Roteiros de ação, ferramenta ou armadilha na transição para o hidrogênio?

Planeta COPPE / Engenharia Metalúrgica e de Materiais / Notícias

Data: 20/06/2018

O consultor britânico David Hart, da E4Tech’s, considera que os roteiros de ação sobre o hidrogênio já existem em grande quantidade: são eficazes somente se puderem ser atualizados, revistos e cumpridos, como ferramentas para alinhar partes interessadas, fazer a comunicação externa e articular uma visão sobre o assunto a longo prazo, com metas alcançáveis a curto prazo.  Do contrário, atesta, são perda de tempo.

— Fazer a transição para o hidrogênio acontecer requer ações, colaboração, financiamento e um claro proprietário do assunto. O roteiro de ação não pode ser considerado uma bíblia e sim uma diretriz — acrescentou.

Co-fundador da E4tech’s, Hart fez uma apresentação para uma plateia lotada de acadêmicos e representantes da indústria do hidrogênio, na 22ª Conferência Mundial de Energia do Hidrogênio (WHEC 2018), que se realiza no Rio de Janeiro.

Empresa de consultoria criada há 21 anos, com sedes no Reino Unido e na Suíça, a E4tech’s tem foco em energia sustentável. Em sua carteira de clientes há de startups a multinacionais. A empresa dá consultoria estratégica sobre energia sustentável, ajudando-os a tomar decisões em condições incertas. Hart sempre aconselha-os  a não optarem por atalhos.

— Nós não sabemos para onde vamos, e é muito difícil pegar um atalho para algum lugar que você ainda não conhece.  O valor do roteiro de ação é, de alguma forma, ter certeza de que o caminho está sendo  construído adequadamente. Se você tomar um atalho, talvez se perca por não ter uma boa fundação que o sustente.

Hart observou que o caminho para o hidrogênio é longo e sinuoso. Sua tecnologia foi deflagrada em 1839 e atingiu um pico inflado de expectativas em 2001. Em 2018, encontra-se no que o consultor chamou de vala de desilusão. Mas a tendência é amadurecer e subir novamente até atingir o platô de produtividade.

— Nós já temos muitos roteiros prontos e muita informação compartilhada. O mais importante agora é rever os que já temos e mudá-las o que já aprendemos.