Alemanha avança em financiamento da tecnologia do Hidrogênio

Planeta COPPE / Engenharia Metalúrgica e de Materiais / Notícias

Data: 22/06/2018

O ceticismo em relação à operação de trens a Hidrogênio passeava entre os cientistas até pouco tempo. No entanto, esta já é uma realidade na Alemanha desde o ano passado. Em palestra, dia 21, durante a Conferência Mundial de Energia do Hidrogênio (WHEC 2018), o alemão Klaus Bonhoff, da NOW GmbH – uma organização governamental que coordena o programa de tecnologia do Hidrogênio – falou sobre o primeiro trem do mundo movido a esse gás.

Em parceria com o grupo industrial francês Alstom, a Alemanha começou a operar esse veículo sem ruído e sem emissão de poluentes em dezembro de 2017. O trem pode atingir 140 km/h e transportar 300 passageiros. Segundo Bonhoff, o país prevê a circulação de 160 trens a Hidrogênio até 2019.

Bonhoff aponta as vantagens das pilhas de combustível a Hidrogênio em comparação com o diesel e as baterias. Ele reforça que, devido à maior disponibilidade do gás, seu baixo nível de ruído, sua durabilidade e a emissão zero de poluentes, “não há como pensar no futuro sem Hidrogênio”. E para Bonhoff, a eletrólise da água é a tecnologia chave do futuro. Ele afirma que, devido à versatilidade desse modo de obtenção do Hidrogênio, o gás poderá ser produzido aos tão sonhados preços competitivos.

Por isso, nos últimos dez anos, o país vem investindo 710 milhões de euros em produtos e infraestrutura do Hidrogênio. A Alemanha conta hoje com 50 estações de abastecimento de Hidrogênio – ainda um dos maiores desafios pelo mundo quando se trata desse combustível – e, segundo Bonhoff, as previsões apontam para 1000 estações até 2030. Outras iniciativas citadas pelo alemão foram os serviços de entrega com vans sem emissão de CO2 e a previsão do uso de Hidrogênio em aviões de curta distância.

A Alemanha, contudo, vai continuar investindo pesado na compra de produtos de tecnologia do Hidrogênio. Segundo Bonhoff, pelos próximos 10 anos, o gás receberá financiamento de 2 bilhões de euros da indústria e 1,4 bi do governo federal.