Com apenas 35 anos, as pilhas de combustível para uso comercial já estão no mercado
Planeta COPPE / Engenharia Metalúrgica e de Materiais / Notícias
Data: 18/06/2018
O desenvolvimento de pilhas de combustível para uso comercial começou há 35 anos, e produtos competitivos já estão no mercado, afirmou o canadense Danny Epp, um dos pioneiros no desenvolvimento das PEM, as pilhas de combustível com membrana condutora de prótons. Representante da Associação Canadense para Hidrogênio e Pilhas de Combustíveis e ex-gerente de Desenvolvimento e Produto da Ballard Power Systems, ele se mostrou otimista na palestra que fez, dia 18 de junho, na WHEC 2018, que se realiza no Rio de Janeiro até quinta-feira.
— Se levarmos em conta que motores de combustão levaram 135 anos para se desenvolverem, o processo está acelerado. As pilhas de combustíveis já estão no mercado, depois de 35 anos. O progresso é impulsionado por avanço tecnológico, parceria e tecnologias específicas — disse Danny Epp.
Ele observou que grandes fabricantes como Toyota e Hyundai já colocaram no mercado carros movidos a pilhas de combustíveis. O que falta para convencer o público de que a energia de hidrogênio é economicamente viável?
— Penso que agora é uma questão de montar a infraestrutura para abastecer os carros. Na Califórnia, por exemplo, já há numerosos postos específicos para pilhas de combustível. O hidrogênio é muito seguro em relação a outros gases — explicou Epp.
A Ballard foi uma espécie de incubadora desta tecnologia de pilhas de combustíveis, que muitas companhias seguiram depois. Inicialmente, desenvolvia baterias, mas se diversificou até ser contratada pela Marinha canadense para produzir tecnologia para submarinos.
— Foi então que nós entendemos que esta tecnologia poderia ter fins comerciais no mercado de automóveis.
A empresa tornou-se no ano passado líder no fornecimento de energia a pilhas de combustíveis para ônibus, com mais de 10 milhões de quilômetros acumulados. O primeiro ônibus movido a hidrogênio foi apresentado em 1993 em Vancouver. Em 2016, a primeira remessa de 22 de 300 ônibus a pilhas de combustíveis foi enviada para as cidades de Foshan e Yunfu, na China, numa parceria com a Zhongshan Broad-Ocean Motor da China, com investimento de US$ 28,3 milhões. Em 2015, o hidrogênio deu lucro de U$ 220 milhões e empregou 1.785 pessoas no Canadá.