na mesma extensão.
Sobre o ônibus híbrido elétrico-hidrogênio
O ônibus híbrido é movido à energia elétrica, obtida de bateria abastecida na rede e complementada com energia produzida a bordo, por meio de pilha a combustível alimentada com hidrogênio. Desenvolvido no Laboratório de Hidrogênio, sob coordenação do professor Paulo Emílio de Miranda, é um veículo silencioso, com eficiência energética maior que a dos ônibus a diesel e com emissão zero de poluentes. Com tecnologia 100% nacional, o ônibus está em sua terceira geração tem autonomia de 330 km e atende às exigências para veículos de uso urbano no Rio de Janeiro.
Sobre a parceria com o Cern
A Coppe possui uma longa parceria com o Cern, iniciada em 1988. Seus pesquisadores colaboraram na concepção e desenvolvimento dos detectores que formam o Atlas, maior experimento de detecção de partículas em funcionamento no planeta. Foi graças ao uso combinado destes equipamentos de altíssima tecnologia que a equipe multidisciplinar e internacional que compõe o Cern conseguiu detectar e provar a existência do bóson de Higgs, considerada a partícula fundamental à existência da vida.
A Coppe também é responsável por 90% dos sistemas de engenharia de software que dão apoio à coordenação técnica do Atlas, rastreando os equipamentos que passam por manutenção, inclusive aqueles que estiveram expostos à radioatividade, e acessando as informações dos milhões de componentes do Atlas, otimizando o processo de trabalho e alocando recursos técnicos e humanos de maneira eficaz.
Sobre o LabOceano
O LabOceano conta com o segundo maior tanque oceânico do mundo, com 40m x 30m x 15 (comprimento x largura x altura), além de um fosso com 10m adicionais de profundidade, o que lhe confere capacidade para mais de 20 milhões de litros de água. Seus equipamentos possibilitam o desenvolvimento de pesquisas em hidrodinâmica experimental e computacional (CFD) e em modelagem numérica de sistemas oceânicos. Mais de 100 projetos foram testados no tanque. Apesar da forte demanda por projetos offshore, o laboratório também é capaz de realizar os mais diversos tipos de ensaios para projetos da indústria naval, da Marinha, para o aproveitamento da energia térmica dos oceanos e geração de energia a partir das ondas.
Sobre a tecnologia de dessalinização por membranas
A técnica de dessalinização por osmose inversa, desenvolvida no Laboratório de Processos de Separação com Membranas e Polímeros (Pam), é uma boa alternativa para o abastecimento de água potável em regiões com fontes de águas salinas. Ela apresenta várias vantagens: sua operação é simples, o consumo energético é relativamente reduzido e os equipamentos são compactos, modulares, o que facilita acoplá-los a outros processos de tratamento, além de permitir um fácil aumento na escala de produção. Nesta técnica, uma membrana semipermeável funciona como uma espécie de filtro, separando o sal da água. A membrana atua como barreira, restringindo a passagem total ou parcial de substâncias, em um processo seguro e de baixo consumo energético. É possível produzir água potável, tanto em equipamentos residenciais, com capacidade de 200 l/dia, quanto em unidades comunitárias, de 10 mil l/dia, ou ainda em usinas de milhões de litros diários.
Sobre o ministro Marcos Pontes
Paulista, nascido em Bauru, em 1963, Marcos Pontes ingressou na Força Aérea Brasileira em 1981, foi instrutor, líder de esquadrilha de caça e piloto de testes, acumulando mais de duas mil horas de voo em 25 tipos de aeronave até se tornar tenente-coronel.
Engenheiro aeronáutico formado pelo Instituto Tecnológica da Aeronáutica (ITA), mestre em Engenharia de Sistemas pela Naval Postgraduate School (EUA), e tenente-coronel da Força Aérea Brasileira, Marcos Pontes é o primeiro brasileiro a ter participado de uma missão espacial.
Diretor técnico do Instituto Nacional para o Desenvolvimento Espacial e Aeronáutico, e embaixador das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, atuou também como pesquisador visitante no Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP-São Carlos, e é autor de quatro livros: “Missão Cumprida”, “É Possível! Como transformar seus sonhos em realidade”, “O Menino do Espaço” e “Caminhando com Gagarin”, publicados pela editora Chris McHilliard.
Em 1998, encerrou precocemente a carreira militar ao ser selecionado por concurso público da Agência Espacial Brasileira para representar o Brasil na 17ª turma de formação de astronautas da agência espacial norte-americana, NASA, no Johnson Space Center, em Houston (EUA).
Em 29 de março de 2006, Marcos Pontes tornou-se o primeiro brasileiro e quinto latino-americano a embarcar em uma missão espacial. Fruto de um acordo firmado em 2005, entre a Agência Espacial Brasileira e a Agência Espacial da Federação Russa, a Missão Centenário, marcou os 100 anos do emblemático voo do aviador brasileiro Santos Dumont. Pontes, o americano Jeffrey Williams e o russo Pavel Vinogradov, passaram oito dias na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) e levaram oito experimentos científicos, de universidades brasileiras.