Coppe sedia reunião internacional para discutir avanços de modelagens econômicas para o enfrentamento das mudanças climáticas

Planeta COPPE / Planejamento Enérgico / Notícias

Data: 23/11/2018

Pesquisadores de oito países estarão reunidos na Coppe/UFRJ, dias 26 e 27 de novembro, para discutir os avanços de estudos de modelagem econômica para o enfrentamento das mudanças climáticas. A reunião anual da Rede Internacional IMACLIM (Modelo Matemático sobre Economia e Mudanças Climáticas) tem como objetivo contribuir para o entendimento das implicações econômicas e sociais da mudança global do clima sobre as economias nacionais. Coordenado pelo professor da Coppe, Emilio La Rovere, o evento será realizado no auditório do Programa de Planejamento Energético da Coppe, no bloco C, sala 2013.

Os pesquisadores dos centros responsáveis pelo desenvolvimento, aplicação e uso do IMACLIM se reúnem anualmente para discutir os resultados de seus estudos. Além dos impactos ambientais das mudanças climáticas causadas pelas emissões de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa (GEE), as tecnologias introduzidas para seu enfrentamento também acarretam consequências econômicas e sociais, tais como: alterações no nível de crescimento econômico (PIB), de preços (inflação), de emprego (taxas de desemprego), de renda e consumo de faixas mais baixas de renda (efeitos sobre a distribuição de renda).

 O modelo foi desenvolvido inicialmente como um modelo global por pesquisadores franceses do Centre International de Recherche sur l’Environnement et le Développement (CIRED) de Paris, e passou a ser empregado também na análise de diversas economias nacionais: França, Brasil, China, Índia, África do Sul.  No Brasil,  o IMACLIM foi desenvolvido pelo Centro Clima, da Coppe/UFRJ e vem sendo aplicado em diversos estudos que foram utilizados pelo setor produtivo, a sociedade civil e o governo na tomada de decisões sobre os compromissos brasileiros de proteção ao clima global, tais como:

– Implicações Econômicas e Sociais de Cenários de Mitigação das Emissões de GEE no Brasil até 2030, usado nas discussões do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas que forneceram elementos para a Contribuição Nacionalmente Determinada do Brasil ao Acordo de Paris; 

– Modelagem de Instrumentos de Precificação de Carbono, para o Ministério da Fazenda e o Banco Mundial, fornecendo elementos para o desenho de mercados e taxas de carbono a serem eventualmente adotadas futuramente no país; 

– Brasil Carbono Neutro em 2060, estudo solicitado pelo presidente Temer ao Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, analisando os requisitos para que o país chegue em 2060 com suas emissões líquidas de GEE zeradas; 

Além de mostrar as ameaças da mudança global do clima ao nosso desenvolvimento econômico e social, esses estudos têm permitido também apontar oportunidades para que o Brasil alcance um desenvolvimento mais sustentável com benefícios econômicos, sociais e ambientais,  através de uma transição para uma economia de baixo carbono. 

Desde o seu segundo Relatório de Avaliação, publicado em 1996, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) ressalta a necessidade de aplicação de modelos matemáticos híbridos que possam descrevem variáveis econômicas e sociais mas também ambientais e tecnológicas, incorporando variáveis físicas e monetárias. Segundo os especialistas, os modelos macroeconômicos tradicionais, de equilíbrio geral, não são adequados para a análise dessas questões, por terem sido desenvolvidos para análises de curto prazo que não incorporam a dinâmica das inovações tecnológicas, crucial para um desafio como a mudança do clima, que deve permanecer no longo prazo. 

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