Coppe/UFRJ inaugura Laboratório de Recuperação Avançada de Petróleo

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Data: 26/11/2018

A Coppe/UFRJ inaugura, dia 29 de novembro, o mais moderno Laboratório de Recuperação Avançada de Petróleo (LRAP) do país, cujo objetivo é investigar técnicas de recuperação avançada aplicáveis a rochas carbonáticas do pré-sal brasileiro. Trata-se de uma nova área de pesquisa, cujos resultados poderão representar bilhões de dólares em royalties e novos investimentos no Brasil. O valor total de investimento no laboratório foi de R$ 117 milhões, sendo R$ 107 milhões oriundos da Shell Brasil, e R$ 10 milhões da Petrobras. 

O projeto faz parte do compromisso de investimentos com P&D, que é gerenciado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).  A cerimônia contará com a presença do presidente da Shell Brasil, Andre Araujo, do diretor da ANP, Felipe Kury, do Superintendente de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pós-graduação e Pesquisa da UFRJ, Marcelo Byrro Ribeiro, do diretor da Coppe, Edson Watanabe. O evento será realizado, a partir das 10 horas, no auditório da Coppe, Centro de Tecnologia 2 (CT2).

As rochas que compõem o reservatório da costa brasileira são únicas no mundo, e o fator de recuperação de óleo no Brasil é de 21%. Segundo o professor da Coppe, Paulo Couto, coordenador do LRAP, um aumento de apenas 1% na taxa de recuperação das rochas brasileiras poderá representar 11 bilhões de dólares em royalties, gerando um incremento das reservas brasileiras em 22 bilhões de barris, e novos investimentos da ordem de 16 bilhões de dólares.

“Na Noruega, por exemplo, há casos em que o fator de recuperação chega a 70 %. Em termos de pesquisa, essa é uma área nova no Brasil e está alinhada com a diretriz da ANP de apoiar projetos voltados para o aumento do fator de recuperação. Neste laboratório, além de produzir conhecimento, também vamos formar recursos humanos. Como se trata de uma nova área, há carência de pessoal especializado e pouco conhecimento disponível no país sobre o tema”, afirma Couto. 

Sobre o laboratório

O laboratório, de 230 m², integra o Núcleo Interdisciplinar de Dinâmica de Fluidos (Nidf) da Coppe.  Cerca de 60% do investimento foi feito em equipamentos, alguns feitos especialmente para reproduzir em laboratório as mesmas condições de pressão e temperatura dos reservatórios em grandes profundidades, ou seja, cerca de 700 vezes a pressão atmosférica e temperatura de até 150 Graus C. Entre os equipamentos, uma estufa para mediação de permeabilidade relativa, equipada com scaner de Raios-X, que permite produzir imagens do deslocamento de petróleo dentro da rocha, em condições de laboratório. Como este equipamento, só existe um similar no mundo, instalado na Universidade Heriot-Watt, Edimburgo. Os demais 40% dos investimentos estão sendo aplicados em projetos de P&D e na formação e qualificação de pessoal especializado. Ao todo, até o momento, o laboratório conta com 50 profissionais: cinco professores, oito pesquisadores, oito técnicos, quatro pós-doutores, 16 alunos de mestrado e doutorado, e oito alunos de graduação, e uma engenheira de segurança do trabalho SMS.

“A Shell Brasil investiu muito em formação e qualificação de pessoal, por meio da ANP. Mesmo antes da inauguração, várias empresas do setor fizeram contato interessadas em realizar testes no laboratório, único no Brasil instalado em uma universidade”, ressaltou Couto.

“O Laboratório de Recuperação Avançada de Petróleo representa um importante reforço na infraestrutura laboratorial da Coppe, que há 55 anos contribui com a melhoria da vida dos brasileiros através de avanços em ciência e tecnologia. Os novos equipamentos incluem modernas técnicas de imageamento e automação, elementos chaves na nova Indústria 4.0. Pelo fato de conseguirem operar em condições muito próximas àquelas encontradas no campo, auxiliarão cientistas e engenheiros a melhor compreender o escoamento do petróleo através do intrincado sistemas de poros nas rochas carbonáticas, permitindo o aperfeiçoamento dos processos de extração de óleo em nosso pré-sal”, afirmou o diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe/UFRJ, Fernando Rochinha.

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