Desafio principal do hidrogênio é viabilidade econômica, diz executivo da Agência Internacional de Energia
Planeta COPPE / Engenharia Metalúrgica e de Materiais / Notícias
Data: 20/06/2018
O maior desafio da energia do hidrogênio é mostrar-se economicamente viável, sobretudo na mobilidade urbana. E existem muitos pontos sensíveis para fazer esta transição, no entender Paul Lucchese, que preside o Programa de Cooperação de Hidrogênio da Agência Internacional de Energia (IEA) e é palestrante da 22º WHEC, que se realiza no Rio.
— As pessoas procuram modelos econômicos. Nós poderíamos produzir carros movidos a pilha de combustível a preços razoáveis se produzíssemos em grande quantidade. Mas o principal ponto é a infraestrutura para o hidrogênio, não apenas em relação aos postos de abastecimento, mas também ao transporte – explicou.
Lucchese informou sobre a prioridade do atual do diretor-geral da IEA, Fatih Birol, de modernizar-se para incluir outros países, entre os quais Brasil, Chile e Marrocos.
— No início, a agência estava focada em combustíveis fósseis e agora está aberta à energia de transição. A mudança climática é um problema global. Então, queremos um diálogo global sobre energia em todas as partes do mundo. O Brasil tem um papel importante com biocombustíveis e é um dos mais importantes países com fontes energéticas.
O Programa de Cooperação de Hidrogênio da IEA tem 35 anos e é líder no gerenciamento da coordenação de pesquisas de hidrogênio, desenvolvimento e demonstrações numa base global. Composto por 21 países e patrocinadores, tem dez projetos com técnicos de todos estes países com objetivo de produzir documentos com recomendações sobre o tema.
Lucchese observou, contudo, que o hidrogênio não é parte da solução para a mobilidade urbana da IEA no cenário para a redução da temperatura em 2 graus até 2050. Mas foi incluído pela primeira vez nas recomendações para a indústria do EPT (Energy Technology Perspectives), publicado a cada ano pela agência.
— Este é um grande problema. Trata-se de um trabalho duro de convencimento, sobretudo para os que não trabalham no mundo do hidrogênio. A IEA e o Hydrogen Council trabalham para entender as razões de tantas dificuldades e lidam com especialistas de diversas áreas e entender por que o hidrogênio não é levado em conta neste cenário – acresentou.